A Pedra

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Era uma vez, um homem e uma mulher, dois jovens amigos que trocavam experiências e contavam tudo um ao outro, as conquistas, as fraquezas, os receios, os sonhos, os erros, tudo o que acontecia na vida dela eu sabia e tudo o que acontecia na minha ...

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Era uma vez, um homem e uma mulher, dois jovens amigos que trocavam experiências e contavam tudo um ao outro, as conquistas, as fraquezas, os receios, os sonhos, os erros, tudo o que acontecia na vida dela eu sabia e tudo o que acontecia na minha vida ela sabia.
Certo dia num passeio por um local não muito conhecido, perdemos o rumo e o norte, acabando por ir dar a um campo coberto por flores, amarelas, brancas, rosas, um arco-íris estava espalhado naquele chão, a brisa que soprava enquanto contemplávamos o lugar trespassava-nos o rosto, o sol lá no alto brilhava e aquecia a nossa alma.
Muito tranquila e graciosa ela sentou-se numa pedra para observar a paisagem e poder descansar as pernas, enquanto isso apanhei algumas flores e fiz-lhe um ramo colorido e primaveril, quando lho dei ela esboçou um sorriso e pediu para me sentar junto dela porque tinha um segredo para me contar.
Pediu-me calma e depois contou-me que estava a morrer, só lhe restavam poucos dias de vida, não aguentei e desmoronei, as lágrimas corriam-me pelo rosto, os tremores no corpo impediam-me de estar quieto. Ela abraçou-me e disse que tudo ia ficar bem, aqueles últimos dias seriam para aproveitar ao máximo e serem recordados para sempre por mim, pediu-me para no dia em que partir eu não chorar e encarar a morte como uma passagem e que um dia nos voltaríamos a ver.
Saímos daquele campo e tivemos uma semana de pura adrenalina, fizemos e visitámos tudo o que gostávamos, provámos coisas que nunca tínhamos comido, cometemos atos de loucura e não parámos até ao dia da passagem.
Numa das noite, ela pediu-me para voltar àquele campo no meio da floresta e despedir-se dele, entrámos no carro e fomos até lá. O céu estava cheio de estrelas, o cheiro das flores pairava no ar e a luz da lua cheia iluminava o local. Sentámo-nos no chão, encostados à pedra e ela deitou a cabeça no meu colo, apontou para o céu e disse que estaria lá em forma de estrela a olhar por mim, depois olhou-me nos olhos e sorriu, eu senti que aquele era o momento, sorri-lhe e ela fechou os olhos, depois as lágrimas começaram-me a cair enquanto a respiração dela parava.
As últimas palavras que lhe disse foi "até breve!".

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