Tudo começou quando o garoto pelo qual sou apaixonada finalmente chegou em mim e conversou comigo. Mas ele não veio se declarar e dizer coisas como "eu sempre estive apaixonado por você e não sabia se você retribuiria meu amor, por isso não vim antes". Não, ele veio me dizer que alguém mandou meu diário virtual pra ele por email e pediu desculpas por começar a ler, pois ele não sabia de início que era um diário.
É, ele finalmente me notou. E fez de tudo pra me evitar e ficar o mais longe possível de mim. Eu sabia que ele tinha continuado a ler, eu sabia. Sabe como tive a confirmação?
Ele me convidou pra sair. Isso mesmo. E eu simplesmente vibrei, porque sabe como é, se o cara que você gosta te chama pra sair, você surta e diz Sim!! Até que você para e pensa. Por que ele te convidaria mesmo?
Quase liguei para o meu ex melhor amigo, quase. Porque eu precisava de conselhos. Como eu agiria nesse encontro? Era um encontro, ne? O que eu usaria? Como me comportaria?
Porém, Bryan e eu brigamos. Isso porque foi ele que mandou meu diário para o David. Então eu fui pedir conselhos pra minha mãe, e foi vergonhoso. Principalmente depois que ela descobriu que eu não ia sair com o David.
Ela segurava um vestidinho na mão, dizendo que estava esperando por esse momento a anos : o dia em que eu e o David finalmente sairíamos em um encontro.
– O qué? - eu exclamei, alarmada. - Por que eu sairia com ele num encontro? - perguntei, totalmente discrente.
– Não é com ele ? - ela perguntou, assustada. - Como assim não é com ele?
É, não foi nem um pouco legal. Me lembro de ter ficado vermelha que nem tomate e de ter participado de uma conversa que foi mais ou menos assim :
– É com o David, mãe, da minha escola. Não, você não conhece ele. Sim, mãe, eu já falei dele. Sim, mãe, o David sabe dele. Como ele se sente sobre isso? Por que o David deveria sentir algo sobre isso? É, ele não tem nada haver com isso. Ta bom, mãe. É. Pois é. - e isso durou por tipo, meia hora.
Ela parecia até que ia chorar, e eu também. A conversa tava estranha demais, então eu me mandei.
– Pois é, tenho que passar na biblioteca. Tchaw.
Só que eu não fui pra biblioteca, porque eu queria limpar minha mente. E fiquei andando por um tempão, até que me acalmei e voltei pra casa. Eu sei, foi infantil. Mas como você se sentiria se sua mãe chamasse o garoto que você ama de "esses garotos idiotas de hoje em dia" e brigasse com você porque você não ia sair em um -momento dramático- encontro com seu melhor amigo? O cara era como um irmão pra mim. Não consigo nem imaginar uma cena de romance entre mim e ele. Por exemplo :
Piratas do Caribe, no fim do mundo. William Turner virou capitão de uma tripulação amaldiçoada e só poderia ver sua amada a cada quatro anos. Como despedida, eles passam um dia todo juntos se beijando e conversando. Eu consigo me ver no lugar de Elizabeth Swan, mas Bryan no lugar do Will? Ele estaria mais pra Jack Sparrow (eu sei que está faltando um capitão). Ele é meu grande amigo de aventuras que me trai.
Pra se ter um exemplo, quando pintei meu cabelo de laranja pra ficar ruiva, um monte de gente na escola me zuou. Chegaram a me chamar de molho de tomate podre, macarrão azedo e caldo de salsicha. Isso me magoou pra caramba, e contei tudo ao Bryan. A primeira reação dele foi ter dado uma enorme gargalhada, e ele ainda ri toda vez que vê salsichas.
Continuando , então eu chego em casa e escuto minha mãe no telefone.
– Eu não sei, David, como você deixa ela sair com outro assim?
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Diário Virtual
RomansEssa é mais uma dessas histórias clichés, onde a protagonista é aquela garota excluída que é apaixonada pelo carinha popular. Me chamo Cassidy, mas prefiro que me chame de Kathe. Amo de paixão o David faz tempo, mas minha história começa mesmo quand...