DEGUSTAÇÃO - Rendendo-me a Essa Chance - Livro 2 - Trilogia Chances

Cap. 4 - Voltando a Realidade

Muitas vezes carregamos por tantos anos os sentimentos dentro de nós que é difícil nos livrarmos deles.

O que Mauro decidirá e qual será o impacto no seu emocional já tão quebrado?

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Durante toda a noite eu me saciei e me deliciei com aquela nova mulher que surgiu à minha frente. Andreia não era mais aquela menina recatada que durante anos eu via desabrochar devagar, ela era uma devoradora voraz e respondeu todas as minhas facetas com maestria. Surpreendeu-me demais, e foi então que percebi estar preso ao tempo.

Nesse momento estou acordado. Faz meia hora que estou a observando dormir. Os anos lhe deram uma beleza mais madura e está maravilhosa. Durante a noite, por muitas vezes, o sentimento aflorou e dissemos olhando um para o outro que nos amávamos. Eu sei que é apenas ilusão. No calor da paixão é muito comum falar que ama...

No entanto... Eu sei que ainda amo essa mulher e a odeio na mesma intensidade.

Estou confuso sem saber o que fazer e como agir. Ao mesmo tempo em que quero que ela fique, preciso que vá embora. Meu coração dói apenas ao pensar... Sei que se permitir que ela fique serei machucado novamente. Uma parte de mim está feliz, pois eu não a procurei e acabou sendo uma boa vingança para o Eduardo. Ele tomou-a de mim, mas ela veio me procurar. Aonde eu chego a conclusão que algo a deixa incompleta no relacionamento deles. O que ele não completa e que está em mim.

Acabei me tornando como ele, e isto me incomoda, trai-o da mesma forma que fez comigo há anos. A única diferença é que eu não procurei ninguém. Simplesmente aconteceu.

E agora?

Devo ou não perdoá-la?

Preciso que Deus me ajude. Mesmo nesse momento, que sei estar errado, peço a Ele em silêncio que me dê uma resposta.

Sinto-me sufocado...

Preciso tomar um banho para relaxar e por as ideias em ordem. Com a proximidade dela eu não consigo pensar.

Levanto-me devagar para que ela não perceba meu afastamento e entro direto no meu banheiro. A água tem que estar fria para que eu possa acalmar meu corpo quente. Debaixo do chuveiro permito-me colocar para fora toda a angústia que sinto e choro como há muito tempo não fazia. Lavo não somente meu corpo, mas minha alma angustiada. Peço a Deus ajuda, pois sei que sozinho eu não vou conseguir resolver nada do que aconteceu de ontem para hoje.

De repente, sinto suas mãos me tocarem. Meu corpo, mesmo em contato com a água gelada, incendeia novamente.

– Quero chegar mais perto de você amor. Altera, por favor, a temperatura da água.

Sua voz é doce e carinhosa. E eu confuso como estou apenas obedeço. Seu corpo cola no meu e dessa vez eu faço amor com ela. Deixo libertar todo o amor que ficou preso durante todos esses anos.

Após terminarmos o banho e nos saciarmos mais uma vez, nos vestimos e vamos de encontro à cozinha para tomarmos nosso café.

Ela veste apenas uma das minhas camisetas e está sem nada por baixo, o que me deixa totalmente excitado mais uma vez. Porém, temos que nos alimentar.

Eu não sei como será meu sábado e nem quais são suas expectativas para hoje, mas as minhas serão me fartar dela por todo o final de semana.

Ao chegar à sala dou um sorriso ao ver nossas roupas espalhadas pelo chão. Vou catando uma a uma e coloco para lavar na minha máquina. Enquanto as roupas lavam, vou verificar se tenho algo para preparar um café, já que sempre faço isso na padaria perto do prédio. Abro os armários e as minhas suspeitas são confirmadas.