Megan, A Filha De Afrodite

2- Quem teve a idéia de criar esse cachorro??

Chegamos no meu apartamento que estava vazio, minha tia ainda estava no trabalho. Fomos direto para o meu quarto.

Sentei na cama e respirei bem fundo, lançando um olhar de confusão pra Stefanie.

— Bem... o que foi isso?

Ela pensou um pouco antes de me responder, aparentemente calculando suas palavras.

— Você lembra todas aquelas histórias e mitos gregos e romanos, né? Então... Basicamente é tudo verdade e você é filha de um deus ou uma deusa com um mortal. E aqueles monstros que encontramos eram Górgonas.

Ok. Bem, pensei que aquilo era estranho? Sim, porém estava me empolgando.

— Como a Medusa?

— Sim. Mas não fale o nome dela, ok? — Stefanie disse nervosa olhando pra janela do quarto e pra porta como se a Medusa fosse entrar pela janela gritando "Surpresa!".

— Ok ok.

— Certo, chega de corpo mole, vamos arrumar suas malas.

Ela foi até meu armário, pegou minhas roupas usando seu braço intacto e jogou tudo em cima da cama.

— Para onde nós vamos mesmo? — perguntei franzindo a testa e me levantando para cuidar disso antes que ela acabasse fazendo uma bagunça enorme, minha tia daria um piti.

— Para o Acampamento Meio-Sangue. Um lugar para semideuses. Aquele acampamento de que eu te falei. — ela falou revirando os olhos como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Ah, acho que faz sentido.

Arrumamos algumas mudas de roupa e itens básicos, como minha escova de dentes, na mala e fiz Stefanie devolver minhas roupas para o armário de forma organizada. Trocamos os pedaços de camisa amarrados no braço ferido dela por gaze e eu apliquei alguns remédios embora a ferida parecesse bem melhor do que antes. Sua orelha também ganhou um curativo e, embora tenhamos tentado limpar, um pouco de sangue permaneceu no seu cabelo. Com tudo pronto fomos para a sala, nos sentamos no sofá e eu liguei a televisão.

— Que horas que sua tia chega, Meg?

Olhei no relógio e eram duas e quarenta e pouco, não espere que eu lembre tanto.

— Faltam alguns minutos, ela trabalha aqui perto.

— Certo

Stef fixou seus olhos no jornal na televisão, e eu fiquei remexendo no zíper da minha mala.

— Você é filha de que deus?

— Atena, a deusa da sabedoria e tals. — ela me respondeu desviando seus olhos para mim.

— Que legal! Será que também sou filha dela?— confesso que adoraria ser irmã dela.

— Impossível de saber mas eu acho que não.

— Ah.

Fiquei meio triste com isso, talvez ela não me considere sábia o suficiente, será que acabei de ser chamada de burra?

— Bem, estou realmente impressionada. Você acreditou nisso tudo tão tranquilamente. Quando me contaram eu dei umas boas risadas.