Um Novo Recomeço ( SEGUNDO LIVRO )

[3]

Todos nós sentamos na mesa e de repente o silêncio se instala, Fatia e Carlos não param de olhar para Augusto e os meninos devem estar olhando como eles se parecem tanto.

Diogo e Millena cochicha entre eles e Matheus apenas olha para o prato sem dizer nada, aquilo estava incomodando a todos.

— Mamãe você pode nos levar para andar a cavalo? — Lorennzo pergunta de repente e até agradeço por quebrar o gelo.

— Levo sim meu amor, mas quem deu está brilhando ideia não me diga que foi seu tio Diogo. — Falo usando um tom de sarcástico.

Diogo era a pura tentação quando se juntava com os meninos ele sempre estava levando meus filhos para lugares perigosos, ou mirabolando ideias idiotas.

— Não seja sarcástica mamãe. — Lorennzo fala e todos dão risada.

— Me desculpe, mas foi ele né? — Eles concordam.

— Eu apenas comentei sobre os cavalos e eles falaram que queriam ir, não fiz nada. — Diogo tenta se livrar.

— Bom, eu conheço um lugar que tem cavalos se quiserem ir posso levar vocês. — Augusto fala chamando a atenção dos meninos que logo se animam.

— Deixa mãe por favor. — eles pedem em uníssono.

— Eu não sei se é uma boa ideia.

— Porque não? — Augusto pergunta.

— Os meninos nunca saíram sem mim e não quero que saiam. — Arrumo uma péssima desculpa já que os meninos viviam saindo com Mirella e Diogo.

— Pois venha junto. — Ele diz e nego com a cabeça.

Escuto baterem na porta e Fátima se levanta para atender.

— Tenho assunto para resolver, sou dona de uma empresa. — Falo omitindo o fato de liderar uma máfia assim fica mais fácil esconder isso dos meninos.

– Eu posso ficar no seu lugar. — Meu pai aparece entrando na sala de jantar junto a Fátima.

— Pai.

— Vovô!! — Os meninos abrem os braços.

— Pai?! Sr.Scotter? Você é pai dela? — Augusto pergunta sem entender nada.

– E meu também. — Diogo fala rindo da cara de Augusto.

— Augusto?! O que está fazendo aqui? — Ele revira os olhos.

— Bem, eu não tenho tempo para essas coisas e a decisão quem toma sobre meus filhos sou eu, fim de conversa. — Dou um fim no assunto.

Terminamos de jantar e me retiro imediatamente da mesa, eu precisava respirar um pouco ter ar puro e saio da mansão indo para o jardim.

A noite estava fresca e a lua estava cheia o vento bate levemente em meu corpo fazendo me arrepiar, me encosto na pequena mureta e olho para o céu.

— Mãe me dê uma luz!! — Falo passando as mãos pelos cabelos.

—Você poderia dar uma chance a ele. — Millena fala atrás de mim, olho para ela que dá risada. — Okay, não sou sua mãe mas tenho certeza que seria isso que ela diria.

— Talvez. — Concordo e volto a olhar para o céu.

— Vocês agora estão mais maduros e tem filhos juntos, acho que não deveriam entrar em discórdia logo agora. — Ela continua a falar.

— Millena eu não sei, sabe que me virei em milhares para manter esses meninos bem, sempre dei tudo de mim, sempre foi eu e eles e agora seu irmão vem assim como se nada tivesse acontecido...— Tento explicar tanto para ela quanto para mim.

— Não sei o que está sentindo, nem faço ideia mas não estou aqui para dizer o que está certo ou errado, estou do lado dos meninos, eles precisam saber. — Ela coloca as mãos em meu ombro fazendo com que eu me vire para ela.

— Eu sei...

— Então pense bem para não machucar as pessoas erradas. —Concordo com a cabeça.

Então ela beija minha testa e me deixa sozinha com meus pensamentos, eu deveria pensar nos meninos também sempre inventei milhões de histórias sobre o pai deles e agora o que eu iria dizer.

— Valentina? — Me viro e olho para Augusto ele está parado na porta com as mãos no bolso da calça.

Daquele jeito ele nem parecia alguém que havia me deixado para trás, alguém que nem se importou de como eu me sentiria, ele parecia alguém diferente daquele que se foi, respiro fundo eu precisava pensar com clareza não só por mim mais também pelos meus filhos.

— Acho que precisamos conversar. — Falo e ele concorda.

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