Quem É O Assassino De Hackers? - Um Jogo Para Hackers...

Cap 8 - O segundo hacker

Entro na sala de aula sem pedir licença. A professora finge não me ver e continua a encarar seu livro grosso de geografia.

Jogo o papel na mesa de Thomas e me sento. Abaixo a cabeça. Minha cabeça está estourando! Estou enjoada também. Preciso ir para casa, urgente!

Thomas me cutuca e me devolve o papel. Abro e leio;

Talvez um beijo, sim! Respondi.

Então estarei lá no mesmo horário! E passe aquele brilho de framboesa, pois é tão cheiroso e parece delicioso!

Sorrio. Pena que agora não estou com animação alguma para zuar. Aquela coversa me desanimou totalmente. Juro que estava tentando levar um dia normal e me esquecer de ontem o máximo, mas agora como faço isso ?

Sem contar que meu nome está em uma listinha de criminosos! Meu deus, como não me prenderam antes?  Não que eu queira ser presa, mas se meu nome está em um listinha...

O sinal bate.

-Saiam devagar! - diz a professora Kerry diante do desespero da turma sair de uma vez.

Abaixo a cabeça de novo. Que bom que a aula acabou. Tenho que chegar em casa e tomar uma aspirina.

-Você está bem? - pergunta Thomas se ajoelhando ao meu lado.

Levanto a cabeça e olho para ele. Seus olhos profundos me encaram.

-Estou péssima.

-O que houve? - pergunta ele acariciando meu cabelo.

-A...

-Por quê te levaram para a secretaria? - pergunta Leen se aproximando curiosa. Rose e Miguel se aproximam com ela.

Levanto da cadeira e pego minha mochila. Reparo que a sala está vazia e a professora nos olha. Sou a primeira a sair da sala. Odeio quando alguém fica me olhando incomodado.

-Nada de importante. - minto desenhando. - Só estou com a cabeça explodindo.

-A gente te leva em casa.- diz Leen me abraçando.

-Exato. - concorda Rose.

Como sou grata por essa dádiva. Eu sei que pessoas como eu não costumam ter amigos na vida real, só conseguem interagir com o mundo virtual. Mas eu tenho sorte de ter quatro amigos que eu sei que sofreriam por mim, e uma irmã que é um anjo descido na terra...

Agora lá vai uma promessa; Juro que se eu me safar ilesa dessa confusão eu paro de ser hacker!

...

Encaro o teto azul claro do meu quarto. Espero o remédio fazer efeito. Olho para o meu computador desligado e não resisto.

Levanto e sento na minha cadeira rosa de rodinhas. Aperto o botão de ligar e espero como sempre.

A tela fica toda azul como sempre, e em seguida não pergunta a senha como o habitual. A minha área de trabalho aparece como uma foto de uma floresta, uma típica foto de fundo do computador. E vazio. Todo o meu computador está vazio, só com os programas próprios do computador.

Então,como se fosse a primeira vez, me conecto ao WI-FI de casa. Isso é um saco, fazer de novo. Não sou muito paciente para essas coisas e sei que vou enrolar bastante até baixar todos os meus programas novamente.

Logo de cara, assim que entro no MEU e-mail, chega uma mensagem e o meu coração para. Toda a caixa de entrada está vazia e só com uma mensagem, daquele mesmo remetente desconhecido.

Levanto-me e ando até o celular desesperada. Eu realmente não sei o que fazer. Não sei se ligo para Thomas ou para os agentes.

Certo, se eu ligar para Thomas provavelmente ele vai dizer para eu não abrir e apagar a mensagem. E se ligar para os agentes... Talvez seja interessante saber o que tenham a dizer.

Procuro o cartão no bolso da calça e não demoro a achar. Digito o primeiro número deles e espero. Aproximo-me do computador e encaro a mensagem.

-Alô , Polícia investigativa, quem está falando? - ouço a voz de mulher.

-Ahhh... É Sarah Milne e...

-Oh, sim. Sou eu, Sophia. - a voz dela muda para mais calmo.

-Sim... Então, eles me enviaram um email.

-Que horas? - pergunta ela com o tom de voz preocupada.

Olho para a tela.

-Nove e meia. Eu ainda estava no colégio. - digo encarando a tela.

-Sabemos. Abriu a mensagem?

-Não. Tenho medo de que seja um vírus.

-Então faz o seguinte. Me diz seu e-mail que eu vou mandar um email para você com o link de um anti vírus seguro, eles não poderão invadir sua conta.

-Ok. - e digo o meu endereço de email.

-Aguarde um momento. - diz ela.

Geralmente não confio em policiais e isso já foi citado antes, mas esse momento estou desesperada, preciso confiar neles para me livrar dessa.

Espero. Olho para a janela e encaro o céu azul. O sol de primavera ilumina a rua com delicadeza. Tudo o que eu queria era ficar lá embaixo no portão tomando um pouquinho de sol, aliás, estou tão pálida que poderia fazer papel de fantasma na televisão facilmente.

Então uma mensagem chega no meu e-mail.

P.I

Clico no email e vejo um link.

-Chegou? - pergunta ela.

-Sim.

-Clica no link que imediatamente vai baixar em seu computador.

-Certo.

Clico sem hesitar. E como Sophia disse, o download começa imediatamente. Espero.

Instalado.

-Já foi. - digo.

-Ótimo, agora entra na mensagem deles.

Clico meio trêmula na mensagem.

Acha que vai se livrar?

E vejo um link de um vídeo. Clico. Carrega e de repente a imagem enche na tela.

Vejo uma garota. Ela masca um chiclete e encara o seu computador sem olhar para a camêra. Atrás dela vejo a parede rosa e uma janela atrás dela indicando que é noite. A garota passa a mão no cabelo escuro e rir de algo no computador.

Continuo a encarar o vídeo em choque.

Então ouço o barulho de mensagem chegando no computador dela. Ela revira os olhos e clica em algo. De repente ela fica séria e entra em choque,

-Aí meu deus! Que brincadeira é essa? - diz ela encarando a tela em choque.

Então alguém bate na porta dela, ela olha para o lado assustada...

-Não! Quem é você? Como entrou aqui?  - então arregala os olhos e se levanta.

Assim que levanta ouço um tiro, sangue espirra na camêra e ela cai.

Segundos depois a tela fica preta e aparece em escrito;

    Segunda hacker.
  Mercye Clain, 17 anos.

-Sarah? Sarah? - chama Sophia.

Continuo a encara a tela em choque. Uma lágrima cai do meu e escorre pela minha bochecha silenciosamente enquanto encaro a última mensagem deles abaixo do link do vídeo;

  "Faça um esforço e descubra mais essa!"