Uma nova mulher

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Os dias foram passando. Camila não voltou a montar em Seth. Não sentia vontade. Ela e Lauren agora mantinham um relacionamento estranho, receioso da parte de Lauren, e forçadamente agradável da parte dela. Lauren sentia remorso cada vez que olhava pra ela. Que diabo, o que havia feito com a Camila alegre e inocente? -Camila? – Perguntou, mais uma vez entrando no quarto das duas, onde ela terminava de prender os cabelos. - Sim? – Perguntou, indiferente -Isso é seu. – Ela disse, e Camila viu a grande caixa nas mãos dela - Acha realmente que presentes vão resolver? – Perguntou, dura. -Não é um presente. Se fosse, eu diria "isso é para você". Mas isso é seu. – Ela pôs a caixa branca em cima da cama, saindo. Camila observou Lauren sair com o olhar frio. Depois, a curiosidade lhe venceu. Se levantou e foi, sem emoção alguma, até a caixa. Tirou a tampa, pondo-a de lado, desdobrou o papel. Seu choque foi tão grande que suas mãos tremeram. Ela conhecia aquelas rendas. Puxou o vestido de dentro da caixa, e lá estava ele. Seu vestido de noiva. Intacto, como se nunca tivesse sido rasgado. Ela olhou, e a costura estava perfeita. As rendas pareciam nunca ter sido tocadas. Martina estremeceu. Sentia vontade, mas não chorou. Seus novos olhos se recusaram a lacrimejar. Ela ergueu o rosto, respirou fundo, colocou o vestido com todo o cuidado dentro da caixa novamente e o guardou. -Pensei que não viesse mais aqui. – Sorriu, ao entrar no chalé e vê-la lá. -Eu gosto daqui. – Sorriu de canto, olhando o lugar - Você gostava do Seth. – Observou, sentando-se perto dela. Camila não respondeu. – Tenho medo de que não goste mais de mim também. – Admitiu, encarando-a. - É diferente. – Ela sorriu, acariciando o rosto dele – Eu ainda gosto do Seth, gosto muito, foi o melhor presente que eu já recebi. – Ian sorriu de canto – E eu amo você. É mais que gostar. – Passou o dedo na ponta do nariz dele. Era a primeira vez que um deles dois admitia esse amor assim, com todas as palavras. Os olhos de Ian arderam de alivio. Camila ainda estava ali. Oculta por uma camada de gelo, mas ainda era ela. Ela se inclinou e, ainda com a mão no rosto dele, o beijou. Ian não parecia tão frio agora. Foi como sempre: O beijo começa calmo, vai esquentando, e quanto a coisa vai fugindo de controle, os dois se afastam, aos risos. - Bobo. – Sussurrou, com a testa colada a dele. - Me diz. – Ele começou, olhando ela – O que está te amofinando aqui dentro? – Perguntou, tocando o cabelo dela, que continuava severamente preso. -  Eu sei que não devia perguntar, mas é que eu preciso saber. – Ela hesitou, e Ian esperou, paciente. – Quem foi Shay?

Pecado - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora