A vida de Gleyce...

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06/02/2017

- Olá pessoa, sou a Gleyce e você acaba de ter honra de invadir minha vida.... 

Sou uma estudante não muito aplicada de 15 anos, e por falar em escola, esse alarme miserável acaba de me despertar. São 4:30 da manhã. Meio sonolenta, vou ate o banheiro. Ligo o chuveiro, e adentro sem fazer questão, adoro sentir as gotas congelantes de água escorrerem pelo meu corpo, é como se estivessem me trazendo a vida. 

Termino o meu banho e me ponho a encarar aquele monstruoso espelho, que parece me fitar. Tento me convencer, de que não me incomodo com aquela esquisita que sempre fica me olhando com cara de desprezo. Deixo o espelho de lado e tento achar algo para vestir, tipo uma calça folgada e uma blusa preta de mangas bem longas, com um sobretudo, ou qualquer outra coisa que me faça não morrer congelada, não ligo muito pra esse negocio de parecer elegante ou bonita, e o frio que faz em Yakutsk intensifica bastante o meu estilo "não tô nem ai, pra sua opinião", logo sou obrigada a voltar de frente com aquele espelho insuportável. Aliso meus cabelos longos e negros, que quase sempre uso para esconder meu semblante nem um pouco agradável, penso alto encarando o espelho novamente: Não suporto você!!! 

Vou até a cozinha, para tomar meu café da manhã, mas decido não ceder a essa tortura. Começo a me sentir mal, e voo em meus pensamentos, por um instante encontro-me inundando em lagrimas, quando de repente, presto atenção no tatear do relógio e me surpreendo com o horário, corro para o quarto paço um lápis de olho bastante forte, e saio apressadamente de casa, como sempre atrasada. Quando saio a porta de casa, o busão já esta passando e preciso correr para alcança-lo. Finalmente desta vez eu consigo. Sento lá no fundão, como sempre. 

Uma loira, alta e lindíssima vem em minha direção. É a Jhecie, minha melhor amiga, me da um "bom dia" bem animado como sempre...  

Já no colégio;

- Esta tudo bem com você, miga? Parece um pouco abatida. Fala Jhecie com preocupação.

- Não. Claro que não, estou ótima. Respondo com um sorriso superficial no semblante.

- É, mas você vive passando mal, hoje ainda não, mas esta tão branca que parece mais um fantasma. Já pensou em ir ao médico?

Eu apenas assenti com a cabeça e nos dirigimos ate o professor de ciências para entregar um trabalho, logo após sentamos lá no fundão. Eu estava sentindo algo muito ruim, de repente vi tudo girar e desmaiei...

Acordei na enfermaria do colégio, eu estava sozinha naquela sala branca e minha cabeça estava girando, logo uma mulher (a enfermeira) entrou na sala me pedindo um monte de explicações;

-Como você pode fazer isso consigo mesma, mocinha? Eu vi seus cortes. O que pretendes com tudo isso? E você está anêmica sabia disto?

- Por favor para de falar, isso esta me deixando tonta! Eu promete que não faço mais isso. Está bem assim?

- Está bem, mais eu vou ficar de olho em você e se eu ver esses pulsos cortados novamente, terei que contar para seus pais, okay?

- Okay! Mais a quanto tempo fiquei desmaiada?

- Bom... O horário de aula já acabou e a Jhecie está te esperando lá fora.

- Nossa, obrigada. Agora tenho de ir... mas não conta pra ninguém o que aconteceu aqui ta bem? Fala que eu desmaiei por que estou com uma virose e não estou comendo bem, por que senão, podem achar que estou gravida, e não vai ser fácil deslocar essa fama. - Falo rapidamente e saio correndo daquela sala com cheiro de doente.



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