Sem Fim

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Christine nunca havera se sentido tão perdida em sua vida, em meio à todos aqueles acontecimentos ela não sabia o que fazer, se questionava sobre como não havia percebido nada nem ninguém que pudera ter feito tamanhas proezas como aquelas, mas em meio à tudo aquilo, pensava que talvez seja a maldição indígena que fora tocada naquele solo.
Depois de muito tempo refletindo sobre tudo aquilo, Christine resolve voltar logo para a cabana, precisava ter notícias deles e contar o que havia descobrido.

Após ter percorrido boa parte do caminho, Christine lembra que havia um pouco de bateria em seu celular, então decide ligar para William para ter notícias. Ela liga, o telefone toca, toca, toca... mas ninguém atende.
Com medo, ela apressa seus passos para os reencontrar logo.

Próximo à cabana, ela encontra uma caixa dourada de tamanho médio que pesava pelo menos 6,0kg.
Lembrando de suas experiências antigas, Christine pega a caixa e segue em direção a cabana.
Ao entrar na cabana vê William dormindo e percebe que Hayley não estava ali, então ela o acorda.

—William?
—Hã...
—Onde está Hayley?
—Hay...?
—WILLIAM!
—Oi! O que está acontecendo? —Pergunta William com os olhos bem abertos.
—Cadê a Hayley?
—Como assim? Ela foi atrás de você...
—E você deixou?! Seu idiota.
—Não havia como impedir, ela queria muito te ver.
—Eu te pedi pra cuidar dela!
—Não pude evitar, mas... o que tem nessa caixa?
—E-Eu não sei, acabei de achar.

Christine pega a caixa e a abre com toda delicadeza, ao olhar o conteúdo dela, Christine se desespera.

—Não... não pode ser...
—O quê?
—SEU BABACA DE MERDA!

Christine surta e se gruda de unhas em William, ela arranha seu rosto enquanto o bate.

—O que está acontecendo?!

Christine chuta as pernas de William, que cai em cima do colchão.

—Eu lhe pedi algo simples, eu apenas queria que cuidasse dela!

Cada vez mais nervosa, ela começa a dar socos no abdômen dele. Numa tentativa de defesa, William segura seus pulsos e a derruba na cama.

—Você está louca! O que de ruim poderia acontecer com ela?

Christine morde os braços de William deixando hematomas enormes, ele não aguenta a dor e solta seus braços.
Ela se levanta e grita caindo em prantos próxima a caixa.

—ISSO É SUA CULPA! Sua culpa... só sua.

Confuso com toda aquela situação, William tenta se aproximar da caixa.

—NÃO, Não, não... você não vai querer ver isso.
—Me diga o que houve.
—Não posso.
—Diga logo Christine.
—Não.

Irritado e com medo de ver do que se tratava, William se aproxima e tira a caixa das mãos de Christine.

—E-Eu não posso acreditar nisso...
—Nem eu, William...

Na caixa havia um coração, aparentemente humano, o coração fora arrancado recentemente pois ainda pulsava.

—E agora?
—Por que não podia me escutar pela primeira vez na vida? Agora ela está morta.
—Não foi minha culpa, eu não queria isso, eu não queria isso pra ela. —Diz William quase chorando.
—Há um bilhete.
—O que diz?
—"Cuide melhor das suas coisas docinho."
—Acha que Thomas tem algo haver com isso?
—Eu duvido muito.
—Por quê?
—Eu o encontrei, dividido por partes na floresta.
—Meu Deus! Temos que sair logo daqui.
—Vou pegar o furgão.
—Vou para meu Corcel.

Ao entrar no furgão, Christine coloca a chave no local e percebe que o veículo não tem nenhuma reação. Seu tanque estava cheio, então ela desce do veiculi para verificar o que estava havendo.
Ela não leva muito tempo para perceber que seu motor foi arrancado.
Com medo, Christine vai correndo em direção ao Corcel para pedir a carona de William.

—William, pode me ajudar? O furgão esta sem motor, preciso de uma carona.
—Queria muito poder ajudar mas estou na mesma situação.
—E agora?
—Ligue para a polícia!
—Boa...

Christine tenta, mas seu celular está fora de área.

—Droga!
—O que houve?
—Sem sorte, tente o seu celular.
—Não tenho mais um.
—Como assim?!
—Deixei ele com Hayley antes dela sair para te encontrar...

Já era noite novamente, não havia mais nada à se fazer, após pensar durante muito tempo em formas de escapar dali, Christine percebe que não há forma de sair dali naquele momento. Testando a sorte, ela diz:

—Vamos dormir aqui, ao amanhecer damos um jeito de sair dessa floresta.
—Está falando sério? —Pergunta William, surpreso com a ideia.
—O que mais podemos fazer, William?!
—Qualquer coisa que não seja deitar e esperar a morte!
—Temos que ficar aqui, sairemos o mais rápido possível quando amanhecer.
—Mas e se não estivermos mais aqui ao amanhecer?
—Devemos ser otimistas, atraimos tudo que pensamos.
—Não me venha com sua fisolofia de vida agora.
—Vai dar tudo certo, eu acho.
—Rezaremos por isso? —Diz William, com o sarcasmo de um ateu que aderiu recentemente toda teoria da ciência.
—Reze por Newton.

Pela primeira vez, William não sorriu de uma resposta rude de Christine, ele nem ao menos reclamou. Estavam ambos com um medo que consumia suas entranhas.
Christine arrumou suas coisas dentro do furgão e dormiu ali mesmo, William dormiu dentro de seu carro porém esquecera de trancar a porta, mesmo tentando com todas forças que tinham, William e Christine não conseguiram parar de pensar no amanhã.
A noite demora a passar. Estava silenciosa, silenciosa até demais. Uma das coisas que causou o despertar de Christine.
Ela olha para um lado e para o outro de dentro do seu furgão, não vê nada ameaçador, então resolve ir dormir novamente.
Em meio a escuridão da noite, uma pessoa vestida com uma capa longa e negra usando uma máscara vermelha que aparentemente se assemelhava ao rosto de um demônio com um sorriso macabro estampado, se aproxima do Corcel acinzentado de William.
A pessoa com a fantasia demasiadamente horripilante, abre a porta do carro com delicadeza, ao ver exatamente onde estava William, tira um pequeno lenço embriagado em um anestésico muito potente do bolso interno de sua capa, aquele anestésico era capaz de desmaiar William antes mesmo de acorda-lo, então com precaução colocou o lenço em sua via respiratória para completar a primeira etapa de seu plano, após desmaiar William o "Demônio Sorridente" o pega nos braços e leva até uma parte escura da Lagoa.
Naquela parte da floresta William fora amarrado de cabeça para baixo como um porco prestes a ser abatido. O efeito do anestésico estava quase acabando, então o misterioso ser amarra uma mordaça em seus lábios e desaparece em meio aquela escuridão.

O dia começa a nascer, então Christine sente o sol em seu rosto e desperta como uma princesa em um dos mais clichês  contos de fadas, sem lembrar de toda aquela situação.
Ao lavar seu rosto com uma garrafinha de água, ela pensa em chamar William para finalmente ir embora daquele lugar, então ela seca seu rosto na própria camiseta e vai em direção ao Corcel de William.

—William! Temos que... —Christine percebe que não há ninguém no carro e volta a se preocupar.

Ele não iria embora sem mim, ele mal sabe andar por aqui sem se perder, pensou Christine.

Com medo, Christine caminha sem rumo por aquela floresta imaginando tudo de ruim que poderia ter acontecido à William.

Mas e agora, quem é o assassino?

O Mistério da Lagoa Onde histórias criam vida. Descubra agora