Assustado com a notícia, William fica em estado de choque:
—C-como assim? Como ela saiu daí?
—Eu não faço a mínima ideia. —Diz Christine surpresa.Enquanto os dois dialogavam olhando para a barraca, alguém se aproxima sorrateiramente, coloca a mão em seus ombros e fala serenamente.
—Sentiram saudades?
Os dois se viram devagar.—Aí meu Deus Hayley! Onde você estava?—Diz William aliviado.
—Como saiu daqui? —Pergunta Christine.
—Relaxa galera! Fui colher umas frutas que vi pela floresta mais cedo, achei que gostariam para acompanhar o café da manhã. Eu saí por traz da barraca, havia uma abertura secreta pra casos de emergência. —Diz Hayley calmamente.
—Nos deixou preocupados... —Diz Christine, um pouco chateada com a atitude.
—Perdão Chris, só queria fazer uma pequena surpresa. —Explica Hayley com sua doce voz.
—Tudo bem... —Responde Christine.Hayley odiava aquele clima pesado, onde todos ficam quietos, olhando uns para os outros. Para descontrair começa a arrumar as frutas na mesa improvisada, criando figuras aleatórias, como golfinhos feitos de banana saltando em uma piscina de uvas verdes, ela realmente tinha talento pra arte, mas resolvera não seguir esse rumo.
—Então gente, vamos comer?! —Pergunta Hayley, meio sem jeito.
—Claro! —Diz Christine, muito empolgada.
—Vamos... —Responde William.Após um bom tempo comendo e conversando, os três resolvem caminhar pela floresta para ajudar na digestão, mesmo sabendo que isso era apenas uma história que ouviam quando criança.
—Não me sinto muito confortável aqui. —Fala Christine, pressentindo algo.
—Por quê? —Pergunta William surpreso, nunca havia visto ela dessa maneira.
—Ela deve estar abalado com tudo que está acontecendo, seja mais sensível mano... —Diz Hayley calmamente.
—Oh, eu sinto muito... Não pensei direito antes de falar, perdão Chris. Posso te chamar assim? —Diz William de uma forma desajeitada.
—Tá tudo bem e pode sim. —Responde Christine, distraída enquanto olha fixamente para uma árvore.
—O que ela está olhando? —Pergunta William, falando o mais baixo possível no ouvido de Hayley.
—Eu não faço ideia... Hey Chris! O que houve? —Pergunta Hayley.
—Há sangue escorrendo dali. —Responde ela com seriedade na voz.
—Sangue? Aquilo deve ser tinta! Relaxa... —Diz William com seu jeito extrovertido.
—Meu Deus, aquilo não parece tinta! —Diz Hayley ao se aproximar.
—Não mesmo. —Diz Christine indo em direção ao tronco da árvore.A árvore era enorme, seu tronco afirmava sua antiguidade, suas folhas estavam bem verdes como todas na estação, exceto pelas manchas de sangue. Ao seguir as manchas de sangue, um pouco mais acima, se encontra um braço pregado estrategicamente próximo ao galho mais baixo, a mão estava fechada, com o dedo indicador apontando para outro lugar, como uma perfeita pista.
—Eu não quero nem ver qual será a próxima pista. —Diz Hayley, tentando disfarçar sua agonia.
Com o olhar perdido, Christine aponta levemente para o mesmo lugar que o braço arrancado.
—Temos que ir até lá. —Diz Christine com toda sua sede por mistérios.
—Por que iríamos lá? —Pergunta Hayley.
—Precisamos saber o que está acontecendo. —Responde William.
—Exato. —Diz Christine.Eles caminham devagar e com muita precaução, ao seguirem aquela direção começam a perceber pingos de sangue pelo chão.
—Eu sinto muito Chris, mas não posso continuar. —Fala Hayley, um pouco enjoada.
—Eu vou levar ela para a cabana, cuidarei dela. Tudo bem pra você? —Diz William, preocupado com Hayley.
—Tudo bem, vou descobrir o que houve... depois volto para lá. —Diz Christine.
—Ok, te esperamos lá. —Diz William ao começar a carregar Hayley.
—Até. —Diz Christine, seguindo o caminho de sangue.Ao ir caminhando por lá, Christine começa a ouvir barulhos um pouco assustadores por lá, se sente vigiada.
Ela caminha sorrateiramente até que algo despenca de cima da arvore.—O que é isso?Quem está me atirando bolinhas?!
Ao perceber que não recebera nenhuma resposta, Christine se aproxima e pega as duas bolinhas que caíram, ao olhar mais de perto, ela se desespera!
—Quem seria capaz disso?!
Não eram bolinhas de isopor como ela havia imaginado, eram olhos, olhos verdes que provavelmente vieram de um humano. Em sua mente, Christine começou a pensar:
—Eu conheço esses olhos...
~Enquanto isso na Cabana~
—Será que a Chris está bem? —Pergunta Hayley, muito preocupada.
—Ela é esperta e forte, vai se dar bem na floresta. —Diz William.
—Mas e se fizerem algum mal à ela?
—O que fariam?
—Eu não sei, mas está acontecendo tanta coisa ultimamente.
—Está com algum pressentimento?
—Quem costuma fazer isso é a Chris. —Diz Hayley com um ar de tristeza.
—Descansa um pouco maninha, vou arrumar as coisas. Logo Christine estará aqui. —Diz William fazendo carícias no cabelo de Hayley, para deixá-la mais segura.Hayley fecha os olhos e tenta tirar um leve cochilo na cama de solteiro que havia na cabana.
~Na Floresta~
Cada vez mais intrigada, Christine continua seu caminho.
A floresta era um lugar incrivelmente sombrio à noite, mas Christine gostava daquilo, ela amava a emoção de um novo mistério.
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O Mistério da Lagoa
Mystery / ThrillerCinco amigos, um assassino, uma maldição e a história mais aterrorizante vivenciada em um belo dia de verão.