Quem é ele?

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03/04/2017

- Estou deitada no chão atordoada. Uma multidão de pessoas, que eu nem se quer percebi quando chegaram, surgi como formigas a minha volta, perguntam tantas coisas e sugerem histórias totalmente absurdas, sobre um acontecimento em que eles nem ao menos viram. 

Jhecie chega abrindo caminho em meio a multidão, exagerada como sempre, começa a vomitar milhares de perguntas:

 - O que aconteceu? Por que o Ângelo está sangrando? por que esta no meio da floresta? O que vocês estavam fazendo? E porque vocês estão tão distantes da festa? Gleyce!!! Por que seu braço esta sangrando!?

Continuo ali, sentada no chão, silenciosamente atônita. Como se estivesse ouvindo, porém não entendendo absolutamente nada do que diziam. Sem ao menos me dar conta do passar do tempo. Permaneci estática, apenas observando o Ângelo sangrando, jogado naquele chão frio. A ambulância então chega, e os paramédicos nos conduzem para dentro. Por um instante acho que volto a mim, porém prossigo de cabeça baixa todo o percurso até o hospital, relembrando e digerindo o acontecido, e a unica coisa que ecoa em meus pensamentos é a pergunta "Quem é ele?"

***  

já no hospital, eu ainda estava perplexa, não conseguia montar as frases em minha cabeça, para relatar o que tinha acontecido. Uma enfermeira começou a me fazer um monte de perguntas, as quais eu não soube responder. Quando fui saindo um pouco daquele estado de choque, a primeira coisa que falei foi um grito chamando por Jhecie...

- Oi Gleyce falaram que você estava me chamando. Quer me contar o que ouve ali? - Interroga-em cautelosamente preocupada.

Eu inspirei profundamente por um instante, ainda com a cabeça baixa e pedi-lhe que trancasse a porta, então comecei a falar baixinho:

- Tinha um garoto, ele estava em meio as árvores, eu fiquei um tanto curiosa, ai decidi me aproxima, foi quando o Ângelo surgiu do nada e me atacou, ele estava bêbado, tentou me beijar a força. Eu não sei bem o que ouve, só sei que o tal garoto me salvou do nojento do Ângelo. só que ele acabou sendo um pouco drástico demais, por que quando ele o empurrou, sem querer, fez com que ele batesse a cabeça na pedra e foi o que ocasionou o ferimento na cabeça dele. 

-  Mas e o seu braço como foi que cortou?

- Foi quando ele empurrou o Ângelo, acabou me empurrando também, eu bati nos galhos cecos e me cortei, mas não foi nada grave. Logo percebo que eu deveria estar brava e brigar com ela pela sua intromissão na minha vida pessoal. - Ei,e quem te deu a permissão de inventar pro Ângelo a besteira de que eu estava afim dele? Sua idiota isso é tudo culpa sua viu! - Refutei enfurecidamente.  

- Desculpa cara, eu não quis causar nem uma confusão, eu só achei que ele merecia uma chace, mas agora já vi que dei mó mancada, foi mal pow! É melhor irmos pra casa agora né amiga? Você está cansada e precisa dormir. Vamos antes que sua mãe fique estérica. 

- Bom, tarde de mais, ela deve estar chegando no hospital a uma hora dessas, a enfermeira me falou que já é uma da madrugada e o horário combinado com ela, era as doze, eu tô ate estranhando que ela ainda não tenha chegado.   

Mal calamos a boca e a Megan já vinha entrando correndo na sala da médica, gritando histericamente, assustando a todo mundo:

- Saiam da minha frente! Eu preciso ver meu bebe! Onde esta minha filha!? Gleyce!!! Aiiim, meu amor que bom te ver, eu estava quase morrendo de preocupação meu anjo, como você está? Me disseram que tinha sofrido um acidente. O que aconteceu? - Nossa esta estérica consegue realmente me envergonhar, que mancada me chamar de bebe no meio de toda essa gente, bem que o povo fala, "costume de casa a gente leva pra rua". 

- Ai, mãezinha relaxa, eu estou bem, não tem por que se preocupar, mas quem esta mau é o Ângelo. Por um instante, sinto um pouco de pena daquele cafajeste. - Agora podemos ir para casa? Eu estou exausta.

***

Chegamos em casa e eu ainda estava ha éria, pensando naquele garoto estranho e em como ele poderia correr naquela velocidade absurda.

- Filha, está tudo bem? Você me pareceu distante o caminho todo.

Eu demonstro uma expressão de susto, por ser tirada de meus devaneios tão de pressa e indago um - É..Não é nada-. nem um pouco convincente. - Mãe, eu vou indo dormir, até manhã, te amo.

- Ta certo princesa, também te amo.

Não contei a ninguém sobre as coisas incomum que aconteceram, poderiam me achar maluca. Fiquei imaginando como seria o rosto dele, já que a escuridão da noite não me permitiu velo. Estava ansiosa para sonhar com aquela figura misteriosa, minha cabeça tão cheia de pensamentos estranhos que desmaiei instantaneamente em um sono profundo...  



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