DEGUSTAÇÃO - Rendendo-me a Essa Chance - Livro 2 - Trilogia Chances

Prólogo

Mauro

Somos o trio perfeito: eu, Andreia e Edu. Estudamos juntos desde pequenos e também morávamos perto. Fora que nossos pais são amigos e vivemos na casa um do outro, no Rio de Janeiro. A linda e sempre Cidade Maravilhosa.

Apesar de que eu tenho irmãos: Vinícius, sete anos mais novo do que eu e Leonardo nove anos mais novo, meu maior apego é com Edu, pois temos a mesma idade.

Andreia é uma mulher maravilhosa, minha amiga desde sempre e quem escolhi para ser a mãe dos meus filhos. Nos damos muito bem e nosso casamento é perfeito para nós!

Eduardo ou Edu para os amigos, é meu melhor amigo, conto com ele em qualquer situação. Sempre andamos juntos e o melhor é que temos gostos bem diferentes para mulher. Enquanto ele gosta de loiras, morenas e ruivas. Eu tenho somente olhos para minha ruiva linda: Andreia.

Ele diz que sou otário, pois desde meus quinze anos sou apaixonado por ela, ao passo que ele quer aproveitar ao máximo antes de se amarrar, como costuma falar.

Mas, a vida é assim... E com isso, eu e Andreia resolvemos nos casar quando completei vinte anos e ela com dezenove. Eduardo foi nosso padrinho de casamento mesmo que fosse contra, dizendo que eu ainda era muito novo!

Quando completamos quatro anos de casamento ela não poderia ter me dado um presente melhor, estava grávida e de uma menina. Eduardo era um tio bem 'babão', dizia que quando ela crescesse nenhum barbudo encostaria nela, ele tinha motivos para dizer isso, afinal era um "galinha". Mesmo tendo Andreia como minha primeira namorada e mulher, nisso eu concordava com ele. Homens bem longe da princesa Kelly.

Porém, a vida foi muito cruel comigo. Tive as piores notícias da minha vida no ano seguinte. Duas na verdade, e com isso eu perdi, minha esposa, minha filha e meu melhor amigo...

Hoje reflito sobre outra perda que tive: Roberta. Essa ruiva me tira do eixo completamente. O casamento dela é hoje e não tive coragem de ir e encarar mais esse fracasso. Deixei o medo falar mais alto!

Sinto uma dor enorme no meu peito... Lateja...

Perdi-a para sempre e sei que a culpa é minha, somente minha...

A dor que sinto é parecida com a outra de anos atrás... E essa noite eu vou beber todas para esquecer esse fatídico dia!

Renata

Minha vida era perfeita! Casei com meu melhor amigo e companheiro de todas as bagunças. Minha irmã gêmea detestava Ruan desde sempre, nunca soube o motivo. Ela dizia que ele não prestava. E completava: pela cara dele já se sabia o tipo que era.

Implicância pura, pois nos conhecíamos há dez anos. Estudamos juntos desde a quinta série, depois fizemos o segundo grau e entramos para a faculdade. Rúbia era o oposto de mim, sempre foi muito arruaceira. Repetiu de ano duas vezes, com isso eu e Ruan entramos para a faculdade, enquanto ela ainda estava no primeiro ano do segundo grau.

Apesar de sermos totalmente diferentes sempre fomos muito unidas. Eu, mais quieta e tranquila, ela bagunceira e atrevida.

Defendíamos mutuamente. Ai de alguém que fizesse gracinha comigo, apanhava literalmente dela. Quando comecei a namorar Ruan, foi quando se iniciou nossas brigas, pois ela tinha certeza de que ele me magoaria.

Apesar de toda antipatia que tinha pelo meu namorado, ela foi minha madrinha de casamento e me ajudou a ser uma noiva linda para meu amado, ainda que tenha me magoado no mesmo dia.

Depois de quinze anos de casamento, infelizmente descobri que minha irmã tinha razão em tudo que ela falava sobre Ruan. Encarar a realidade foi duro demais.

A vida não foi justa comigo... E nessa confusão toda acabei perdendo meu melhor amigo e companheiro, minha irmã querida e me afastei de toda a família que insistia em apontar o erro para mim.

Foram anos muito difíceis e por muitas vezes eu pensei em desistir, mas com o tempo aprendi que para todas as situações que acontecem em nossa vida temos dois caminhos: desistir da vida ou aprender com os erros.

Ou seja, eu poderia afundar de vez em meus sofrimentos e deixar de ver o melhor da vida. Ou aprender com os meus erros erguendo a cabeça, seguindo em frente e saindo mais forte do que quando entrei.

Pode apostar que com isso ganhei tesouros inimagináveis!

Hoje faz oito anos que tudo aconteceu, e posso afirmar que sou uma mulher bastante diferente da que eu fui um dia. Com certeza minha família não me reconheceria hoje. Fugi de onde morava e faz muito anos que não vou me encontrar com eles e nem eles a mim.

Esse ainda é um tema delicado para mim.

Nesse instante não me sinto disposta, mas tenho me preparado para esse momento, pois não sou mais mulher de fugir dos incômodos da vida, afinal eles são minha família. Mais cedo ou mais tarde terá que acontecer esse inevitável encontro...

E para hoje o que temos? Aliviar a tensão dançando muito, pois para mim é libertador. Talvez beber um pouco, já que não gosto da sensação de não me sentir, fiquei bêbada uma vez para nunca mais.    

Ambas histórias são complicadas... O que será que nos aguarda?

Vamos para o primeiro capítulo?