5 - Adônis

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Narrado por: Adônis

Quem diria que eu iria encontrar duas deusas pelas ruas? — perguntei-me enquanto elas me fitavam como se estivessem famintas. Perséfone tinha olhos dourados e selvagens, como se fossem de uma leoa pronta para atacar; seu instinto era além da razão. Já os olhos de Afrodite pareciam dois rubis lapidados, avermelhados e não de forma rústica, assassina, mas sim de forma delicada e envolvente. O amor exalava de seus olhos, doces e sensuais.

Fitar as duas deixava-me excitado e com o coração fervendo em adrenalina, meus instintos diziam para entrar com elas no hotel e subir em um de seus quartos, tirarem suas roupas com meus dentes e deitá-las na cama e deflorá-las, profundamente até seus âmagos, e esperar ouvi-las gritarem de excitação e pedirem por mais.

Sentir novas sensações me deixava mais conectado ao mundo moderno, dormir com duas deusas era o que meu corpo arbóreo desejava naquele momento. Queria senti-las junto de meu corpo, saciar de seus seios fartos e rígidos, beijar seus lábios delicados e suculentos, abraçar suas cinturas do tamanho de meus braços e fazê-las parte de mim. A excitação me descontrolava e eu tinha que me concentrar na conversa à mesa.

— Não sou uma reencarnação como você querida — disse Perséfone, pelo que parecia as duas estavam em meio a uma discussão onde eu parecia ser o espectador — Sou filha legítima de uma deusa!

Afrodite a fitou com seus olhos de rubi, incrédula. Revirou os olhos e disse:

— Pelo menos sou submetida a reger o amor, o mais puro dos sentimentos e enquanto a você... uma deusasinha que ajudava a mãe na fertilização da terra e das lavouras, ajudava... patético.

Os olhos de Perséfone se estreitaram, pude ver nas pupilas douradas e felinas a raiva que se refletia. Quando imaginei que ela atacaria Afrodite, ela simplesmente respondeu, sem explodir:

— Depois que fui morar com meu primeiro ex, Hades. Aprendi novas habilidades e agora não sei apenas a fertilidade dos campos mas também de outras regiões férteis... — respondeu, mas seu olhar atrevido e luxuriante era direcionado a mim. — Sei mais coisas que você deusinha do amor e da sexualidade...

Vê-las brigarem por mim era até que excitante e me elevava um pouco, mas não queria que brigassem e sim que se beijassem e se deitassem na cama junto comigo e me amassem, me abraçassem e me fizessem de seu deus amado. Meus pensamentos as despiam enquanto davam agulhadas umas nas outras.

Sentir suas fragrâncias próximo de mim me deixava cada vez mais aceso e minha imaginação corria solta, almejando-as. Não queria ficar somente em sonhos lúcidos, queria também agarrá-las logo, de verdade, sentir suas carnes tocando a minha, ardente e pecaminosa.

Seria os nossos destinos acabarem em uma cama, os três, se entrelaçando eternamente?, pensei desejando mais que tudo que o destino tivesse aquele planejamento nas mangas. Um deus alfa que nem a mim precisava ser saciado o quanto antes. Por elas.

Ter vivido dentro de uma árvore com pensamentos eróticos resguardados, não fizeram bem para os meus poderes divinos. Eles pareciam fragmentados, fracos e tão podres e fétidos quanto à carne de minha mãe. Árvore imunda...

Uma pergunta insistente rondava meus pensamentos desvairados e me deixava com devaneios longos e incessantes:

Duas deusas seriam suficientes para acalmar meus desejos mais profundos e indomáveis?

Talvez...

Precisava levá-las, juntas e sem brigas, para o Olimpo acima construído por humanos. Lá veria o resultado e se elas poderiam saciar e me satisfazer da forma que eu bem pretendia.

Minha ereção dizia que ficaria satisfeito com o serviço delas.

O retorno das auras sombrias e da escuridão - contoOnde histórias criam vida. Descubra agora