Residência dos Meryphen, 16 de Abril de 1987.
Querido Benet.
Ontem fui caçar borboletas, mas não às encontrei. Mamãe ainda não apareceu, e me sinto triste por isso.
Também estou ficando com medo, mas não diga isto ao papai, ele pode brigar com mamãe. Hoje acordei com mais manchas roxas pelo corpo, você sabe o que são elas?
Sabe, elas não doem, somente aparencem durante à noite. Talvez mamãe saiba o que elas são.
Vou para a árvore de mamãe, quero ver se ela está lá. Benet, eu estou tão ansiosa para ver o presente que mamãe me prometeu.
Eu queria muito mostra-lo para papai, mas acho que ele falaria coisas que não gosto. Prefiro que tudo seja um segredo entre mim, você e mamãe.
Meu cachorro desapareceu de novo. Acho que ele gosta muito do ar livre e de ficar explorando as árvores.
Eu lhe disse o nome dele, Benet? Acho que não, mas só para você saber, o nome dele é Toubi.
Mamãe que escolheu. Papai me deu ele quando mamãe fez uma viagem. Papai havia dito que era uma viagem sem volta, mas três semanas depois ela voltou.
Fiquei muito feliz, mas ao mesmo tempo fiquei assustada. Eu não consegui mais ver o rosto dela, e os rangidos começaram.
Foi quase na mesma época que vovô me deu Anabete, minha boneca de porcelana.
Agora eu preciso ir, mamãe deve está me esperando. Não se preocupe, hoje mesmo eu volto para lhe contar sobre o meu presente.
Beijos para o Benet,
Anna.
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Não me deixe ouvir
HorrorUma vez que começar a ler você se perguntará "quem é? O que acontece? Como é possível?" A casa em que vive, tudo o que estar ao redor, os sons do que não se pode ver, a agonia das palavras de inocência. Você irá implorar "não me deixe ouvir..." Con...