Estar na superfície é como descobrir um novo mundo, um mundo que eu não conhecia. Agora eu sou a prioridade, sou a que todos buscam, sou a cura pro mal que assola a todos.
Não há relógios e também não há noite ou dia. Tony é misterioso como sempre e seu olhar me impressiona cada vez mais, ele sempre parece querer me dizer algo.
- Char, vamos, temos que ir. Quanto mais demorarmos, pior fica. - Klaus continua.
- Não. Eu não vou, eu preciso me entregar, é o que eu devo fazer, minhas células podem salvar milhões de vidas lá embaixo, podem fazer todos voltarem pra superfície e construir uma nova vida. - Os rostos inexpressiveis dos dois demonstra que eu jamais irei fazer isso, eles não irão deixar. - Eu vou me entregar e nenhum de vocês dois irá me convencer do contrário.
- Char, se você fizer isso, estará colocando não só a risco sua vida, mas a nossa também, afinal, fomos nós que tiramos você de lá.
Klaus está certo. Não posso fazer isso. Eles dois são tudo que eu tenho agora, já que descobri que toda a minha vida foi uma farça e que praticamente tudo que eu vivi foi falso.
- Vamos, temos que continuar. Eu prometo Char que vamos encontrar um jeito e toda aquela gente será salva, não somente as pessoas selecionadas, mas todos. Eu prometo pra você. - A veracidade naquele olhar era impressionante, mesmo sem ele saber o que realmente aconteceria, fazia me sentir segura.
Avançamos até um local onde já não havia mais água, nem árvores. Parecia um deserto, um longo e cansativo deserto pra se atravessar. No final via-se prédios corroídos envoltos por trepadeiras. A areia era de cor azul, diferente de tudo que apresentavam pra nós nos livros. Não sabíamos o perigo de andar sobre aquela areia, tínhamos pouca água e algumas frutas silvestres.
- Klaus, você tem certeza isso ?
- Char, é a única maneira de chegarmos lá, a caminhada deve durar pelo menos dois dias.
- Mas e se não houver nada Klaus ? E se chegarmos lá e simplesmente não existir mais esse lugar ?
- Se não houver, aí então deixamos você decidir por você. - Eu assenti com e então partimos.O Sol queimava nossas cabeças e o suor escorria por todo corpo; mas a areia era gélida, fria e sem vida, mesmo na temperatura em que se encontrava ela permanecia assim, gelada, como se tivesse chovido durante décadas e nunca tivesse brotado o sol. De repente eu avistei uma cabana, bem no meio do deserto.
- Klaus, por que tem uma cabana ali?- Ele virou-se para olhar e fez como se nem houvesse visto.
- Não deve ser nada Char, deve estar aí a muito tempo, assim como o resto das coisas. - Mas eu sabia que não, eu sabia e sentia que havia alguém ali e assim que paracemos pra descansar, eu confirmaria isso.Quando o sol deu uma trégua e a temperatura diminuiu um pouco, comi um pouco das frutas silvestres, fazia tempos que já não sentia mais o gosto de outra coisa, já estava me habituando. Tony havia pegado 3 colchonetes da base e dado a mim e Klaus. Me ofereci pra ficar no primeiro turno, não sabíamos o que aquelas terras escondiam então decidimos nos revesar na vigia.
Então, assim que vi que os dois haviam pegado no sono, decidi ir até a cabana, não ficava muito longe de onde estávamos, no máximo um quilômetro. Peguei a faca que estava perto de Klaus sem que ele percebe-se e me pus a andar.A cabana por fora estava com alguns rasgos. Era como lençóis sobre alguns pedaços de madeira, estava tentando me encorajar a entrar, eu sentia que precisava, mas não conseguia evitar o medo.
Quando entrei tive a confirmação do supunhava. Havia uma cama e algumas panelas ao canto, o aquecedouro parecia ter sido acesso a poucas horas. Quem quer que estivesse ali estava nos vigiando e sabia de nossa presença. Me pus pra fora do local, quando fui puxada e senti uma faca em meu pescoço. Suas mãos eram fortes e me seguravam de modo em que estava sentindo meu braço quase se quebrar.
- Estávamos esperando por você a muito tempo, pequena Charlotte.
.....
Oi oi oi gente, a partir de hoje infelizmente os capítulos serão um pouco menores, mas eu prometo voltar a escrever toda semana. Como vcs devem ter notado, eu retirei o livro por um tempo, por motivos pessoais, mas agora estou de volta. (Eeeeee), enfim. Não esqueçam de favoritar e comentar pra dar aquela moralzinha, em semana que vem, mais um capítulo. Beijinhos.
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Triagem
General FictionCharlotte tem quinze anos e desde sempre vive no subsolo da terra devido a uma explosão solar, ela sempre se sentiu estranha e desconfortável por viver ali e para sair, seu único meio é passando pela Triagem, mas logo ela descobre que o mundo não e...