Capítulo 07 - Lilly

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Cuidar de uma casa... não, nada de casa. Cuidar de uma mansão desse tamanho não nos permite ver os dias passarem e, assim, faz um pouco mais de quinze dias que me tornei governanta do senhor Raziel Keruvim Saints. Micaylah e a senhora Alessia têm sido boas amigas, assim como Haniel e Raffaele se identificaram com amiguinhos. Na maioria das tardes, essa duplinha dinâmica fica comigo para que Micah descanse, afinal, Eleonora está quase chegando ao mundo. Com todo o cuidado que recebo das senhoras Saints, tive que soltar todas as pregas que um dia fiz em minhas roupas. Hoje, acredito não só ter recuperado o peso que perdi, assim como encontrei um pouco mais.

Eu não sabia o que era eficiência até conhecer os Saints. Em menos de uma semana, eu já estava com os documentos da contratação nas mãos e um cartão de crédito para as despesas da casa. Todos tentam me convencer de que preciso de outra pessoa para me ajudar nos afazeres, mas com a equipe de limpeza fazendo todo o trabalho pesado duas vezes por semana, basta que eu mantenha a mansão em ordem nos outros dias.

Hunny e eu estamos muito bem adaptados, o dono da casa não parece incomodado com a nossa presença, até porque pouco o vemos. Ele trabalha muito, chega em casa tarde, geralmente quando Hunny e eu já nos recolhemos. A primeira vez que isso aconteceu, esperei-o para lhe servir o jantar e fui surpreendida ao vê-lo chegar acompanhado, fazendo da mulher a sua refeição. Ele dispensou-me e disse que não havia necessidade nenhuma de esperar sua chegada. E, por um motivo totalmente desconhecido, aquilo deixou-me triste e irritada.

Mas as imagens do casal continuam repetindo-se em minha cabeça. Ele a tinha pressionado contra a parede no hall de entrada, erguera uma das pernas da mulher e a penetrava ritmadamente. Dei um passo para trás para sair, mas apenas fiquei ali, imersa na escuridão, assistindo àquele homem devorar como um animal faminto. E Deus! Depois de tanto tempo sem sentir excitação alguma, minha libido foi às alturas e desejei estar no lugar dela naquele momento.

O ouvi dizer:

— Baixe as alças desse vestido e coloque seu seio em minha boca, pois quero mamá-los, gostosa.

Minhas pernas fraquejaram, minha calcinha umedeceu e gozei ali mesmo. É vergonhoso, eu sei. Nos dias que seguiram, o evitei o máximo que pude. Pois, cada vez que o via, minha vergonha transparecia no rubor em meu rosto.

Mas hoje não tive escapatória. O senhorio chegou para o almoço justamente quando não havia feito nada de importante. Todos os dias, faço seus pratos favoritos, segundo a senhora Carmone. Deixo-os preparados, caso ele chegue sem avisar, posso finalizar em poucos minutos. Após tantos dias sem sua presença, eu não o esperava. Então, aproveitei e desfiei a carne que assei para jogar na panela com tomate e alguns temperos, depois cortei fatias de pão italiano que não deixo faltar desde que descobri que o senhor Saints o adora.

Quando levei minha réplica de bruschetta e uma salada de folhas verdes, ele apreciou de tal modo que me tocou. Eu não gosto de ser negligente com as minhas obrigações, mas, infelizmente, a simplicidade é o que temos no momento.

— Desculpe, senhor Saints, e-eu não o esperava para o almoço...

— Eu que peço desculpas, Lisabeth. Deveria ter avisado – ao sentar-se, ele olha para os lados. — Cadê o Haniel?

— A senhora Gio insistiu em levá-lo, juntamente com Raffaele, para um passeio. E-eu não acho...

Raziel balança a mão no ar e completa minha frase:

— Não acha certo, blá-blá-blá – ele aponta para a cadeira à sua direita. — Sente-se e, enquanto comemos, conte-me mais sobre você. É correto que os empregadores tenham esse tipo de conversa com seus colaboradores, não?

Raziel - Trilogia Saints (livro 02)DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora