• Terceiro capítulo

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Força equipa! Força equipa!

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Força equipa! Força equipa!

A quem queremos dizer?
Nós vamos dizer isso alto,
Porque estamos orgulhosos.

P-A-N-T-E-R-A-S!
Orgulho da pantera! Orgulho da pantera! Estamos subindo, então afastem-se!
Nós somos os melhores; estamos aqui para vencer,
Poderosa pantera aqui de novo!

O cheer da equipe apesar de ser gritado em uníssono parecia estar cada vez mais distante dos meus ouvidos. As vozes se misturavam, eram como sussurros para mim. Há dois dias, desde que eu soube da gravidez, não conseguia dormir ou levar minha vida da mesma maneira que sempre levei.

Meus pés vacilaram, por um instante não fui de encontro ao chão.

— Samantha, você está dispensada — Abigail, nossa treinadora, vociferou. — Já é a quarta vez que você erra, assim não temos como continuar. — Sua mão agarrou meu braço, me puxando para longe das meninas.

Sentia minhas costas queimarem, com certeza o olhar de todas pairavam sobre mim. Meus olhos ardiam, uma mistura de sentimentos tomava conta de mim. Frustração, por não estar conseguindo fazer o que eu sempre fiz de melhor. Medo, das consequências que a gravidez traria para minha vida. Impotência, minhas mãos estavam atadas sem saber o que fazer em relação a tudo que estava acontecendo.

— Se você está com algum problema, o deixe bem longe dos treinos. Você sabe muito bem como as coisas funcionam aqui — sua voz dura fez com que uma lágrima escorresse em meu rosto, a senti morrer em minha boca.

— Tudo bem. — Não esperei por algum protesto ou resposta, apenas sai correndo dali.

Agradeci pelo ginásio estar completamente vazio por conta do horário. Segui até a última fileira da arquibancada, me sentando em um lugar que eu ficasse menos visível.

Levei meus joelhos até meu peito, os abraçando. Abaixei minha cabeça, deixando todas as lágrimas se sentirem livres. Não me lembrava do momento em que minha vida tinha se transformado em um completo inferno, ou melhor, eu me lembrava muito bem, mas gostaria mais do que tudo que ele não passasse de um pesadelo.

Conviver com a culpa e com o arrependimento era algo terrível, não conseguia mais olhar nos olhos das pessoas. Todas mesmo sem saber de nada pareciam me julgar, era sufocante. Não ter ninguém para dividir o que estava acontecendo piorava tudo. Contar para Liam estava fora de cogitação no momento, ou até eu decidir o que faria.

Não sabia dizer quantos minutos se passaram desde que fui parar ali, mas já me sentia ofegante com o meu choro interrupto.

— Está tudo bem? — Uma mão tocou meu queixo, o erguendo com delicadeza. Encarei seus olhos negros, era Thomas. Seus braços rodearam meu corpo, o puxando para seu peito, aconcheguei meu rosto na curva de seu pescoço.

— Não gosto de te ver chorar — sussurrou. Ergui meu olhar, o encarando. Seu polegar tocou a maçã do meu rosto, afastando uma lágrima dali.

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