Capítulo 1

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As seis horas em ponto eu estava de pé. Eu estava radiante. Hoje seria meu primeiro dia na faculdade de letras e eu não poderia me atrasar. Como se isso fosse hábito meu. Levantei da cama e minha mãe ja havia posto minha roupa sobre a cômoda, ja estava passada. Isso parece estranho eu tendo dezessete anos de idade e minha mãe cuidar das minhas coisas. Talvez seja pelo fato de ser filha única. Não revire os olhos não sou mimada. Não muito. Talvez eu seja um pouco.

...

Quando entrei na cozinha mamãe ja havia preparado a mesa para o café. Meu pai sentava a direita e ela a esquerda, ambos com sorrisos de orelhas a orelhas. Eles estavam muito felizes por mim. Quando a carta da faculdade chegou pelos correios dizendo que eu tinha sido aprovada, mamãe gritou tanto que os vizinhos chamaram a polícia.

- Bom Dia mãe. - beijei ela. - Bom Dia pai. - beijei ele.-

- Bom dia filha.

- É. Hoje é o dia. - falei.

- Esta preparada querida ? - perguntou mamãe.

- Sim. Muito preparada.

- Estamos tão orgulhosos de você meu bebê. - mimou minha mãe.

- Eu sei. Amo vocês.

Pego um sanduíche e um suco. Penso em como vai ser lá na faculdade. Pesquisei muito sobre. As vezes eu fico com medo, mas as vezes fico tranquila prefiro pensar que tu ocorrerá bem. Despeço dos meus pais e pego minha mochila para ir para o ponto de ônibus. Não gosto muito de esperar o ônibus no ponto, sei lá. Tenho comigo que algo possa acontecer

...

... oitenta e quatro, oitenta e cinco, oitenta e seis, oitenta e sete, oitenta e oito, oitenta e nove e noventa. Conto os passos des da minha casa até o ponto de ônibus, não por diversão, faço para evitar a velhinha do 210 pois ela reclama a bessa, o cachorro do 208 pois se eu olhar para ele pega isso como um desafio, o senhor tarado do 204 e a gravida solitaria do 200. Não esperei muito pois o ônibus chegou em seguida. Não estava muito cheio, o que foi uma maravilha. Sentei no banco que da acesso a janela pois gosto de ver as casas se passando.

- Sami? Sami? É você? Não creio.

Olhei assusta em sentido a voz que chama meu nome.

- Sabrina?

- Sim. Sou eu em carne e osso.

Sabrina é uma menina que me ajudou a sair das garras do Eduardo um garoto que usava aparelho e óculos, se vestia como um "debiloide", mas isso foi no primeiro ano do ensino médio e então viramos amigas, mas eu terminei os estudos e Sabrina ficou no primeiro ano.

- Quanto tempo nós não se vê.

- Não nos vemos!- corrigi.

- Você sempre chata. Mas enfim o que faz por aqui?

- Estou indo para a faculdade. E você, ainda no primeiro ano?

- Eu ja sabia da sua faculdade, o diretor William estampou sua cara no mural de recados elogiando-a e não, não estou no primeiro eu passei pro segundo ano.

- Ah. Que legal.

- E você tem visto o "gaguinho fedorento".

- Sabrina. Ele não é gago. Não, não o vi des do primeiro semestre do segundo ano.

- Dizem que ele se mudou para a capital. Mas não sei.

- Bom. Tenho que ir. Foi um prazer reve-la. - disse saído escada abaixo.

- Ainda mesquinha.

- Eu ouvi.

- Mas era para ouvir.

Sabrina sendo Sabrina. Em um dia o Eduardo me abordou na saída da biblioteca. Perguntou se eu gostaria de namorar com ele. Quando ele falava cuspia na minha cara e seu aparelho era sujo de comida. Sabrina chegou de repente e disse que o diretor William gostaria de me ver. Então ela me salvou.

A universidade estava cheia de meninos e meninas. Eu senti medo na hora. Peguei minha caderneta onde tinha anotado algumas regras para não ser feitas na universidade.

1. Não fale com calouros.

2. Não faça amizades.

3. Não defenda os que estão sendo zuados.

4. Não vai a festa com ninguém.

5. Não pegue nada de comer com alguém, pode ser droga.

6. Se encontrar alguém se amassando de a eles dez reais como voto de que não vai contar.

7. Não coma fora do refeitório.

7 regras a não ser cumpridas na faculdade. Caso cumpra sofrera pelo resto do ano.

...

Caminho até a sala 110 e entro. Estava um pouco vazia. Me sento na primeira cadeira das quarta fila do lado esquerdo.

- Não senta ai. - gritou um menino.

Iria perguntar o por que mas me lembrei da regra 1 .

Todos entraram na sala e depois entrou um professor de meia idade.

- Bom dia. Bom dia é o cassete. Aqui não é o ensino médio. Se quiserem alguma coisa. Ralem para conseguir. - falou ele.

Achei bem grosseiro da sua parte. Depositou em cada mesa que estava na sala e disse: - Leia. Olhei na capa estava escrito: Aprendendo a fazer : Resumos.

...

Quando deu a hora do intervalo eu ja estava vesga de tanto ler. Parecia que ele juntou os parágrafos só para provocar. Estavam enormes.

Peguei minha refeição e lembrei da regra 7.

Doce Perigo.Onde histórias criam vida. Descubra agora