Vejo minha verdadeira casa

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Sonhei que estava em  um lindo local, cheio de colunas brancas e lindos jardins. Nele, estavam muitas pessoas de todo o tipo: afro-americanas, alto, baixas, feias, bonitas, com cara de quem tinha acabado de ver um monstro... Mas o melhor de tudo, NINGUÉM ESTAVA ME OLHANDO COM CARA FEIA! Vou me mudar para cá quando tiver idade-pensei.

Tudo estava normal.E já que estava tudo bem, tinha algo de errado. Todos estavam apressados e indo para um único lugar e como não queria ficar sozinha, acompanhei correndo a multidão.

Quando pude respirar novamente, me deparei com uma construção de mais ou menos 20 metros de altura, branca, com todo tipo de sala- sala de música, piscina interna, armazém de vinhos, jardim de inverno, biblioteca, enfim, você me entendeu.

Um pensamento irreal mas que sabia que era verdade passou pela minha cabeça: estava no Olimpo.

Todos estavam em uma grande sala central onde haviam 12 tronos enormes- e quando digo enormes, falo de grandes cadeiras de 5 metros- personalizados com algo e ocupados por...

-Calem a boca todos!-gritou um homem com uma cara de louco e irritada. Seus olhos eram quase roxos- será que eram lentes de contato?- e seus cabelos, castanho escuro. Ele era baixo e um pouco gordo, como se só comesse e bebesse o dia todo.- Primeiro de tudo, nem queria estar aqui e segundo, vocês DEVEM me respeitar, afinal, sou um deus!

Meu coração parou. Ele havia dito deus, tipo, mitologia? Claro que aquilo era um sonho, mas de qualquer forma, era estranho.

-Acalme-se Dionísio- disse uma linda mulher com uma roupa rasgada, mas bonita- Não há motivo para guerra e nem para discussão!

Logo percebi que estava diante de uma das minhas deusas preferidas: Ártemis. Com aqueles cabelos pretos presos e sua afeição jovem, como não pude reconhece-lá antes?

-Eu gosto de guerras...- comentou um grande homem forte que tinha uma cara de " hey, se você quer morrer hoje, fique menos de 2 metros de distância de mim!", o que provavelmente não era bom- Mas de qualquer forma, minha irmãzinha, não quero lutar com alguém que não sabemos quem é que raptou uma deusa menor.

O silêncio dominou aquela sala. Como um deus da guerra não iria querer brigar e, tipo, guerrear?

-Você está bem, meu filho?- disse uma linda mulher de longos cabelos castanhos e olhos cor de âmbar, quebrando o silêncio- Você não é assim, você gosta de guerras, de estratégias, de...

-Hera, você é uma vaca!- murmurou o deus da guerra, Ares. Sua sorte é que a rainha do Olimpo entendeu isso como um elogio, já que seu animal sagrado é a vaca. Caso o contrário, Ares não ia dar um boi bonito.

- A cria do sono a divisa vai viajar/  buscando o perdido no oposto lugar/ Não confie no cão e no grou que sua morte guarda/  o mais próximo é o inimigo que te aguarda/ Entre a pomba, a água, fogo e a coruja terá de escolher/ para salvar alguém bem próximo de você - delirou um moço jovem de olhos fechados com cabelo loiro e blusa regata. Ele abre seus olhos e olha todos analisando a situação- O que? Meu cabelo está despenteado?

Todos estavam boque-abertas com o que o deus tinha acabado de falar.

-Não, meu irmão. É que o que você falou era uma profecia sobre uma missão!- indignou uma mulher com cara de sábia com lindos cabelos pretos e grandes olhos cinzas.

-Claro Atena! Sou Apolo, o deus da profecia! Por que está tão surpresa?- perguntou o moço.

Atena não respondeu, provavelmente porque a deusa da sabedoria deveria saber de coisas óbvias como estas.

Um brilho verde estranho e cegante começou a brilhar em uma das salas da construção e todos tamparam seus olhos. Quando o abriram novamente, um linda mulher estilo hippie com cabelos loiros e olhos verdes se levantou de seu trono sem dizer uma única palavra e começou a andar em direção à porta.

- Onde a minha tia.... Oh não, não pode ser! Deméter, volte aqui!- gritou um homem- que provavelmente era um mecânico- com uma cara carrancuda e cabelos castanhos mal aparados. Acho que estava meio que óbvio que aquele homem era Hefesto. O deus segurou pela mão a mulher que, pelo visto, era Deméter, a deusa da agricultura.

Quando a deusa percebeu o ato feito pelo sobrinho, seus olhos começaram a brilhar em um preto muito forte e, de repente, começaram a brotar raízes de árvore em volta de Hefesto.

- Vocês não podem desafiar a mim e ao mestre. Somos imbatíveis!- e, dito isso, a agricultora fez grãos envolverem os deuses e insetos surgirem de todas as partes perseguindo todas as pessoas ali presentes- que não haviam dito nada desde o começo da reunião.

Tudo estava confuso. Uma das deusas olimpianas mais antigas e mais respeitadas, tinha um mestre? Ela tinha um dono? Isso era estranho demais, até para mim.

Tudo começou a girar e, quando percebi,  estava de volta ao seu pequeno bairro na Pensilvânia, pela  primeira vez, perdendo hora.




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