Vamos voltar as ordens?!

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- Agora escutem aqui, vocês dois. –Troy  Rosnou, raivoso, enquanto segurava Ian, que mais uma vez tinha brigado com Lauren. – Já chega dessa situação. Vocês se matarem não vai mudar o que já foi feito. Eu não quero ter que tomar medidas sérias em relação a isso. Vocês dois não são mais crianças. Entendidos? – Perguntou, sério, e ninguém ali teve coragem de desafiar a ira de Troy.Juntos, Troy, Lauren, Ally, Ian, Taylor e Théo terminaram de tomar café juntos. Théo, pra resumir, estava adorando ficar na casa de Lauren. Tinha Ally, de quem ele gostava bastante, e era excitante assistir as brigas de Ian e Lauren. Após tomar café rapidamente, Ian preparou uma bandeja pra Camila e saiu da sala.-Buon giorno. – Disse sorrindo, ao entrar no quarto da morena.- Molto bene. – Respondeu, sorrindo abertamente pra ele.Ian ajudou Camila a se sentar. Logo ela tomava café ao lado dele, e as vezes até conseguia rir.- Eu vou precisar sair, tenho que resolver uns problemas. – O sorriso de Camila se fechou – Não fique assim. – Ele acariciou o rosto dela – Antes do almoço estarei de volta. – Sorriu torto, e Camila esqueceu do que estava reclamando.Os dias foram se passando. O empregado que Ian mandou a Alemanha voltou, trazendo uma caixa do creme que foi buscar.- Olha o que eu trouxe. – Disse entrando com o pote com um gel transparente.-O que é isso? – Perguntou, olhando-o da cama-Segredo. – Ele não queria dar a Camila a idéia de que ela possivelmente fosse ficar marcada. Só faria isso em ultima instancia.Quando Ian abriu o pote, um cheiro forte pairou pelo ar. Lembrava menta, hortelã, Camila não sabia direito, mas ardia no nariz. Camila cerrou os olhos quando Ian abriu o feixe traseiro da camisola, deixando suas costas nuas.Quando a mão dele, coberta pelo gel, tocou suas costas, ela esperou pela dor, mas ao invés disso o que veio foi alivio. Ela abriu os olhos devagar, ainda sentindo. A mão de Ian era fria sobre sua pele, mas o próprio creme amortecia a dor.-E então? – Perguntou olhando ela, ansioso – Dói?-Não. – Disse, sentindo o alivio que vinha das mãos dele – É bom. – Ian sorriu.- Ficará boa em breve, minha Camz. E voltará a correr feliz no seu cavalo, do jeito que eu gosto de te ver. – Camila sorriu, fechando os olhos.O tempo continuou passando. Camila foi melhorando relativamente. Suas costas já estavam praticamente cicatrizadas. Só haviam umas marquinhas leves, que ao passar do tempo foram sumindo, graças ao empenho de Ian.Lauren passava as noites velando seu sono, sem que ela soubesse. O médico voltou a visita-la, e recomendou que ela passasse um pouco do tempo deitada com a barriga pra cima, pra não prejudicar a pele, abafando-a todo o tempo. Era assim que Camila estava agora.A chuva, o vento e os trovões dançavam lá fora. Ela estava deitada de barriga pra cima, com os cabelos esparramados pelo travesseiro, e os braços ao lado do corpo. O quarto estava escuro, Ian já havia ido dormir. Camila estava pensando sobre Lauren , sobre o que fizera com ela, sobre Shay, sobre a adoração na voz dela quando chamava-a.A injustiça era tão grande! Camila não tinha culpa, não pediu por esse casamento. E ainda, de brinde, Lauren quase mata ela por ter descoberto o maldito terceiro andar. O ódio tomou conta dela.E então uma dor diferente tomou ela. Era uma dor que cobria todo o seu corpo, desde as raízes do cabelo até os dedos dos pés. Uma dor semelhante a de um hematoma sendo pressionado. Camila ofegou, franzindo a sobrancelha.Ainda de olhos fechados, flexionou a mão, mas descobriu que doía mais ainda. Passaram-se horas assim. Camila pensou que finalmente a morte tinha vindo lhe buscar, e teve ainda mais ódio. Que motivo idiota pra se morrer! Mas então, quando o dia foi amanhecendo, a dor foi passando, aos poucos. Camila abriu os olhos. Tudo parecia bem mais definido, agora que ela já tinha sua cabeça resolvida. Odiava Lauren. Ela iria pagar.O céu começava a se clarear, e ela se levantou. De onde arrumou forças, nem ela mesma sabia. Caminhou até o espelho. Se admirou de como estava. Antes teria se espantado, mas hoje se admirou. Seus cabelos não tinham mais um cacho. Eram apenas lisos, sem nenhuma volta, caindo pelas costas. Sua pele não tinha vida, era branca como a de um morto. Branca, como a de Lauren. Seus olhos eram de um castanho frio, e era como se tivesse raspas de gelo por dentro. Porém, estava linda, pensou amargurada, consigo mesma.

Pecado - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora