A GUERRA E O FOGO: A Rebelião dos Perdedores

II.

SOBRE A SAGA A GUERRA E O FOGO, ALGUMAS PALAVRAS INTRODUTÓRIAS. Referem-se a um breve diálogo entre crianças. Algo a envolver um estranho livro, sentimentos angustiantes e promessas indevidas. Teve início com uma revelação imprudente a um garotinho de olhos tristes.

Eu tive um sonho. Ela o havia dito. Com o quê? Ele a perguntou.

Com um livro que esconde em si os maiores segredos do homem. A garotinha o respondeu, satisfeita com a reação causada, em seguindo acrescentando: E disseram que, quem o tiver em mãos, por certo ganhará todas as guerras e será o dono da paz.

Aquilo entorpeceu o garotinho que a ouvia, tão acostumado com caos e guerra.

Poderíamos encontrá-lo, não acha? Ele sugeriu, pensativo. Nós dois. Nada poderá nos separar se o tivermos. Nada poderá nos tocar. O menino sorriu, como se apenas esta justificativa bastasse para sustentar tamanha ambição

Eram apenas crianças e nada sabiam sobre a vida. Apenas que o mundo estava em guerra. E que não os queria. O encontro entre os dois era a prova de que um mundo à parte podia ser criado, alheio a todo o resto, e onde conseguiam ser relativamente felizes.

Longe de refugiados, longe de armas e de ofensivas que apenas traziam mais mortes. Uma ilusória sensação de paz, paralela ao provável e ao sugestivo.

Não me abandone. Ele havia dito. Eu não tenho a mais ninguém.

Não se preocupe. Ela o respondeu, certa sobre o quanto aquele garotinho era especial para si. Aonde quer que você esteja, eu irei te encontrar. Seja o que for que te atormente, eu irei te salvar.

Fizeram um juramento com seus dedinhos, enquanto ele a dizia.

Nunca esqueça das promessas que fez. Nunca se esqueça de mim.

E então, ela o disse, com fé e convicção.

Nunca me esquecerei de ti. Assim como sempre teremos a Deus.

Sorriram, embora pouco entendessem sobre isso. Já há algum tempo, tal nome remetia-se a nada mais do que a uma suposta canção perdida nos confins da mente humana. Como se apenas a lembrança de que essa um dia existiu fosse capaz de relembrá-los da luz.