Quem realmente é você?

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Hayley acaba cochilando em meio ao arbusto.

—Hey mocinha, o que está fazendo aí? —Diz Thomas de forma debochada.
—Qual é, Thomas! Cuida da sua vida.
—Parece que não é tão doce pela manhã, minha flor...
—Desculpe, só não estava afim de um diálogo agora.
—Mas, o que tá fazendo aí?
—Isso não é da sua conta.
—Claro que não...
—Onde está a Chris?
—Por que a preocupação?
—Por nada! —Diz Hayley exaltada antes de se levantar e ir em direção ao furgão.

A floresta estava calma e agradável pela manhã, cheirava à flores como quando chega a Primavera.
O clima estava agradável, mas Hayley estava preocupada, ela tinha medo que acontecesse mais alguma coisa que afetasse Christine.

—CHRIS? —Grita Hayley ao chegar na frente do furgão.

Christine abre a porta, com os cabelos emaranhados, uma camisola florida como o dia e suas pantufas de coelho, as quais não largava por nada.

—Bom di... —Christine é interrompida pelo seu próprio bocejo.
—Bom dia! Já tomou café? —Diz Hayley empolgada.
—N-não...
—Você me parece um tanto sonolenta... venha comigo até minha barraca, prepararei o café da manhã ao ar livre!
—Aconteceu alguma coisa? —Diz Christine com um ar desconfiada.
—Não... E-eu só pensei que... sei lá, pudéssemos conversar como antes. —Diz Hayley sem jeito.
—Ooh, tudo bem! Vou me arrumar e já te encontro.
—Estarei esperando aqui na lagoa!
—Ok!

Christine se empolga, veste seu vestido favorito e calça seu tênis, ela nunca foi chegada a outros tipos de calçados.
Então sorrindo, ela penteia seu longo cabelo em frente ao espelho que ganhara de sua amiga anos atrás.
Já pronta, Christine sai do furgão e vai rapidamente para a lagoa.
Ao chegar próxima a lagoa percebe que Hayley não está ali, então ela muda seu trajeto para a barraca de Hayley.
No caminho, Christine escuta um gemido vindo de um arbusto próximo a ela, então ela se aproxima e tenta descobrir do que a trata.
Ao mexer no arbusto ela se depara com algo não tão agradável assim:

—Meu deus, o que fizeram com você? —Diz Christine em choque.

Atrás do arbusto estava William, sem suas vestimentas, coberto por uma folha qualquer, estava amarrado com uma corda muito resistente à uma rocha, sua pele estava cheia de hematomas, seu rosto estava em pânico,  ele implorava com o olhar para que tirassem aquela mordaça imunda de sua boca.

Christine corre até o furgão para pegar uma tesoura, só assim conseguiria liberta-lo.
Ao voltar no local se depara com algo desagradável, aquilo era pior que uma morte para ela. Lá estava Thomas, bancando o bom samaritano enquanto tirava a mordaça de William.
Mesmo assim, ela se aproxima e começa a cortar a corda que o prendia.

—Bom dia amada. —Diz Thomas pra ela.

Christine o ignora ao revirar seus olhos tão intensamente como se fosse olhar seu cérebro.

—Pronto, está livre. Agora me conte, quem fez isso? —Diz Christine olhando para William.
—Eu não sei quem foi, já era tarde, estava tão escuro que mal conseguia enxergar o caminho para cá.
—Por que alguém faria isso?
—Eu não faço ideia.

Thomas sai do local sem que ninguém perceba.

—Onde está minha irmã? —Diz William.
—Na barraca dela, eu estava indo pra lá agora mesmo, vamos?
—Pode ser, me conta melhor isso?
—Isso o quê?
—Nada não, besteira da minha mente febria.
—Okay...

Com o coração disparando de tanta alegria, Christine chama Hayley do lado de fora da barraca mas para seu azar, ninguém aparece.

—Não disse que ela estaria aqui? —Pergunta William.
—Pelo menos foi o combinado, talvez ela esteja no ponto de encontro. Vamos até a lagoa procura-la?
—Vamos, espero que ela esteja bem.
—Eu também.

O caminho até a lagoa foi um tanto turbulento, ambos estavam com seus pensamentos presos em tragédias, algo comum da mente humana.
Ao chegar na lagoa, enxergasse os longos e levemente ondulados fios ruivos de Hayley, brilhando ao sol que arrencem acordara.
Encantados com tamanha beleza, William e Christine ficam imóveis proximo à ela.

—Gente! Está tudo bem com vocês? —Pergunta Hayley ao notar que não estava sozinha.
—T-tá sim... tudo bem. —Diz Christine boquiaberta.
—Eu estou bem também e você? —Diz William, um tanto quanto sem graça.
—Eu estou ótima! Vamos tomar café? —Pergunta Hayley, mais empolgada que o normal.
—Vamos. —Responde William prontamente.
—Vamos! Estou faminta. —Responde Christine, com a mão na barriga.
—Ok! hahah —Hayley se surpreende com o gesto e cai na gargalhada.
—Podemos passar na minha cabana? lá tem um refrigerante bem gelado que guardei e alguns pacotes de salgadinho. —Pergunta William, animado com a ideia.
—Podemos?? —Pergunta Christine, nada mexia tanto com ela quanto comida.
—Claro! Vamos lá. —Diz Hayley sorrindo docemente.

O grupo começa a caminhar em direção a cabana de William, ambos com um grande sorriso estampado no rosto enquanto jogam conversa fora, aquele foi o dia mais alegre do acampamento, até que...

—AÍ MEU DEUS WILLIAM! O QUE É ISSO?!—Pergunta Christine enquanto Hayley permanece em estado de Choque.
—Eu não sei, faz quase dois dias que não entro aqui! —Diz William tremendo.

Christine começa a pensar:

Não foi ele, ele não seria capaz de fazer esse tipo de coisa, seu sangue nem seu coração são tão frios assim.

Aquilo ainda era nojento para ela, não estava nos seus planos rever um índio morto, um assassino esconderia o cadáver logo depois do crime.

—Acho que perdi a fome. —Diz Hayley com os lábios brancos.
—Está tudo bem? —Pergunta Christine ao se aproximar dela.
—É clar...
Antes que completasse a frase, Hayley desmaia e é amparada por Christine, que em seguida a carrega em seus braços para a barraca.
William sem saber o que fazer resolve pegar suas coisas e sair daquela cabana.

—Christine, eu sei que é pedir demais mas... eu posso passar esses ultimos dias no seu furgão?
—Terão regras.
—Ok, Quais são elas?
—A primeira regra é: Jamais desobederecer as regras.
—E as outras?
—Regra número 2: Não ter regras, apenas acordos.
—Então?
—Sem encher a paciência, ok?
—Sem encher a paciência.
—Então tudo bem, pode ficar.
—Posso mesmo?
—Sim, mas o espaço maior é meu.
—Obrigado...
—Não tem de que. —Diz Christine com um leve sorriso.

William nunca havia visto o quão belo era o sorriso de Christine, nunca havia feito ela se sentir alegre daquela forma antes.
Já na barraca, William e Christine arrumam a mesa improvisada para o café na rua enquanto esperam Hayley despertar.

—Christine, Você viu o Thomas depois do incidente? —Pergunta William com um tom desconfiado.
—Não e você? —Diz Christine pensativa.
—Não... devemos nos preocupar?
—Claro que não, ele e sua babaquice ficaram bem em seu habitat natural.
—Okay, calma...
—E estou calma!
—Ta bom, vamos acordar a dorminhoca?
—Pode deixar comigo.

Christine vai em direção a barraca para acordar Hayley, mas ao abrir a barraca percebe que...

—WILLIAM! ELA NÃO ESTÁ AQUI.

O Mistério da Lagoa Onde histórias criam vida. Descubra agora