Capítulo 2

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Kyungsoo

O apartamento de JunMyeon é impressionantemente chique e um pouco grande para alguém que mora com dois gatos. Os móveis eram de causar inveja. Todos de marcas caras em tons creme e turquesa. Eu amava essa cor, a minha favorita. E pelo visto é a dele também. Haviam três quartos na casa: duas suítes e um quarto de hóspedes. Ele me deixou ficar em uma das suítes, e até parecia que mais alguém viva com ele, pois o quarto estava limpo e arrumado, e a roupa de cama provavelmente fora trocada pela empregada que, segundo ele, vinha apenas duas vezes na semana. Fiquei com um pouco de pena, sabe? Ele é tão sozinho.

– Fique à vontade – disse JunMyeon, próximo ao batente da porta. – Sinta-se em casa para fazer o que quiser.

Agradeci a ele, mas ficar muito à vontade seria difícil.

Ele disse que teria que voltar ao trabalho e só chegaria em casa depois das 22h00. E quando ele saiu, me senti sozinho novamente. A tristeza me fez deitar na cama, pegar o celular e olhar as fotos que Jongin e eu tínhamos tirado na nossa última viagem à Jeju.

Meu marido é tão lindo. Eu me apaixono mais toda vez que olho para ele. E olhar para sua foto só me fazia querer estar em seus braços, beijá-lo, ser tocado por ele. Não fazia nem um dia que eu estava fora de casa e eu já queria voltar.

Não consegui me segurar. Abri o aplicativo Kakao Talk e enviei uma mensagem para ele.

"Amor, eu não aguento mais ficar sem você. Por favor, vamos resolver seja lá o que for. Vamos conversar e eu tenho certeza que tudo se esclarecerá e terminaremos fazendo amor pelo resto da noite."

Ele demorou uns 10 minutos para visualizar e então responder:

"Você deve estar se divertindo muito onde está. E eu estou ocupado cuidando do filho que você deixou para trás. Fique onde está."

Sua mensagem foi o suficiente para me fazer chorar o resto da tarde.

~~ * ~~

O relógio marcava 18h e eu despertei de um cochilo que mal percebi chegar. Meu nariz estava entupido e meus olhos colando devido às horas que passei chorando. Me levantei da cama e, meio cambaleante, segui até a área de serviço, onde ficavam as vasilhas de ração dos gatos. Os bichos estavam tão esfomeados que quase pularam no meu colo quando abri o pote de ração.

– Me desculpe – pedi, alisando o pelo branco da gata fêmea. – Eu cochilei.

A gata não me dava bola, só queria comer. Enquanto os observava, escutei o barulho da porta de entrada (que ficava na sala) sendo aberta. Corri até lá com o coração um pouco acelerado, com medo de ser alguém não convidado. Foi um alívio ver JunMyeon. Estava com o terno preto jogado sobre as costas, gravata solta e a pasta marrom de couro na mão. Parecia cansado, mas sorriu ao me ver.

– Deu comida aos gatos? – ele perguntou, vindo até mim.

– Sim, acabei de dar. Eu cochilei um pouco e...

– Tudo bem – ele deu uma batidinha leve nas minhas costas. – Eu consegui sair mais cedo. Sabe, eu me senti mal em te deixar sozinho com comidas congeladas na geladeira. Não era a recepção que eu queria dar.

Lhe sorri. Não sabia o que dizer.

– Eu estava pensando – ele continuou. – Que tal sairmos para jantar? Gosta de comida italiana? Conheço um restaurante excelente. O chef é italiano e meu amigo.

Eu adorava comida italiana. Jongin e eu costumávamos jantar em restaurantes italianos quando queríamos comemorar uma data especial.

– Acho uma boa ideia.

48 horas sem eleOnde histórias criam vida. Descubra agora