Sinto-me como um livro velho e empoeirado, esquecido no último andar de uma alta estante na casa de uma velha senhora. Até que um dia, um adolescente resolve vasculhar a sua biblioteca e encontra esse livro - que no caso sou eu. Começa a lê-lo, devora cada letra, decifra cada parágrafo para descobrir o mais veloz possível o seu final.
Pois bem, depois de tanto tempo meu livro finalmente é aberto e as verdades começam a ser expostas como em uma grande galeria de artes. A hora da caça começa! Que rufem os tambores pois Carter Thompson é um semideus e está pronto pra morrer!
Ironias a parte, tenho medo de verdade pelo que está por vir.
Despedimos-nos de Matt e deixamos o lindo parque para trás. O final do entardecer começa tonalizar o céu em azul escuro, nuvens cinzas se acumulam anunciando que uma tempestade está por vir.
Evan não para de falar o caminho inteiro! Pelos deuses! Estava quase chegando ao ponto de mandá-lo calar a boca. Seus assuntos eram tão variados e sem nenhuma importância, uma hora ele estava falando sobre pizza e de repente mudava completamente. Não aguentava mais aquele falatório e tive que por um basta nele.
- Hey, - paro abruptamente a sua frente e coloco minhas mãos em seus ombros - sei que está fazendo isso para tentar me distrair, porém não está dando certo. Por favor, para!
- Er... Okay desculpa - respondeu aflito - Só estava querendo ajudar.
O sátiro começa a nos direcionar para um dos diversos becos do Brooklyn. Ao virarmos a esquina, entramos em um beco sem saída onde possui duas grandes latas de lixo, caixas de papelão jogadas, uma caçamba aberta com moscas sobrevoando ao seus redor. O cheiro que sai dela é insuportável, algo como frango estragado misturado com shoyou e pasta de amendoim. Para completar o cenário nada agradável, o chão está sujo com um líquido preto - típico dos becos nova-iorquinos. Só espero que não surjam ratos. Eu os odeio. Trauma de infância.
- É realmente necessário pararmos aqui? - olho ao redor verificando se ninguém nos seguiu - Esse lugar não é nem um pouco agradável.
Paramos em frente a uma parede empoeirada de tijolos marrons. Sou completamente ignorado pelo sátiro que retira a mochila dos ombros e revira a mesma em busca de algo que não sei ao certo.
- Droga! Eu as coloquei aqui!
Ele fica de joelhos e começa retirar diversas latas de refrigerante, uma maçã - ou devo dizer metade já que boa parte da mesma fora comida. Depois de tanto procurar e praguejar por não encontrar o que queria, por fim ele tira uma pequena sacola que estava bem no fundo e quando a abre, algumas de dracmas de ouro reluzente surgem. De forma um tanto quanto bruta, puxa minha mão e me entrega uma delas, a moeda corrente do Monte Olimpo. Gravada de um lado tinha a efígie de Zeus e o edifício Empire State do outro.
- Por que está me dando isso? - pergunto intrigado enquanto Evan recolhe o que tirou da mochila.
- Semideuses que chamam o táxi da tormenta eterna. - ele disse como se fosse óbvio.
- Táxi da tormenta eterna? - pergunto confuso e analiso a moeda.
- É! - ele fica de pé novamente e afasta do muro - Faz assim, jogue a dracma que entreguei a você no chão e grite Stêthi ô hárma diabolês!
Seria muito estranho dizer que entendi tudo o que ele disse? Melhor dizendo, a parte em que fala em grego e como minha mente entendeu ser perfeitamente Pare, Carruagem da Danação!
- Eu não vou ficar gritando em grego no meio de um beco no Brooklyn. - bufo e troco o peso de uma perna para a outra.
- Pois bem - ele se aproxima, está tão próximo a mim que vejo perfeitamente seus poros -, então ache outra forma de chegarmos a Long Island em segurança e sem dinheiro.
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Luke Castellan e a Ordem dos Deuses
FanfictionApós a Batalha de Manhantan, Luke Castellan morreu bravamente, se redimiu de seus erros e salvou o Olimpo. Porém alguns deuses não ficaram satisfeitos com a sua simples condenação - a morte - e lhe deram uma sentença muito pior. Os Campos de Punição...