Uma coletânea de cartas sem destinatário onde o remetente e o destinatário pode ser qualquer um de nós.
Cartas românticas, tristes, felizes, de superação, entre muitas outras.
Lê as palavras que ficaram por dizer ...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Era uma vez, um homem e uma mulher, dois jovens amigos que trocavam experiências e contavam tudo um ao outro, as conquistas, as fraquezas, os receios, os sonhos, os erros, tudo o que acontecia na vida dela eu sabia e tudo o que acontecia na minha vida ela sabia. Certo dia num passeio por um local não muito conhecido, perdemos o rumo e o norte, acabando por ir dar a um campo coberto por flores, amarelas, brancas, rosas, um arco-íris estava espalhado naquele chão, a brisa que soprava enquanto contemplávamos o lugar trespassava-nos o rosto, o sol lá no alto brilhava e aquecia a nossa alma. Muito tranquila e graciosa ela sentou-se numa pedra para observar a paisagem e poder descansar as pernas, enquanto isso apanhei algumas flores e fiz-lhe um ramo colorido e primaveril, quando lho dei ela esboçou um sorriso e pediu para me sentar junto dela porque tinha um segredo para me contar. Pediu-me calma e depois contou-me que estava a morrer, só lhe restavam poucos dias de vida, não aguentei e desmoronei, as lágrimas corriam-me pelo rosto, os tremores no corpo impediam-me de estar quieto. Ela abraçou-me e disse que tudo ia ficar bem, aqueles últimos dias seriam para aproveitar ao máximo e serem recordados para sempre por mim, pediu-me para no dia em que partir eu não chorar e encarar a morte como uma passagem e que um dia nos voltaríamos a ver. Saímos daquele campo e tivemos uma semana de pura adrenalina, fizemos e visitámos tudo o que gostávamos, provámos coisas que nunca tínhamos comido, cometemos atos de loucura e não parámos até ao dia da passagem. Numa das noite, ela pediu-me para voltar àquele campo no meio da floresta e despedir-se dele, entrámos no carro e fomos até lá. O céu estava cheio de estrelas, o cheiro das flores pairava no ar e a luz da lua cheia iluminava o local. Sentámo-nos no chão, encostados à pedra e ela deitou a cabeça no meu colo, apontou para o céu e disse que estaria lá em forma de estrela a olhar por mim, depois olhou-me nos olhos e sorriu, eu senti que aquele era o momento, sorri-lhe e ela fechou os olhos, depois as lágrimas começaram-me a cair enquanto a respiração dela parava. As últimas palavras que lhe disse foi "até breve!".