-Você acabou....acabou...O QUE FOI AQULO?- Perguntei indignada
O garoto sorriu para mim.
-Aquilo? Bah, foi apenas um pequeno turbilhão d'água. Você tem que me ver quando há um mar próximo! E aliás, qual o seu nome?
-Vitória. Mas você, tipo, controlou a água! Você criou aquilo!
-Ah, desculpe, esqueci que você ainda não sabe de tudo. É que o cajado e a forma que você cuidou de Deméter me fez pensar que era uma quase profissional.
Tinha me esquecido daquele objeto. Ele foi jogado do outro lado do corredor quando toda aquela água atingiu a deusa. Fui até ele, coloquei minha mão sobre a nuvem no topo, fechei meus olhos e ele voltou a ser um lindo broche. Como sabia que aquilo aconteceria, não fazia ideia.
-Legal- disse Percy- Tenho algo parecido- ele tirou uma caneta de seu bolso, tirou a tampa e, do nada, ela virou uma espada com cerca de 90 centímetros. Ela era feita de algo bem brilhante e parecia resistente, era... bronze?-
-Uau! Como...?- consegui dizer.
-Anaklusmos. Contracorrente. Meu pai que me deu. Ela foi feita do tamanho certo para caber em meu bolço e sempre retorna a ele quando a perco.
-Normal. Tudo isso é super normal- disse calmamente
-Logo você se acostuma- respondeu tampando sua caneta/espada- Agora, o que EXATAMENTE aconteceu?
Contei a ele tudo o que aconteceu desde quando pisei na sala de aula. Ele não fez nenhuma expressão, exceto quando contei-lhe quando a deusa me disse que me queria presa junto com minha irmã mais velha. Percy não me interrompeu. Quando terminei a história, ele respirou fundo e disse:
-Acho que muitos de nós tem um certo azar quando se trata de professores. Meu professor de latim se revelou um centauro. O treinador de uma escola para crianças "difíceis" onde estudavam dois amigos meus, se revelou um sátiro. Mas nunca ouvi falar de um deus disfarçado de professor, e olha que já carreguei Hera, quer dizer, Juno pelo Pequeno Tibre vestida de moça hippie.
Estava sem palavras. Aquilo realmente era real e, pelo visto, estava incluída naquele mundo. Minha mente não aguentava saber que eu nunca tinha descoberto a existência dos deuses. Fiquei um tempo sem falar e Percy também não abriu a boca. Depois de mais ou menos 7 minutos, ouvi o sinal da aula tocar. Era a hora da aula de matemática e eu ODEIO matemática. Resolvi falar.
-Então... Você tem algum lugar para treinar ou coisa assim, tipo, que eu possa ir AGORA?
-Claro! Um acampamento para adolescentes e crianças como nós! Você vai adorar o lugar!
Não disculti. Apenas assenti e sai da escola com meu novo amigo. Olhei em volta procurando um táxi passando pela rua. Por sorte, havia um carro sem passageiros passando pela rua. Acenei e o taxi parou na nossa frente.
-Por favor, nos leve para...- disse entrando no carro.
-Long Island, Nova Iorque- completou Percy.
Olhei para ele indignada. Então sussurrei em seu ouvido.
-O que? Isso é em outro estado!
- Eu sei. Mas se quiser ficar e ser morta por Deméter - sussurrou de volta.
Não disse mais nada e partimos. Provavelmente eu dormi no banco, pois aquela batalha havia me deixado exausta. Não sonhei, o que foi um alívio!
-Vitória, acorde! Chegamos.- disse Percy me sacudindo.
Abri meus olhos e me deparei com uma colina verdinha, sem flores e árvores, exceto por um grande pinheiro no topo.
Ele pagou o taxista e começamos a subir o morro. Quando chegamos ao topo, só me ouvi dizendo Uau!
Estava olhando para um pedaço do paraíso. Vi uma grande floresta com grandes árvores e, um pouco à frente, haviam 20 chalés de todas as cores mas com o mesmo estilo grego, uma grande casa no meio do lugar, um anfiteatro, estábulos, uma arena, uma parede de escalada, um refeitório, um lago e muitos outros lugares.
-Aqui, Vitória, será sua nova casa- disse Percy com seus olhos brilhando.
Descemos a colina e no final dela, encontramos um homem sentado em uma cadeira de rodas. Ele parecia velho, mas novo ao mesmo tempo. Não dá pra explicar!
-Bom, você deve ser a Vitória, nossa nossa nova campista!- disse o homem- Meu nome é Quíron, seu novo treinador.
-Prazer em conhecê-lo, Quíron.
-Percy fez um belo trabalho te trazendo aqui, contando com a situação da sua família em geral. Ele te levará em um passeio no lugar e nos encontramos de noite, no jantar, até mais!
-Até mais!
O homem se virou e levantou de sua cadeira de rodas, mostrando suas belas... patas? Ah, aquele era o antigo professor de latim de Percy.
Enquanto caminhávamos, o garoto me contava sobre as atividades do acampamento e missões famosas. Passamos em frente de vários chalés e o mais bonito era um chalé feito de mármore escuro e telhado de grama verdadeira.
-Esse é o chalé para os filhos de Deméter. Normalmente, seus filhos são mais legais que a mãe.
Preferi mudar de ideia a respeito da casa que queria ficar.
Quando chegamos perto de um chalé branco maravilhoso, uma garota veio correndo até nós.
-Percy!- gritou a garota e, quando chegou perto, o beijou- Você não morreu! Graças aos deuses!- Ela olhou para mim com um sorriso amigável - Olá! Sou Annabeth, filha de Atena.
Ela era linda. Tinha cabelos loiros e olhos cinzas como uma tempestade. Aparentava uns 17 anos e, obviamente, era namorada de Percy.
-Oi, sou Vitória!- disse
Ela me abraçou e nos acompanhou durante meu passeio pelo acampamento. Quando chegamos ao lago, ouvi uma trombeta tocar ao fundo, como um alarme.
-Hora do jantar! Vou te mostrar o caminho ao refeitório Vi- disse Percy gentilmente.
Me despedi de Annabeth fomos em direção ao refeitório.
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A Filha do Sono
FantasyMeu nome é Vitória Louge. Todos me acham estranha sem motivo. Qual é o problema com uma garota de 16 anos que tem sonhos estranhos, ama dormir, guerras, mitologia grega, hipnose e poderes, além de frequentemente saber o que as pessoas vão dizer, ver...