A sós

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CAPÍTULO 7 A SÓS

Carolina Oliveira

Ouvi os gemidos de Henrique vindos do banheiro. Meu Deus, não acredito que ele está se masturbando enquanto toma banho.

É um filho da mãe.

Rolei na cama tentando achar uma posição confortável naquele colchão molenga. Abri os braços e as pernas ocupando quase todo o espaço daquele colchão fedorento. Tudo naquele moquifo de chalé era desagradável, quem em pleno século vinte e um não tinha um mísero ventilador. Eu estava suando.

Eu me derretendo de calor aqui, o estômago dando um nó de tanta fome e o bastardo maldito com a barriga bem cheia de bolo se refrescando em um longo banho batendo punheta.

Argh... estava para nascer um homem que fizesse meu sangue ferver como ele, absolutamente tudo naquele infeliz me irritava.

Tentei não pensar nele, em como ele estaria com uma das mãos apoiadas na parede enquanto a outra agarra seu membro longo e grosso, a mão ensaboada subindo e descendo em um movimento, á agua escorrendo pelos seus músculos bronzeados. Apertei as coxas e me revirei na cama, apertando os olhos com força, tentando não pensar em nada e falhando de forma miserável.

Droga! Esse calor está insuportável.

Ouvi o barulho da água diminuir até cessar por completo. Será que ele havia g0zado. Esfreguei as mãos no rosto, e enxuguei as gotas de suor que se acumulavam por meus seios.

Não eu não tinha nada haver com isso, não sei nem porque eu ainda estava com esse brucutu na cabeça.

Click. Aquele era o som da luz do banheiro sendo apagada. Ouvi seus passos se aproximando.

Caramba que calor.

A cama rangeu debaixo de meu corpo, o colchão se movimentou quando Henrique deitou na cama. Ainda de olhos fechados e com a cabeça virada na direção oposta eu não me aguento e pergunto

— Você está vestido? — Digo com a voz irritada.

— Claro que não. — Eu não preciso nem vê-lo para saber que está sorrindo

Peão maldito.

Esse cara tinha um sério problema com roupas.

— Pode ao menos colocar uma cueca.?! — Aquilo não era uma pergunta e sim uma ordem.

— Eu até poderia, mas não vou.

— Eu até poderia, mas não vou.

Desgraçado! Como é que eu iria dormir com ele pelado do meu lado? Isso era impossível, se bem que, talvez ele estivesse fazendo isso só pra me provocar, ninguém em sã consciência dorme nu.

Rá! Como eu não percebi que aquilo era um blefe? Esse brucutu só estava tentando encontrar um jeito de me afrontar e me botar pra correr. O filho da mãe até me deixou sem comer... Claro que tudo aquilo teria volta.

Fiquei sem me mover, e a temperatura naquele quarto subiu um pouco mais, talvez eu devesse abrir a janela... Meu estômago roncou alto em um protesto nada silencioso, gritando para ser alimentado.

Ah... que fome. Será que ele ouviu? Ele não pode ter dormido tão rápido.

— Henrique? — O chamo em um sussurro.

Silêncio absoluto.

Tentando não fazer barulho eu viro o rosto na direção dele. Dormindo. Observo os detalhes de seu rosto por alguns segundos. Os cabelos arrepiados, as sobrancelhas escuras e grossas, o nariz reto e fino, a barba bem cerrada. Olhando assim até que ele era bonito, o problema era que sua beleza era suprimida por sua estupidez.

Bruto ***Degustação***Onde histórias criam vida. Descubra agora