p r ó l o g o

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A U B R E Y

Eu poderia dizer que vim de família pobre, que minha autoestima é baixa e por isso faço as coisas que faço. Mas eu não sou assim, minha família é repleta de médicos e assistentes jurídicos em Santa Mônica, e eu sempre fui regada por elogios e esse monte de baboseira que me diziam para conseguir algo em troca. Eu até me acho bonita sim, mas nunca usei isso como artificio com homem nenhum, nem precisei, muito menos quis.

Minha mãe sempre dizia "A beleza é parecida com uma azeitona daquelas que você compra no mercado; ao passar do tempo ela fica murcha e se vai se você não conserva-la." Desde que eu era pequena. Seus cremes e perfumes sempre me encantaram, mas isso mudou quando eu percebi a mulher fútil e sem conceitos que ela se tornou com o tempo.

Nossa relação foi indo de mal a pior, afetando assim minha relação com o Dr. Rivers, meu pai.  Elliot Rivers  é um renomado médico cirurgião, mas nas horas vagas ele é só o meu pai. Ser quem é o havia colocado em uma relação difícil e cada vez mais insuportável com a família, resultando na minha saída um tanto precoce de casa.

Sinceramente, foi a melhor coisa que fiz, era o que o que eu precisava; meu próprio espaço e finalmente minha própria vida.
Ser mantida sob rédea curta pelos meus amados pais não é e nunca foi o que eu sonhei para mim. Ao chegar a Vancouver e fazer minha matrícula, procurei um estágio em uma editora e acabei na Editora Clark, uma pouco conhecida, mas não por muito tempo.

O estágio era remunerado, então, dava para ajudar Mads nas contas. Mads e eu nos conhecemos no meu segundo dia de faculdade. Ela era meio estranha em comparação ao meu universo de "ex-garota mimada". Seus cabelos azuis um pouco desbotados me chamaram atenção, suas tatuagens que cobriam os braços e chegavam perto ao pescoço eram bem feitas e escuras.

Ficamos mais próximas e à medida do tempo, o espaço no dormitório e suas regras nos encheram o saco, então alugamos um apartamento a dez minutos da faculdade. Com o dinheiro do meu estágio e o que ela ganhava no estúdio de tatuagens de seu tio, dava para pagar tudo e ainda sobrava um pouco para outras coisas. Claro que meu pai enviava-me dinheiro, uma quantia que nem se eu fizesse horas extras pelo resto da vida eu daria conta de pagar, mas eu sempre devolvia.

Até que um dia ele apareceu no meu estágio e fez um discurso dizendo que era um jeito de desculpar-se por seu papel de pai de merda, acabei aceitando. Depositava metade numa conta minha e o resto ficava livre.

Íamos a festas todos os dias, e foi numa dessas que conheci Zack, John, Ana, Gabe e Quinn. Aos poucos fomos nos conhecendo e nos tornando praticamente uma família, com suas desavenças, mas uma família. Bebidas, estágio, médico, mais festas. Tudo estava se tornando monótono, mas numa dessas festas, depois de ver Quinn vomitar toda a sua batida de cereja três vezes, começamos as brincadeiras.

Desafiaram Ana a beijar Zack, fácil e idiota, afinal eles estavam se pegando faz tempo. Gabe foi desafiado a levar uma loira certinha que estava sentada e com medo para o quarto e ficar com ela lá por quinze minutos. Até que chegou a minha vez.

"Aubrey, você vai ter que beijar o gatinho com cara de valentão gostoso com a bebida na mão, logo ali!" Mads disse.

A fuzilei com o olhar. Olhei para o cara encostado na parede e com um copo vermelho na mão, ele tinha um piercing na sobrancelha esquerda e alargadores que pareciam ser do tamanho oito. Ele era bonito, tinha um porte físico que deixava qualquer garota com a pele arrepiada e suas botas de couro combinam com o resto de suas roupas também pretas. Ele me olhava enquanto caminhava em sua direção, tenho um pressentimento que depois disso nada será igual.

 Ele me olhava enquanto caminhava em sua direção, tenho um pressentimento que depois disso nada será igual

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Trying Not To Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora