Capítulo 30

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- Não acredito...

- O que foi?

- Você estava espiando o Daniel tomando sol?...

- Eu? Tá louco?

- O louco aqui é você que fica dando uma bandeira dessas, tudo bem que quem está

do lado de fora não consegue ver aqui dentro porque o vidro é espelhado, mas se no meu lugar viesse seu pai e te pegasse aqui, aliás, ele sabe que você é gay?

- Tá tirando?

- Algum problema aqui?

- Nenhum, o Flavio estava...

- Estava tirando umas dúvidas sobre aquele trabalho de inglês...

- Tá certo, estou indo até a feira, avise sua mãe quando ela acordar.

- Tudo bem.

- Vai querer pastel?

- Sim, de calabresa com queijo.

- Ok.

O Flávio era um garoto até que bonito, não parecia ter mais que 20 anos, loirinho,

algumas marcas de acne no rosto, magrinho, usava um óculos de nerd, estatura média.

Acho que se ele não tivesse me interrompido eu teria contado para seu pai que ele espiava o meu namorado pela porta da piscina, eu queria ver só a cara do Carlos ao saber que seu filho era gay, mas isso era pra pagar sua língua cumprida, cuidou tanto da minha vida com a do Daniel que esqueceu de olhar o que tinha dentro de casa.

- Bom, o convite ainda está de pé, se você quiser vir tomar sol comigo e com MEU

NAMORADO, fique a vontade.

- Deixe pra outra oportunidade.

- Você que sabe.

- Mas agradeço pelo convite e muito obrigado por não ter contado nada pro meu

pai.

- Não tem do que agradecer, mas tome mais cuidado da próxima vez que quiser

espiar um homem seminu.

- Pode deixar. É melhor eu correr e apagar o histórico do meu computador antes que

meu pai volte. Tchau.

- Falou.

Cheguei à piscina, forrei a toalha na cadeira ao lado do Daniel e me deitei pra tomar

sol.

- Demorou, hein...

- É que tive um contratempo no caminho...

- O que aconteceu?

- Peguei o Flávio espiando você tomar sol...

- Quem é Flávio?

- O filho do Carlos.

- Sério? Hahaha...

- Pois é, o coitado ficou morrendo de medo que eu contasse pro pai dele.

- Mas você ia contar?

- Não sei, acho que se ele não tivesse me interrompido eu teria contado sim.

- Deixa aquele bosta do pai dele vim me aloprar que ele vai ver só.

Naquela época do ano em São Paulo chovia muito e fazia frio, eu já estava quase

curado da gripe, voltei a trabalhar na produtora e retomei meus treinos na academia.

Meu petit ( romance gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora