Pecado - Camren

Conversa LyC

Desculpa a demora, semana de prova então!

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O jantar foi normal Ally apareceu, com Troy. O pequeno Pedro ressonava em algum lugar no andar de cima. Depois, todos foram pra sala de estar. A chuva castigava os telhados do lado de fora. Camila sentou abraçada com Lauren, Ally com Troy. Ian havia ido dormir. Após isso, foram, cada um pro seu canto. Lauren e Camila ainda trocaram alguns carinhos antes de dormir, nada demais.

Camila acordou no dia seguinte com um bilhete ao seu lado, avisando a que tinha saído. Ela se sentia disposta. Se arrumou, tomou café, e resolveu ir ver Seth. Passou bem 1 hora e meia com o cavalo, mas ainda não se sentia pronta pra monta-lo de novo. Estava caminhando pelo jardim, quando Lauren apareceu, voltando da cidade, montado em seu cavalo. Ela sorriu, correspondendo ao sorriso dela, e desceu do cavalo, que seguiu seu rumo. Ela a beijou brevemente, e a acompanhou em sua caminhada. Só que a chuva que desabou os obrigou a voltarem correndo pro estábulo, aos risos.
-Olha só você. - Disse, afastando o cabelo molhado dela de seu rosto. Em seguida tirou seu casaco e colocou em volta dos ombros dela. As duas se encararam por um segundo, mas logo tiveram outra crise de riso. O cabelo de Lauren gotejava água.
Assim ficaram por minutos. Ela se sentou num muro do estábulo, e Lauren se sentou num banco alto que tinha, perto dela. Ela estava perdida em seus pensamentos, quando ela começou.
-Não quero que tenha rancor. - Disse, olhando pra frente, como se estivesse sozinha - O que eu tive por Shay foi mais que amor. Foi uma fixação. Uma doença.
-Não tenho rancor. Não agora. - Concluiu, olhando-a.
-Eu era uma adolescente. Não sabia nada da vida. Meu pai me venerava. Eu tinha tudo, Camz. Tudo, menos limites. E então ela apareceu. E era a coisa mais atraente, mais excitante que eu já tinha visto na vida. - Ela a observou, olhando a chuva - E eu me apaixonei por ela. Eu já estava acostumada com a idéia de me casar com você. Você era linda, e eu era superficial. Mas eu me apaixonei por ela, e tudo perdeu o sentido. Era ela.
-Sempre há um momento onde você pode parar. Um momento um minuto antes de estar tudo perdido. O momento onde você sabe, que se sair agora, vai superar. Houve esse momento pra você.
-Deve ter havido. Mas ela não deixou que eu o percebesse. - Disse - Shay era mais mulher do que eu. Me seduziu, levou os meus sentidos. E eu estava presa. - Ela admitiu - Mas ainda havia você. E eu lutei contra todo mundo. Não adiantou. Eu era uma adolescente eles eram a razão me chamando. Então eu quis fugir. - Ela engoliu em seco - Eu não lembro. Minha mãe apareceu. Eu perdi o controle da situação. Só me lembro que, na tentativa de resolver as coisas, surgiu uma dor sufocante na minha cabeça, e eu apaguei. Quando acordei... - Ela hesitou - Estavam mortas. - Ela respirou fundo - Naquele dia, de certa forma, eu morri também. - Admitiu - Eu passei os dias trancada em casa, sentindo a minha dor. Meses depois comecei a me reerguer. Mas não era mais a mesma. Não tinha sentimentos. Não sentia alegria, amor, felicidade, compaixão. Só ódio. Eu aceitei o meu destino. Eu aceitei você. Shay estava morta, que sentido fazia ir contra o meu pai? Então eu estava voltando pra casa, após ficar mais um dia até tarde trabalhando, e ao passar em frente a sua casa, um vulto corria desesperadamente. Corria de mim. - Ela sorriu de canto com a lembrança - Eu já havia visto você antes daquilo. Mas você era pequena. E agora você tinha crescido. Estava linda, mesmo soando e ofegando como estava.
-E você me odiou. - Concluiu, olhando-a.
-Odiei. Odiei com todas as forças que eu tinha. Porque eu olhava nos seus olhos e eu via ela. Ela não suportava você. - Ela fez uma careta - E eu prometi a mim mesma que eu faria da sua vida um inferno. Um inferno tal como era a minha vida. Mas, como vemos, você com o seu dom de irritação e persistência não deixou. E eu me odiava, porque eu amava você. - Ela riu de si mesmo - Eu machuquei você. Eu te feri. Eu te fiz sentir dor. Mas nada funcionou. Era você. Eu queria ser amável com você, mas toda vez que eu tentava, era ela que eu via.
-Você superou isso. - Afirmou, olhando-a.
-Creio que sim. Durante anos eu montei aquele santuário a ela no terceiro andar. Eu cuidei dele como de um filho. Mas depois que você chegou aqui, eu não tive mais vontade de voltar. - Ela hesitou - Shay estava grávida, Camz. - Admitiu, amarga.
Pra Camila, foi como receber um belo soco no meio da cara. Um filho. Morto. Ela ergueu as sobrancelhas, aturdida.
-Não quero que isso sirva de desculpas por tudo o que eu fiz. Não vai haver perdão. Mas era meu filho. Era minha mãe. Era minha mulher. - Camila assentiu, pensativa - Nós vamos melhorar, Camz. Um dia eu vou mandar desocuparem o terceiro andar. E tudo estará bem. Eu te prometo. - Ela se aproximou dela e a abraçou, e ela retribuiu o abraço. Agora sabia como aquela pedra fora plantada no lugar do coração dela. Mas ela cuidaria disso. Ela o faria feliz, prometeu a si mesma.
-Amor, e a Taylor? - Lauren sorriu, soltando ela.
-Eu odiei você porque você me lembrava a Shay. Mas a Taylor... - Ela riu brevemente - A Taylor é a cópia perfeita da minha mãe. Era como olhar pra um fantasma. Ai você chegou... - Ela tocou o nariz dela - E me obrigou a olhar a menina andar pela casa, sapateando com roupas novas. - Camila riu do deboche dela.
-Eu tô com frio. - Disse um tempo depois, se abraçando a ela de novo.
-Vamos pra casa. - Disse puxando ela do muro e a abraçando pelo ombro. Camila a abraçou pela cintura e elas se lançaram a chuva fraca, rumando pra casa.

Awnt ❤
Gayzangem como sempre!