3- Queimo o meu jantar

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Nós descemos a colina em direção ao acampamento e Stef apontou para a enorme casa azul.

— Vou te levar até a casa grande pra você falar com o Quíron.

— Ok.

Enquanto iamos para a casa grande, passamos por uma quadra de vôlei onde alguns jovens jogavam vôlei de forma incrívelmente animada.

Ao chega na casa grande demos a volta na varanda. Na varanda de trás da casa havia uma mesa onde estavam dois homens jogando cartas. Um estava sentado em uma cadeira de rodas, segurando suas cartas com uma mão e coçando a barba desalinhada com a outra. O outro homem, um pançudo baixinho com cabelos muito pretos, olhava de cara feia para as cartas em suas mãos, a carranca combinando com a camisa havaiana horrorosa com estampa de leopardo.

— Oi, Quíron, oi, Sr. D.— Stefanie cumprimentou de forma respeitosa os homens.— Essa é a semideusa que eu falei sobre no último verão.

— Mais uma. — Disse o homem com a camisa havaiana revirando os olhos e colocando uma carta sobre a mesa.

O homem sentado na cadeira de rodas se virou pra nós abrindo um sorriso caloroso, a aparência tranquila dele e seu sorriso me fez pensar em um professor gentil feliz em ver seus alunos.

— Olá, Stefanie, muito obrigado.

Ela balançou a cabeça feliz. Quíron mudou sua atenção para mim e perguntou de forma simpática.

— Qual o seu nome?

— Meu nome é Megan, Megan Reis, é um prazer conhecer o senhor.

— Bem vinda ao acampamento Meio-Sangue. Eu sou Quíron, o instrutor e esse aqui é o Sr. D, o diretor do acampamento. — Disse apontando para o homem da camisa de leopardo que revirou os olhos. — Deixando as apresentações de lado eu gostaria que você assistisse um vídeo...

— Eu já expliquei pra ela, Quíron. Sobre os Deuses e monstros. — Stef falou rápido antes que ele dissesse mais alguma coisa.

— Certo, então poderia levar a Megan para conhecer o acampamento por favor?

— Claro.

Nos despedimos e ela me arrastou pelo acampamento cantarolando enquanto eu observava tudo, sua energia habitual havia retornado.

Passamos por alguns jovens apressados correndo para um lado ou para o outro e também pelos campos de morangos onde alguns garotos e garotas colhiam frutas que espalhavam um cheiro delicioso no ar.

Ao chegarmos na parte dos chalés minha amiga começou a falar apontando para eles, uma menina sentada na frente de um chalé verde franziu a testa incomodada e entrou no local.

— Cada chalé representa um Deus grego. Você fica no chalé correspondente a seu pai ou mãe Olimpiano.

— Mas e quando a pessoa não sabe quem é seu pai ou sua mãe? — perguntei.

— Você fica no chalé de Hermes, o deus dos viajantes e tals. O pessoal de lá é bem legal, você só não pode dar mole, deus dos ladrões também, sabe.— Ela deu de ombros.

— Ah, certo.

Passamos por vários chalés muito diferentes uns dos outros, um era todo feito de obsidiana e tinha uma caveira na frente que me deu arrepios.

Megan, A Filha De Afrodite  Onde histórias criam vida. Descubra agora