Capítulo 7

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- Oh meu Deus você está bem? - Kihyun correu checando meus braços e rosto para ver se eu estava machucada.

- Posso saber onde você estava? - Shownu perguntou de forma grossa. Coloquei a mochila no chão, na entrada da porta.

- Eu é que pergunto: Por que simplesmente não posso sair da escola e ir tomar um chocolate em um café!? Pelo que eu saiba sou emancipada e você não é minha mãe, muito menos meu pai - Queria me bater por estar agindo de forma tão infantil e mimada.

- Mas eu sou seu marido - Ele disse em um tom cortante e alto.

- Marido? Você é um maníaco por controle, isso sim! - Aumentei o tom de voz também.

Os meninos se entreolharam e saíram da sala nos deixando a sós. I.M relutou alguns instantes olhando para mim, entretanto eu assenti engolindo em seco e ele subiu pela escada de madeira escura, rumo ao segundo andar com um semblante preocupado. Não queria que ele assistisse as cenas seguintes.

- Agora me diz - Prossegui - E desde quando maridos mandam em suas mulheres? - Senti meus olhos marejaram e eu gostaria de entender o motivo.

- Aqui na Coréia você me deve respeito. As coisas aqui são diferentes do que lá no ocidente - Ele estava tão grosso hoje.

Em um dia ele demonstra ciúmes e é extremamente doce e no outro ele mostra possessão e é incrivelmente rude. Quantas personalidades ele pode ter?

- E por que eu tenho que te dar satisfação e você não? O machismo chegou e ficou aqui não é mesmo!? - Por que eu estou gritando? - Eu não sei para onde você vai, ou o que você faz. Mas você tem que saber cada minuto da minha vida. Quer saber? Meu marido? Aonde? Não foi você mesmo que disse que o nosso casamento não é válido aqui. Estou reconsiderando a ideia. Casamento não é com brincar de casinha Hyunwoo. Casamento envolve amor e eu não estou vendo ele aqui.

Shownu me olhava estático e depois de um longo momento de silêncio ele respirou fundo e se pronunciou.

- Eu me preocupo com você. Eu já te disse, eu tenho medo de te perder. - Ele disse de forma mais serena, deixando os gritos de lado.

- Ok - Passei a mão de forma frustrada no meu cabelo enquanto a outra estava em minha cintura - Mas eu só queria ser livre um pouquinho. - Demonstrei com o indicador e o polegar - Eu sei me virar, não preciso de ninguém me controlando vinte e quatro horas por dia. - Me virei de costas para ele.

- Isso sobre o casamento é verdade? - Ele perguntou com a voz meio abatida.

- Estou pensando seriamente nessa possibilidade. Eu já exigi muito de você durante esse tempo que estou aqui.

Escutei passos no piso da sala. Meu olhar estava fixo no jardim do lado de fora, na entrada da casa. Senti braços me envolverem pela cintura e um arrepio percorrer pelo meu corpo. Como ele pode ser tão bipolar? No instante em que ele grita comigo, no outro, ele me acolhe em seus braços.

- Me desculpa? - Ele sussurrou no meu ouvido e foi o suficiente para minhas pernas ficarem moles como nunca antes. Ele plantou um beijo na minha cabeça e afrouxou o abraço. Ele realmente me tocou? Estou surpresa com o contato físico tão próximo da parte dele.

- Eu não sei o que te dizer - Me virei para ele - Eu sou muito grata a você. E pode até parecer ingratidão o jeito que eu estou falando. Mas eu não estou acostumada. Eu errei em não te responder a mensagem, eu sei, mas eu também fiquei muito chateada quando os meninos me tiraram do café daquele jeito. Eu estava fazendo amizades sabia?

Ele fechou e abriu os olhos, acho que é um tique ou mania que ele tem. Sua respiração parecia descompassada por conta do peito largo e forte subindo e descendo.

HOPE - Monsta XOnde histórias criam vida. Descubra agora