Capítulo Especial

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~{Narração Changkyun}~

O apartamento estava vazio. Parece que nem o acaso, destino seja lá como chamam está do meu lado. Parece que todos resolveram me largar no momento em que estou com mais medo. Meu coração está descompassado, a boca seca e as pernas mais moles que gelatina. Ando de um lado para o outro, ou melhor, de uma ponta a outra do sofá cinza escuro da enorme sala de visitas do apartamento, assombrado com pensamentos um tanto quanto diferentes para mim.

Covinhas em bochechas rechonchudas aparecem contra minha vontade em minha mente, e por mais que eu aperte os olhos renegando aquilo à voz de Alexia plantando a semente da dúvida em mim retorna em meus pensamentos. Minhas pernas pedem por um descanso e me sento no sofá apoiando os cotovelos sobre os joelhos e escondendo meu rosto entre as mãos. Ele está lá em cima, a alguns passos de mim. Estamos sozinhos...

- Oh gosh! - Exasperei entre as mãos.

Eu Lim Changkyun estou realmente gostando de um garoto? Eu sou gay? Imagino seus lábios rosados e seu sorriso. Seu corpo é tão... Atraente. Mas, me ensinaram a gostar de meninas. Mas meninas me atraem também, tanto quanto Jooheon me atrai. Deus por que é tão difícil? Tão complicado? Conversei com Hyungwon, o único, aliás, além de Alexia, e ele me disse que é normal. Então porque eu ainda custo a me renegar? Sendo que eu desejo tanto tocar aqueles lábios?

- Senhor - Exasperei mais uma vez e minha voz saiu abafada graças as minhas mãos.

- Chang está tudo bem com você? - Saltei de susto com a voz de Jooheon. Ele me olhava atrás do sofá com um sorriso curioso nos lábios.

- Não - Respondi de forma sincera.

- Oh - Ele mudou a expressão para preocupação - Posso ajudar em algo?

- Pode - Me levantei do sofá.

Ok eu estou louco. Liguem para a Alexia e mandem-na vir para casa com enfermeiros do manicômio para me levar para bem longe daqui. Pulei sobre o sofá e me aproximei de Jooheon que me olhava sem entender nada. Assim como eu me aproximava dele, dando um passo para frente, ele dava outro para trás.

- Deus da pra parar - Segurei em seus ombros com força, só depois percebendo o contato. Um arrepio repentino percorreu minha pele. Meu corpo estava atento como nunca antes e engoli em seco com a nova sensação.

- Cara você tá bem? - Jooheon parecia assustado com a minha atitude. Mas ao mesmo tempo a curiosidade não deixou sua face um só segundo.

Eu não sabia o que estava fazendo, apenas aproximei meus lábios dos dele sem nem mesmo imaginar o que poderia acontecer depois. Era estranho, confesso, mas não deixava de ser empolgante ao ponto de um frio intenso ter tomado a minha barriga e minha bile subir e descer em minha garganta ao engolir em seco. Desejo. Era o resumo da obra no momento. Jooheon não se afastou muito menos ficou parado, ele avançou assim como eu e segurou minha nuca.

O toque dos seus dedos perto dos ralos cabelos na altura do meu pescoço fizeram minha pele arrepiar mesmo o apartamento estando com um calor insuportável como em um verão latino-americano. Seus lábios rosados e cheinhos se aproximaram até certo ponto. Ele fechou os olhos e tocou os meus. Eram doces e macios, como algodão doce misturado com mel. Mel. Jooheon odeia mel, mas seria um excelente apelido para o sabor dos seus lábios.

Sua outra mão encaixou na minha cintura me trazendo para mais perto de seu corpo. Grandioso e quente eram os braços de Jooheon. Não resisti muito tempo com os olhos abertos a sensação maravilhosa de ter os lábios fartos dele se encaixando nos meus me consumindo de tal forma que eu fechei meus olhos me deliciando com o momento. Minha língua atrevida até demais pediu passagem que logo foi concedida para a cavidade bucal mais macia e receptiva que meus lábios já sentiram.

HOPE - Monsta XOnde histórias criam vida. Descubra agora