Adam para um pouco para descansar. Caminhava já há dois dias. Ele senta numa grande pedra que lhe parecia estranhamente confortável. Devia ser o cansaço.
Agora era dia, mas mesmo assim, parte do céu estava escuro como a noite. Conforme o horizonte alcançava o castelo de Eagor, aos poucos, a luz tornava-se trevas. Conforme chegava aos Campos Sombrios.
Ele sorri… Um nome nunca havia sido tão apropriado.
No extremo oposto, estava a cidade. Lá encontraria as crianças, e, com sorte, respostas.
Ele respira fundo e olha para baixo… Ali estava o frasco.
Os poucos viajantes que cruzavam com ele não faziam ideia da importância de seu conteúdo. Mas em verdade, talvez ele próprio não soubesse.
Adam olha para o frasco fixamente. As estrelas giravam em seu interior, orbitando umas as outras e modificando a cor da substância no processo.
Mas de que uso eram as estrelas num frasco? Não sabia. Não sabia e queria saber. Sentia uma curiosidade tremenda. Com um simples puxão poderia libertá-las. Mas não o fazia.
Adam levanta-se e continua sua caminhada.
Algumas horas depois, ele chega a Cidade do Leste.
O cheiro da metrópole inunda suas narinas. Isso é, o cheiro de sujeira, frutas, pessoas, cachorros, cavalos e merda.
Várias carruagens passavam ao seu lado enquanto ele andava pela multidão.
O caminhar de Adam flui, levando-o em direção à praça. Afinal, ele havia estado muitas vezes na cidade. Sabia seus caminhos. Seus segredos.
Ele entra num beco longo e estreito.
Apoiados nas paredes, alguns mendigos comiam um pouco de pão duro e velho. Mas era pão e, logo, mais do que tinham num dia comum.
Adam cobre seu rosto com o capuz e caminha por entre eles sem vacilar. Os mendigos o cumprimentam silenciosamente na passagem, reconhecendo um companheiro que também conhecia os caminhos. Em poucos minutos, havia chegado.
Logo à frente da praça, havia um orfanato. As crianças que buscava nunca haviam morado ali, mas mesmo assim, costumavam vir para brincar e aprender.
Ele observa a praça por alguns minutos, tentando encontrar as crianças com os olhos. Mas entre as dezenas de pequeninos, os que buscava não estavam.
Adam caminha até a entrada do orfanato e bate na porta duas vezes. Ninguém responde. Quando está para bater novamente, uma mulher aparece por trás da porta, espiando pela fresta.
- Sim?
- Olá! Meu nome é Adam. Eu estou em busca de três crianças de rua. Elas não eram do orfanato, mas acredito que costumavam brincar por aqui.
- Ahh, sim. Você deve estar falando de Nanna, Mash e Jaya.
- Sim, essas mesmo.
- E o que você quer com elas?
- Salvá-las.
- Desculpe?
Adam percebe que havia sido honesto demais.
- Humm… eu quero salvá-las dessa vida de rua, sabe?
- Então você vai adotá-las?
Adam pensa um pouco. Não sabia exatamente o que dizer.
- Sim. Sim, vou adotá-las.
- Isso é maravilhoso! - Diz a mulher, finalmente saindo de trás da porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eagor e as Estrelas
FantasíaHá muito a escuridão cortejava Eagor. Quando ela vai atrás daqueles que ama, o mago resolve finalmente tomar providências. Adam, seu ajudante, implora para que mudasse de ideia, mas sua mente estava feita. As estrelas, suas melhores amigas, seriam s...