CAPÍTULO 43

195 15 0
                                    

Guilherme Villar

Nunca gostei de ficar com uma pessoa só. Sempre gostei de me sentir livre, sem ficar preso à alguém. Namorar não é para mim. Ser romântico piorou. Claro que não vou ser hipócrita. Já tive outros relacionamento duradouros. Me apaixonei de verdade, porém nenhum deles deram certo. Escolhi não tentar mais, acho que se for para acontecer vai acontecer. Não preciso forçar nada. Só que ser livre é uma sensação maravilhosa. Nada me prende. Não tenho que agir pensando no que a minha companheira irá pensar. Apenas faço, pois é só o meu sentimento em jogo.
       Conhecer Luanne foi algo surpreendente. Uma mulher totalmente diferente das que conheci.
Uma mulher de personalidade forte - o que me deixou curioso já que foi a primeira a me tratar com desdém - confesso que me deixou excitado.
Só que por me conhecer e ter a consciência de que não quero me envolver é que tentei ficar o máximo que puder longe dela. Manter uma amizade, mas sem muita aproximação. Não quero machuca-la.
Só que quanto mais eu tento afasta-la mais perto eu a quero ficar e tentar controlar está sendo difícil.
       Sento no sofá da minha casa pensativo observando o cômodo da casa detalhadamente. Foi aqui onde tudo aconteceu... Nesse sofá. No tapete. Tivemos a oportunidade de sentir um ao outro de todas as formas. Fecho os olhos mordendo os lábios ao recordar dos seus gemidos quando meu celular começa a tocar me despertando dos meus pensamentos eróticos. Abro os olhos de imediato e pego o aparelho no bolso. Atendo rapidamente.

Ligação ON.
- Alô!
- Guilherme, sou eu... Joana.
- Joana? É... - tento me lembrar já que transei com muitas mulheres recentemente. Passo a mão no rosto envergonhado.
- Vai me dizer que se esqueceu de mim? - ela pergunta surpresa.
- Perdoe-me! Acabei de acordar e estou um pouco atordoado. - mentir na cara dura. Ela rir.
- Boa conhecemos na boate, você me apresentou seu amigo e... - logo lembro dela. Foi no dia que deixei o Dylan plantado na boate me esperando, enquanto demos uma saída. No fim acabamos mantendo contato já que ela mora em Boston.
- Ah, sim! Como pude esquecer. Claro que lembro. Como está? - pergunto, sorrindo.
- Estou ótima, cheguei ontem em Mission. Bem, quero que saia comigo hoje a noite. O que me diz? - Joana convida sem arrodeios.
- Para onde iremos? - questiono, curioso.
- Para onde você quiser. Pode ser uma bebida, uma transa e...
- Sugiro que uma boate antes não é nada mal. - eu disse, com malícia.
- Perfeito, gastaremos as energias dançando e em seguida, o farei relaxar. - Sua voz soa pela linha em um tom sexy. Gosto dessa provocação. Sinto meu membro enrijecer abaixo do tecido.
- Prefere ir em qual boate? - Pergunto.
- Você é o morador de Mission meu amor. Escolha você. - Ela fala dando risada.
- Tudo bem. Vou busca-la às dez horas  da noite, combinado?
- Sim, estarei aguardando. Até mais tarde Guilherme.
- Até! Tchau, Joana.
Ligação ON.

Encerro a chamada sorrindo e coloco meu celular no bolso. Encosto-me no sofá e penso por alguns segundos. Nossa! Naquela noite em que a conheci, realmente fiquei louco. Bebi muito e a levei para o motel próximo a boate. Transamos por cerca de duras horas que a deixei sem fôlego. Seus cabelos saíram molhados do quarto parecendo que ficou embaixo do chuveiro. Foi uma loucura. Hoje repetiremos a dose, e não é uma pessoa ideia já que gostei de sair com ela. Agora... Preciso de um carro para busca-la já que o meu ficou todo destruído por causa do acidente... Ah! O acidente. Como esquecer? Na época, estava voltando de uma viagem que fiz para visitar alguns parentes. Minha teimosia teve um preço muito alto. Minha mãe insistiu que eu não viajasse o percurso inteiro sem descansar, aconselhou-me parar nos  hotéis da estrada. Só que a vontade de voltar para a casa foi tanta que não a escutei. Dirigir por horas até pegar o o sono. Perdi o controle da direção e desci uma ribanceira que bateu fortemente em uma árvore o que ocasionou um desmaio de imediato. Não me lembro de nada depois disso, só em acordar na maca dentro do hospital. Confesso que fiquei com um certo trauma de dirigir para lugares distantes. Só uso o carro do meu pai e do Dylan para passear pelo bairro de Mission, sair daqui me causa uma insegurança. Suspiro.
Levanto do sofá e pego o meu celular para falar com o Dylan. Espero que ele não tenha compromisso, irei precisar do carro dele.

🌼Meu Milagre é Você - REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora