Capítulo I - O Princípio do Fim

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Tudo começou numa velha cidade em ruínas. Outrora haviam-lhe chamado LoEnertium. Era uma cidade relativamente pequena a cerca de sessenta quilómetros de Weefellow, a capital do reino. Fora outrora uma célebre cidade pelos seus feitos científicos. Lá surgiram as primeiras vacinas e a maior parte dos avanços da medicina devem-se às técnicas lá desenvolvidas.

Em LoEnertium existia um dos edifícios mais conhecidos do reino. Chamavam-lhe o Grande Hospital. Na verdade era uma espécie de grande laboratório, onde eram levadas a cabo as mais importantes pesquisas científicas. Uma pequena parte do Grande Hospital era reservada, como diz o nome, ao tratamento de pacientes da cidade e da maior parte das cidades e vilas vizinhas que tinham cuidados hospitalares bastante básicos ou quase inexistentes.

Apesar de ser uma cidade pequena, LoEnertium era bastante importante uma vez que era o centro de concentração de muitos viajantes, comerciantes, químicos e alquimistas. A Universidade era também um ponto muito importante e chamativo da cidade. Esta formava muitos dos químicos, cientistas e médicos que exerciam função no Grande Hospital e noutros hospitais e laboratórios importantes de outras cidades.

Fora há cerca de um século que se dera a destruição da cidade. LoEnertium foi atacada pelo reino de Portstatch, um reino que esteve em guerra com o reino de Weefellow durante muitas. A cidade foi ponto estratégico de ataque por ser uma das principais cidades em termos de desenvolvimento nas práticas de guerra e no conhecimento científico. Foi arrasada com facilidade por ser pequena e possuir defesas quase insignificantes perante a dimensão do exército inimigo. No entanto, Weefellow acorreu a LoEnertium conseguindo empurrar Portstatch de volta ao seu território e acabou por vencer a guerra com o terrível custo que foi a perda de uma tão importante cidade para o reino. Um tratado de paz foi assinado e até hoje se mantém... Até hoje!

Estava escuro em LoEnertium naquele momento, era já noite avançada.

O Grande Hospital em ruínas era assustador àquela hora. A penumbra e uma névoa rasteira cobriam o edifício e apenas a lua iluminava a cidade dos céus.

A vegetação à volta do edifício tornava a sua imagem mais denegrida. Altas árvores à sua volta e arbustos e heras que o envolviam.

Naquela noite nas catacumbas do edifício abandonado havia algum tipo de atividade. Um conjunto de homens trabalhava no laboratório iluminado. Parecia que nunca haviam abandonado aquele sítio ou então tinham-no reconstruído a partir do interior. Era genial, um laboratório relativamente moderno, dentro de uma infraestrutura aparentemente arruinada.

Eram cerca de sete os cientistas que caminhavam atarefados pelo laboratório, não menos que sete homens eram com certeza, todos com batas brancas iguais. Batas em modelo de aventais.

O mais velho de todos os cientistas era um homem com cabelo cinzento e barba desleixada e cinzenta também. Parecia um mendigo, um homem que já não cuidava de si havia muito tempo. Estava sentado em frente a uma mesa de trabalho a olhar através de uma espécie de microscópio rudimentar. Parecia impressionado. Os restantes cientistas continuavam o seu trabalho demasiado atarefados para

– Consegui. – murmurou. – Riow! Vem cá rapaz. – gritou o homem.

Um jovem rapaz levantou-se de uma das bancadas onde trabalhava perto de si e dirigiu-se-lhe. Talvez fosse o mais jovem dos cientistas ali, talvez até apenas um aprendiz.

– Diga mestre. – disse o rapaz prontamente ao chegar perto do velho. Nos olhos era visível a admiração e o respeito pelo mestre a quem se dirigia.

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⏰ Última atualização: Jan 27, 2017 ⏰

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