Capítulo 29

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Acordei no meio do mato, amarrada. Inferno. Tinha alguns caras armados lá. Me fizeram ligar pro Gabriel denovo. Dessa vez, foi uma troca de tiros feia. Eu consegui me safar, fui correndo para os braços do Gabriel, e então levei um tiro nas costas. Bom, não lembro de mais nada.

_Gabriel narrando_

No momento em que ela levou um tiro, eu prefira que fosse eu mil vezes do que ela. Sinceramente eu não queria que ela levasse o tiro. Já faz mais ou menos cinco meses que ela está em coma, nossa filha está com um ano e seis meses já.

Então, um mês depois ela saiu do coma e pode voltar pra casa, mas ela não se lembrava de mim, nem da nossa filha.

    _Bia_

--Bia: E aqui que eu moro?
--Gabriel: Nos moramos.
--Bia: Só nos dois?
--Gabriel: Não, nos temos uma filha.
--Bia: Sério?
--Gabriel: Sim. E você tem duas melhores amigas que moram aqui no morro. Luiza e Ana.
--Bia: Elas devem ser legais.
--Gabriel: Você as considera melhor pessoa do mundo.

  Pela primeira vez talvez eu conheci minha filha, Valentina. Gabriel parecia um bom homem. Disseram que eu levei um tiro, bem péssimo. No dia seguinte eu acordei, fui tomar um banho, e então abri o que eles chamam de "Closet".

--Bia: Nossa, isso tudo aqui era meu?
--Gabriel: Sim, é seu.
--Bia: Nossa quanta coisa.
--Gabriel: Isso é porque você não viu o quarto da nossa filha.

Logo que ele foi pra boca, eu fui cuidar da nossa filha. Eu acho que era o bebê mais lindo que eu já vi. Mais lindo mesmo. O quarto dela era lindo, aquela casa era linda. Então fiquei o dia inteiro cuidando dela, e assistindo TV. Quando ela dormiu eu fiquei na varanda.

  E engraçado porque eu não me lembro de nada. Ele diz que somos namorados a mais de um ano e temos uma filha, minhas "melhores amigas" parecem bem legais. Mas eu não me lembro de nada, e não sei como logo eu que apaixonei por ele, eu teria que me adaptar a novos costumes o médico diz que seria raro que eu me lembrasse de tudo.

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