Prologo

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Das sombras, uma mulher surgiu na floresta, em seus braços um bebê. Ela corria o mais rápido que podia em direção a uma pequena cabana que se erguia em meio em escuridão da noite.

Ela bateu na porta, e um homem veio a atender.

- Já esperava sua visita - disse o homem

- Arnold meu amigo preciso que cuide dele, eu só confio em você para cuidar dele

- Não posso fazer isso, não sei lidar com crianças além disso logo irão me encontrar, afinal eu sou um condenado.

- Você não será rastreado. Você sabe como confundi-los façam pensar que está morto - disse a mulher severamente

- Você sabe que é perigoso!? Temos que guardar esse segredo para sempre! Ninguém pode achá-lo! - disse Arnold olhando para os lados, desconfiado que pudessem estar observando - Essa criança, ela poderá definirá o fim dessa guerra, por que não o deixam com os anjos? .

- Cuide dele, por favor! Você é o único em quem confiamos. Você conhece a profecia! Nunca permitiriam que ele sobrevivesse, ele não pode saber de nada! Não deixe que o descubram! Pelo menos não até ele ter a idade certa. Gabriel também o protegerá, não podemos confiar nem nos cavaleiros da luz - disse a mulher.

- Não! Não posso! Você não pode me pedir isso. Eles virão atrás de mim! Gabriel não poderá protegê-lo pra sempre, nem você, nem eu - respondeu ele com uma expressão de muito medo - Os demônios irão atrás dele, não há anjos capazes de protegê-lo da força de Lúcifer.

- Miguel tem um plano e expulsará todos demônios de volta ao inferno hoje , faça isso por favor se fizer isso perdoarei sua dívida, sua alma lhe será devolvida e não precisará nunca mais servir a mim mas proteja meu filho não deixem que o matem ou faça qualquer mal - disse ela quase suplicando ele lhe ajudar.

- Tudo bem farei isso por que sou seu amigo , contudo você sabe que terá que me dar mais poder. Não conseguirei enganar eles por muito tempo e Gabriel também terá que me ajudar, pois isso exigirá muita magia! Você sabe que, mesmo com todo meu poder, não conseguirei por muito tempo segurar a força que pode ter essa criança.

- tudo bem façamos isso - respondeu ela aliviada

Arnold então se levantou e foi até uma prateleira, pegou uma taça cravejada com rubis nas bordas, cheia de caveiras desenhadas por todos os lados. Colocou-a sobre a mesa onde estavam e disse as seguintes palavras: "Lucifer, potestatem dedit mihi de filia eius"

Em resposta a mulher disse: "Et dabo tibi filium potestatem adão"- dizendo, pegou uma adaga em seu vestido, cortou sua própria mão e derramou sangue até a borda.

Pegando o cálice, ele bebeu todo o sangue e o dois disseram ao mesmo tempo:

"hoc ita faciat , et sic adimplebitis"

- Vamos Lilith! Eles já estão chegando. - disse Gabriel, entrando pela porta da pequena cabana de Arnold - Descobriram onde você está! São muitos! Acho que não conseguirei sozinho.

- Saia daqui com meu filho e lembre-se, Miguel se sacrificou por ele, tudo que você fizer não será em vão .

- Não esquecerei! - dizendo isso, Arnold pegou um antigo livro, seu cálice e o pequeno bebê que dormia e nem imaginava o perigo que corria - Antes de eu ir-me, qual é o nome? Qual o nome da criança?

- Ele se chamará Daniel - disse ela beijando a testa do filho -Tchau meu filho, eu ainda irei te ver .

"peribit"- disse ele e simplesmente desapareceu com a criança.

Na pequena cidade Nazareth, um homem surgia das sombras e com ele um cesto, ele andou pela cidade em busca de uma casa. Pelas ruas escuras, mal iluminadas pela iluminação publica, ele percorreu até que chegou a um bairro com poucas casas. Contudo uma se destacava na escuridão, ela era toda iluminada. De cor branca, estava reformada, porém, se via nitidamente que era uma construção muito antiga. Chegando perto da porta ele tocou a campainha, o som estridente se fez ecoar por toda a casa.

- Já vai!- gritou um homem com uma voz nada contente em ser acordado esse horário da noite - O que precisa?

- Já não lembra mais dos seus amigos, John? - disse Arnold, abrindo um grande sorriso.

- O que você quer aqui ? Já não fizemos tudo que pediu? - disse John com cara de assustado, não era para aquele homem estar ali.

- Você se lembra de que nosso acordo se eu precisasse de mais alguma coisa você teria que fazer? E eu preciso de você agora - disse ele num tom de seriedade que chegou a causar arrepios em John

- Não, não irei fazer mais nada para você, saia da minha porta , não apareça nunca mais aqui! - disse ele fechando a porta na cara do mago.

- Se você não fizer isso eu retirarei meu encantamento e sua filha morrerá!

-Não pode fazer isso! Como você disse antes ela já não terá pertence a você - Disse John com certo tom de raiva em sua voz.

- Isso e verdade! Mas acordos podem ser feitos e desfeitos não é meu caro amigo? - disse o mago mentindo para ver se o homem o ajudava.

Ainda hesitante, o pobre homem abriu a porta e perguntou : o que precisa?

- Eu preciso que cuide desse bebe junto com sua família, cuide como se fosse seu, as crianças crescerão juntas como irmãos, você entendeu?

- De quem e essa criança?- indagou ele ao ver o pequeno bebe no cesto

- Não faça perguntas. A única coisa que precisa saber é que eu irei morar perto da sua casa, então não pense em jogá-lo por aí, pois eu estarei de olho. Quando chegar a hora certa eu explicarei tudo.

- Se eu fizer isso, a doença não voltará? Ela é a única coisa que eu e minha esposa temos, não pode tirar ela da gente.

- Se você fizer isso ela viverá como uma criança normal.

- Tudo bem, dê-me a criança, o que mais preciso saber dela?- disse John curioso.

-A únicas coisas que precisa saber agora é que ela é muito especial, tem muitas pessoas a protegendo e seu nome é Daniel.

- Protegendo do quê?

- Protegendo-o de demônios - dizendo isso o mago se virando e saindo da varanda com calma.

- Mas minha família quem irá proteger?! - disse ele assustado com a resposta.

- Não se preocupe, ninguém ira achá-lo, somente cuide muito bem dele - dizendo isso ele sumiu em meio a escuridão da noite.

Sozinho e com a criança, John o pegou em seus braços e observou o pequeno bebê, uma criança que parecia ser inocente, que dormia mesmo com todo aquela conversa.

Foi quando a criança pegou em sua mão. Num pequeno ato que todo bebê tem ele sentiu-se bem, uma paz interior foi tomando seu corpo sentimentos felizes.

- É, parece que Marie e eu ganhamos mais um filho! Só me resta uma pergunta a fazer, quem será você, pequeno Daniel? - disse ele colocando a criança de volta ao cesto e a trazendo para casa.

Daniel Shaw entre mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora