Capitulo XIII

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Enquanto estava no seu quarto Daniel se lembrou de todos os momentos que passou com Jess, ficou feliz por saber que ela o amava tanto quanto ele. Estava acordado quando ela chegou, contudo continuou fingindo que dormia para que ela pudesse passa a mão em sua cabeça como sempre fazia quando eram pequenos.

Ele então se levantou, se sentia diferente mais forte, não só fisicamente não sabia explicar.

Se lembrou do que fez na escola, da cadeira quebrada. Como pude fazer aquilo? Se lembrou de todos os pensamentos que ouviu, medos, raiva, esperanças. Se lembrou de Sara ela estava triste, depressiva e queria morrer. Era como se naquele momento ele fosse ela, então ele se lembrou do que viu.

Ele estava em uma grande casa, havia um homem em sua frente.

- Vamos compra sorvete papai?

O homem sorria e disse:

- Mas o dia do sorvete foi ontem – ele sorriu – vamos até a mamãe e vamos ver se ela concorda

- Mamãe vai concordar, eu convenço ela

Ele sorriu novamente, e Daniel foi em direção a mulher ela estava sentada na cadeira da cozinha.

- Mamãe vamos comprar sorvete?

-Não, você sabe que o dia do sorvete foi ontem, não pode comer todo dia

- Ah mãe só hoje prometo não pedir mais.

- Você sempre diz isso – disse a mulher sorrindo - mas ainda assim não vamos

- Eu prometo comer todos vegetais que vocês me mandarem

- Tudo bem, mas essa é a última vez está me ouvindo

- Está bem – Disse a menina sorrindo por ter conseguido o que queria

Ela foi em direção ao pai correndo feliz

- Papai! Papai! Eu convenci a mamãe nós vamos comer sorvete

- Oba – disse o homem meio cansado, mas ainda com sorriso no rosto – Vista seu casaco e vamos

A lembrança sumiu e retornou com os três voltando para casa, ele ia na frente e o casal logo atrás.

Foi então que a lembrança se tornou dor.

Um homem apareceu por entre as arvores e seguro-o, levantou uma arma e disse aos pais:

- Passem tudo que tiverem ou eu mato a garota

Os pais ficaram desesperados, Daniel só consegui ver o medo deles. Enquanto os pais retiram tudo que tinham, o homem relaxou o braço e Daniel pode se soltar e saiu correndo em direção aos pais. O homem vendo a criança correr apontou a arma e foi quando tudo aconteceu, o pai e o homem travaram uma luta corpo a corpo e um disparo pode ser ouvido.

A mãe disse a Daniel:

- Corra filha, corra e não olhe para trás

Ele correu, mas e olhou para trás o homem se levantou e seu pai não, a mãe corria para o cima do assaltante para tentar defender a filha e outro disparo pode ser ouvido.

Daniel se escondeu de medo dentro de um latão de lixo e ficou observando o homem, que revirou os dois corpos a procura de dinheiro, por um tempo observou para ver se via mais alguém e sumiu novamente na escuridão.

A lembrança acabou.

- Ela se sentia culpada, por seus pais a salvarem – disse Daniel de volta ao seu quarto, ele sentiu pena da garota.

- Como pude fazer aquilo? Quebrar a mesa, ler pensamentos como? – Ele pensou tentando achar uma explicação – e como ele a salvou? Quem era a voz que falou em sua cabeça? E como Gabriel sabia de tudo aquilo?

Daniel Shaw entre mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora