Anos atrás...
Estava um dia congelante em Santa Isabel do Rio Negro, o que era estranho pelo fato de ser pleno dezembro. Porém, para o nosso pequeno grupo, nem mesmo neve os impediria de ir acampar.
Dito e feito mal passaram do meio-dia e eles já estavam com o pé na estrada. Por sorte haviam conseguido uma pequena vã escolar com o tio de Fernando, assim não teriam que se espremer nos bancos traseiros de um carro durante a viagem.
Poucos minutos se passaram até que finalmente chegassem ao destino tão esperado, Camping Paraíso. O local não era um sonho, mas havia área suficiente para que pudessem acampar sossegados. Alguns conjuntos de mesas e cadeiras de madeira estavam dispersos pelo gramado juntamente com barracas de aluguel as quais se pagava uma taxa caso quisessem usá-las, esse não era o caso deles que possuíam duas barracas próprias as quais compraram no site do Mercado Livre.
- Aquele casal de idosos que nos vendeu as barracas pareciam ser simpáticos - comentará Amanda quando os quatro estavam a montá-las em uma área mais distante dos outros campistas.
Com muita paciência e erros eles finalmente conseguiram deixar as duas estruturas de pé, isso já era passado das onze da noite e agora só lhes restava sentar ao redor da fogueira semi-pronta composta por galhos e cascalho. O fogo era um ótimo jeito de se esquentar naquele clima nada bom que havia se criado justo no dia que foram viajar. Não possuíam marshmallows, mas todos concordavam que as bebidas alcoólicas os substituiriam com sucesso.
Assim foi até aproximadamente três horas da manhã, se antes era impossível beber cinco garrafas de vodka em tão pouco tempo, o quarteto mostrou que era sim possível e o mesmo aconteceu com o fardo de cerveja que Fernando roubará da adega do pai.
- É melhor irmos dormir, Prevejo uma ressaca daquelas amanhã - dizia Aline, a qual já estava deitada dentro da barraca que dividiria com Amanda.
Todos concordaram com a amiga menos Luís.
-Vou no banheiro, volto em um minuto.
Dito isso o garoto caminhou em direção ao banheiro, mas logo mudou o percurso quando viu um pequeno lago iluminado pela Lua não muito longe de onde estava. Aproximadamente dez minutos se passaram até ele voltar para as barracas um tanto transtornado e acordar os amigos de forma apressada.
- Acordem logo - o loiro falou balançando a barraca das garotas.
- Caralho, Luís. O que você quer? - perguntara Aline que recém saía da barraca.
- Me pergunto a mesma coisa - respondeu Fernando que já estava acordado ao lado do amigo com cara de quem preferia estar dormindo.
Quando os três já estavam de pé esperando impaciente que Luís lhes dissesse por que havia feito aquilo, o garoto pôs-se a falar.
- Encontrei um corpo no lago - dissera de forma séria.
- Você... O quê?
- Luís, se isso for algum tipo de brincadeira eu juro que te afogo naquele lago sem pestanejar - ameaçara o moreno.
- Não é brincadeira, gente! Vejam com seus próprios olhos.
Logo o quarteto caminhou em direção ao lago e, quando pararam na beira do mesmo, não muito longe puderam ver uma silhueta boiando na água sendo iluminada pelo luar. Amanda gritou, mas logo o sol fora sufocado pela mão forte de Luís.
- Fique quieta, Mandy!
- Vamos enterrá-la - propora Aline, a mesma parecia ser a mais séria do grupo e a única que conseguira pensar em algo dadas as circunstâncias que se encontravam.
- Vão pensar que a gente a matou! - rebateu Fernando.
- Vão pensar que ela sumiu, não há nada que prove que a assassinamos. Vamos, me ajudem a tirá-la da água.
Os três se ajoelharam no gramado enquanto Amanda vigiava os arredores e se esticaram sobre a água para puxar o corpo. Quando o mesmo se encontrava em solo firme, o trio puxou para o meio do mato enquanto a morena ia buscar uma pá sem levantar suspeitas. Não muito tempo depois um grande buraco havia sido feito entre alguns arbustos selvagens e o corpo da mulher se encontrava no fundo do mesmo.
Amanda se debulhava em lágrimas enquanto os outros jogavam terra para tapar o que a pouco tempo haviam aberto.
- Vai dar tudo certo. Lembrem-se, nós estávamos dormindo e não vimos nada. Nada! - dizia Aline.
- Não sei se consigo mentir...
-Você consegue Amanda. Todos nós teremos que fazer isso. Será o nosso segredo, entendido?
O grupo concordou em uníssono.
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O Troco Macabro
Historia CortaToc Toc Toc Era o único som que se ouvia naquela ruela escura e vazia. Eu sabia que estava sozinho, mas era como se alguém me olhasse e fazia com que constantemente eu virasse para trás há cada passo que dava...