CAPÍTULO 6

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Depois de dias esperando, finalmente liberaram Henry à visitação. Me alertaram que ele já havia acordado porém não  estava reagindo.
Eu não sabia o que fazer, o que dizer mas sabia precisava vê-lo.
Olho ao redor do meu quarto e vejo a caixinha colorida que Henry me deu, com várias fotos nossas, desde quando éramos só duas crianças inocentes até os dias mais atuais. Peguei ela e sai do quarto.

— Bom dia gente,— dei um beijo na testa do meu pai e outro na minha mãe.- Estou de saída.

— Não vai nem ao menos tomar café?— papai perguntou.

— Só uma maçã tá ótimo.— peguei a maçã e dei apenas uma mordida me sentindo enjoada de tanto nervosismo.

— Você está emagrecendo muito minha querida, cuide-se...

- Tá bom mãe, tchau. - Acenei e peguei as chaves do carro.

Em casa tentamos deixar o clima mais normal possível— o que não me deixa confortável—, meus pais evitam falar de Henry e eu então evito falar com eles, pos Henry é o único assunto que eu quero agora.

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Adentrei naquele recinto azul e branco, congelante devido ao ar- condicionado. Me arrepiei. Não só pelo ar mas também por medo, medo de ver Henry.

— Bom dia!— a recepcionista loira chamou minha atenção para si.— Posso ajuda-la?

— Bo-bom dia, eu vim visitar  Henry Müller.

A recepcionista que estava sorrindo mudou o  semblante para pena, que me fez gelar.

— Só preencher essa ficha.— Ela me entregou um papel e uma caneta. Assenti  e os peguei.
Preenchi todos os dados com a maior calma, para prolongar mais aquele momento, eu realmente estava com muito medo.
Tremendo dei a assinatura final e me levantei voltando à recepção.

— Pronto.— Entreguei-lhe a folha.

— Obrigada, quarto 320 sexto andar, elevador a esquerda, final do corredor.— Dessa vez  decidi não olhar para seu rosto. Agradeci e fui ao elevador.

Nele tocava uma música de fundo, que deixava o clima ainda mais tenso.

Quando as portas se abriram levei um susto que me trouxe a realidade e a cada passo mais próximo ao dito cujo do quarto eu pensava em dar meia volta e ir pra casa  correndo como uma garotinha assustada.

— 320.— Respirei fundo e abri a porta.

O que eu fiz para te merecer?Onde histórias criam vida. Descubra agora