Capítulo 02 - Lilly

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Conheçam lilly e Hunny...

Beijos e bom final de semana!

Kath

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Deus, não permita que seja aquele monstro.

Abro a porta com cautela e vejo o padre Ângelo com aquele doce sorriso de sempre. Dou um passo para trás e permito que ele entre em meu pequeno apartamento. Tudo aqui é velho e feio, mas mantenho limpo e organizado. As cosias que posso reformar ou ajeitar faço da maneira que posso.

— Por favor entre, padre – fecho a porta assim que ele passa.

Hunny vê nossa visita, nossa única visita além de Francesca, e corre para o colo do senhor que sempre nos ajuda.

— Como está, pequeno Haniel?

Padi, padi... – meu filho de um ano e alguns meses conversa a sua maneira.

Corro e o tiro do colo do sacerdote antes que Hunny o babe todo. Alguns dentes grandes não tem nos deixado dormir nas últimas semanas e nem tem deixado roupas limpas.

— Aconteceu alguma coisa, senhor? – pergunto.

— Não, querida. Não aconteceu nada. Só vim avisar-lhe que viajarei por uns dias e pedi para alguém dar uma olhadinha em vocês enquanto eu estiver fora.

— Não é necessário, padre Ângelo. Hunny e eu nos viramos muito bem...

Ele corta-me.

— Sim, eu sei. Como não posso fazer muito por você, Lilly e sinto muito por isso, faço tudo o que pelo menos está ao meu alcance – ele fala sério.

— O senhor já faz demais por nós. Arranjou-me algumas casas para trabalhar e assim posso dar algumas coisinhas ao meu bebê. Sou muito grata, senhor.

Ele olha ao redor como faz sempre.

— Você precisa sair daqui, minha filha. Precisa de alguém para cuidar de você e dessa criança antes que aquele infeliz volte para fazer coisas piores a você. E esse lugar, Lilly... – as palavras do sacerdote morrem. Tão logo ele se recupero, continua: — Isso, esse lugar, é... é...

Alcanço a mão do homem que cuida de mim como um pai.

— Nós estamos bem e é o que posso pagar no momento, padre. Hunny só precisa saber que ele é amado, o luxo e a riqueza não farão tanta diferença quanto o amor.

Sirvo um café quentinho com alguns biscoitos que fiz para o meu bebê e logo que o padre parte, sento-me e observo Haniel brincar com alguns brinquedos velhos. Lágrimas caem dos meus olhos por não poder oferecer nada ao meu filho. Digo para todos que o amor é suficiente, mas eu sei que não é. Faço tudo o que posso, trabalho sempre que possível, ainda assim não tenho condições de nada! Quantas vezes deixei de comer para dar a ele? Eu não sei o que é ter uma roupa apresentável, tenho apenas um conjunto para sair.

Os poucos trabalhos que me chamam, consigo alguns trocados. Ganho mais quando vou atender algumas das senhoras Saints, principalmente a senhora Cecília. Ela diz que Haniel é muito parecido com o seu filho Raziel, vi algumas fotos de quando ele era bebê e fiquei chocada com a semelhança. Graças a ela, Hunny tem coisas muito boas, mas faço o possível para que ela não exagere. Tenho certeza de que se ela souber onde moro e como é a minha vida, dará um jeito de resolver. Gianfranco dará um jeito de tirar proveito disso e eu não permitirei. É melhor ficar quieta na minha do que apanhar até perder a consciência.

Raziel - Trilogia Saints (livro 02)DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora