CAPÍTULO 3

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Ouço alguns bipis, pessoas falando, tento abrir os olhos com dificuldade mas até isso dói, como o resto do meu corpo.
Começo a sentir meu lado esquerdo do peito afundando, a angústia de não conseguir respirar e o bipar descompensado.

— Parada cardíaca, chamem o doutor. —falou uma voz feminina que ia se distanciando a cada piscada minha, até que eu apaguei.

Era 2011, vejo meu amigo de infância Henry se aproximando, sinto meu rosto esquentar, vejo como ele está crescido e mais bonito. Seu sorriso alarga a cada passo de aproximação juntamente com meu nervosismo. Eu sei sobre seus sentimentos por mim e ele sabe meus sentimentos por ele, que é tão forte quanto. Mas ele apenas me entrega uma flor, seu sorriso some e um semblante de tristeza aparece, desliza as costas de sua mão no meu rosto, e se afasta... Porque ele tá se afastando? A lembrança não é assim.
— Onde você está indo? Não me deixe aqui sozinha.— Ele nada diz, nem olha pra trás e segue seu caminho.— Eu te am...

Sinto uma onda de eletricidade sobre meu corpo me puxando de volta, e como se estivesse muito tempo sem respirar, puxo o máximo possível de ar com desespero. Eu preciso ver o Henry. E apago novamente.

O que eu fiz para te merecer?Onde histórias criam vida. Descubra agora