Why'd You Only Call Me When You're High || ProjetoAM

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Com o projeto na cabeça, agora eu percebo as vielas lotadas com rostos desconfiado e entorpecidos.

A ideia de Alyssa sobre a fumaça foi minha salvação. O único problema é como irei abordar as pessoas. Não posso simplesmente chegar e falar "oi, então, estou fazendo um trabalho sobre drogas e preciso tirar fotos de vocês". Será mais difícil do que eu pensei. Mas não posso deixar isso me impedir. Essa pode ser a minha chance de mostrar ao mundo que eu sou talentosa e quem sabe até conseguir um emprego melhor. Disperso o assunto quando vejo o meu ponto se aproximando. Desço os degraus do ônibus e continuo o curto trajeto até o apartamento.

O Bairro Francês parece bem mais acolhedor agora que finalmente reparei nos locais mais carentes de Nova Orleans. Philip e eu dividimos o aluguel de uma casa que foi transformada em apartamento. O estabelecimento é de três andares com a pintura em um tom avermelhado que acompanha a curva arredondada da calçada. Mas o que realmente enche os olhos são as sacadas de ferro com padrões delicados que contornam toda a sacada dos andares superiores.

Subo as escadas para o terceiro andar e abro a porta, encontrando Phillip ainda deitado no sofá com a mesma roupa de ontem. Chego devagar para ver se ele ainda está adormecido e balanço a cabeça quando confirmo minhas suspeitas. Phillip Mantock pode receber o prêmio de pessoa com mais sono do ano. Sorte dele que não precisa trabalhar, já que seus pais são soldados e ele recebe uma quantia alta todo mês. Uma vez ele veio com o papo de que queria pagar todo o aluguel e as parcelas da minha faculdade, ficamos sem conversar por uns três dias. Depois ele me pediu desculpas e nunca mais tocou no assunto.

Então ele nem se preocupa em conseguir um emprego. Mas, para compensar, eu o faço cuidar da casa. Sei que não é uma tarefa que o agrade, mas tem que ser feito.

Tomo um banho rápido e preparo minhas coisas para a aula de hoje. Volto para a sala, Phillip está quase caindo do sofá. Não consigo conter meu sorriso ao reparar a expressão serena em seu rosto. O nariz fino, boca delineada e rosa tão intenso que chega a ser quase vermelho. Todos os seus traços casam com seu cabelo negro, liso e grande. Eu sou fascinada neles, sempre que posso, estou mexendo e ele não parece se incomodar. Queria conhecer os pais dele, a beleza dos dois deve ser imensa, já que o filho saiu assim. Mas Phillip não fala muito deles, nem nunca me mostrou foto.

— Phillip... — chamo, passando a mão por sua testa. — Phillip, vamos, você precisa acordar e se arrumar para a faculdade.

Ele resmunga qualquer coisa e abre os olhos. Parece confuso, mas sorri quando me vê o encarando. Seus olhos quase somem por causa do sorriso, o deixando com uma feição de criança. Antes que eu possa me afastar ele pega meu pescoço e me abaixa, me beijando. Suas mãos me seguram com firmeza, quase com medo de que eu escapasse. Meus lábios gelados em contraste com os dele é a melhor sensação. Posso fazer isso o dia todo, mas essa posição é bastante desconfortável, então me solto.

— O que foi? — pergunta, parece entristecido.

— Nada, só é um pouco difícil desse jeito que você me abaixou. E você precisa levantar e ir tomar um banho.

— Só se você tomar junto.

— Eu já tomei banho.

— Eu não me importo.

Começo a me afastar, essa conversa irá se prolongar demais se alguém não parar. Ouço Phillip bufar e vir correndo em minha direção. Penso em correr, mas eu já estou em seu colo, sendo levada contra a vontade para o banheiro. Antes de me colocar no chão ele tranca a porta para depois me prender contra a parede. Seu nariz encostando no meu. Respiração ofegante e cabelo bagunçado. Todos os ingredientes necessários para me fazer esquecer de tudo, e só pensar nesse momento e no que estamos prestes a fazer.

— Indianna...

— Phillip...

A tensão paira no ar, quase dá para tocá-la. Ficamos apenas olhando nos olhos um do outro por um instante. Sua pele é tão branca contra a minha negra, parece a combinação perfeita, como café com leite. Quando ele se aproxima, devagar, fecho os olhos, esperando para sentir seu toque a qualquer momento. E mesmo que nós já nos beijamos inúmeras vezes, sempre é uma sensação nova.

O beijo passa de suave, para urgente. Phillip me agarra, e eu solto um suspiro misturado com gemido. Meus pêlos ficam arrepiados e meu coração acelera quando as mãos habilidosas dele começam a abrir os botões da minha camisa. Abro os olhos e vejo Phillip com o rosto avermelhado, ele sorri ao ver meu sutiã de renda e não consegue desviar os olhos.

Em questão de segundos já estamos debaixo do chuveiro, roupa e tudo. Nunca vi Phillip com tanta vontade que nem hoje, parece que algo aconteceu durante o tempo em que dormia, ou talvez o motivo seja que já faz um tempinho que estamos "na seca". Acho que devíamos fazer isso mais vezes. Parece que cada vez é diferente e minha vontade só cresce. E então me lembro que havíamos combinado que da outra vez, seria a última. Mas suas mãos contra a minha pele, seus lábios me beijando em todos os lugares imagináveis, minhas mãos em seu corpo forte e nossas respirações se encontrando me deixam completamente fora de mim. Como se nada importasse naquele momento. E, vamos combinar, Philip era muito bom. E eu precisava dele.

— Phillip — chamo, estamos deitados, ainda um pouco molhados pelo banho.

— Hm?

— O que estamos fazendo?

— Eu sei que estou curtindo o melhor momento que tive em semanas. — Seus dedos percorrem meus cabelos ondulados numa carícia gentil.

— Você entendeu. Não tínhamos combinado da última vez, que seria a última vez?

— Indie — Phillip respira fundo, e ouço as batidas lentas de seu coração. — Por favor, esqueça isso. Eu sei que você não quer um relacionamento, então vamos manter assim. Eu te quero seja como for, vai me dizer que você não gosta quando estamos juntos?

Percebo o toque magoado em sua voz, ele aperta mais seus braços a minha volta, com medo que eu escape. Não sei o que responder. Seria mentira dizer que não me entrego aos beijos de Phillip, e que não derreto sob o seu toque. Mas também seria mentira eu dizer que quero namorá-lo. Que desejo ficar falando coisas melosas todos os dias. Nós não somos assim, somos intensos, a coisa vai além de palavras cobertas de açúcar.

Ainda não sei o que responder. Fico em silêncio e me aconchego mais nele, colocando meu rosto na curva entre o pescoço e o ombro. Aproveito que já perdemos alguns horários de aula e fecho os olhos. Phillip não fala mais nada, acho que está chateado comigo, esse silêncio está me deixando louca. Coloco meus lábios perto do ouvido dele e sussuro: — Tudo bem...

Hey Indie People! O que acharam do capítulo? Intenso não?

Esses dois vão dar o que falar!

Quero me desculpar pela demora. Tive um problema imenso com a minha conta do wattpad, mas agora estou de volta!

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