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- Você não pode estar falando sério. - olhei para Kim quando ela me entregou a pasta com os detalhes do objeto que eu deveria recuperar
- Foi a equipe quem escolheu - disse meio que se desculpando
- Um Degas? Eles querem me foder. Ok. Eu consigo. Pode ir.

As pistas dentro da pasta levavam a lugar nenhum. Olhei a agenda de meu pai e notei que eu não conhecia os seus contatos, então precisaria fazer os meus.
Me ocorreu então um velho amigo da época da faculdade. Imediatamente, liguei para ele.

- Oi Dean! Estou ótima, e você? - comecei, assim que me identifiquei e ele me saudou alegremente.
- Muito bem mesmo! Soube dos seus pais, sinto muito.
- Tudo bem. Dean, seu pai ainda é curador do museu de Nova York?
- É, sim. Por quê?
- Eu estou a procura de um objeto e acho que ele pode me ajudar. Você se importa em marcar um encontro com ele?
- É claro que não. Vou ligar para ele e em seguida te mando uma mensagem.
- Perfeito. Obrigada.

Dois dias depois, eu estava na sala do pai de Dean, no Metropolitan Museun.
- Senhor Carneguie, eu estou atrás de um Degas que sumiu há muitos anos. E eu realmente preciso encontrar este quadro.
- Claro, entendo perfeitamente. Pelo que contou, agora você está passando por um tipo de teste para comandar a Amazing seguros e recuperação de bens. É, admito que a senhorita é corajosa.
- O senhor faz alguma ideia de onde eu possa encontrar? Algum colecionador que se interesse?
- Certamente se você quisesse comprar um Degas, eu lhe diria vários com certeza. Temo que encontrar uma peça dessas, vá ser uma tarefa um pouco complicada. - apoiou o tornozelo no joelho e bebeu seu café.

John Carneguie era um homem alto, magro, com uma grande barba branca e terno impecável. Astuto, observador e inteligentíssimo. Era uma boa opção para um começo.

- Complicada? Olha, eu não estou afirmando nada, mas sei que o curador só MET tem os seus contatos. Por acaso, o senhor conhece alguém no mercado negro? Eu lhe garanto senhor Carneguie, dinheiro não é um problema por aqui.
- Esplêndido! Chegamos exatamente ao x da questão.
- De quanto o senhor precisa para me apresentar a uma fonte confiável, que possa me levar ao Degas?
- Acredito que cerca de 50 mil dólares me deixariam satisfeito.
- Certo. Trago para o senhor no fim do dia, e o senhor traz o seu contato aqui.
- Combinado.

No fim do dia, eu estava frente à frente com um grande negociador do mercado negro.
- Vai ser um prazer fazer negócio com você Naomi. - apertei a mão de John Carneguie e entrei na sala.

Alladin, como era conhecido o homem, apertou minha mão entusiasmado. E no fim do dia seguinte me enviou informações sobre o Degas.

Imediatamente, liguei para Lui e pedi que observasse uma residência sem ser visto.

- Bom dia senhorita. - me cumprimentou na semana seguinte, enquanto eu estava tomando café da manhã.
- Bom dia Lui. Novidades?
- Sim.
- Pode falar.
- Todas às sextas-feiras entre três e cinco da tarde a casa fica sozinha. Então podemos entrar lá amanhã para dar uma olhada. Existe um cofre no segundo andar, mas acredito que eu mesmo consiga abrir.
- Você tem experiência em arrombar residências? - arqueei a sobrancelha, surpresa.
- Tenho. - quando eu tomei ar para falar, Lui me interrompeu - E isto é tudo o que a senhorita vai saber.
- Ok. Precisa de algum equipamento? - Lui era um marginal?
- Não. Amanhã esteja pronta ao meio dia.

Exatamente ao meio dia de sexta-feira, prendi meus cabelos e vesti o par de luvas que Lui havia me dado. A casa grande, era surpreendentemente insegura. Sem seguranças, sem câmera, apenas com um simples sistema de alarme que logo foi desativado.

A mobília era antiga, e tudo estava uma bagunça. Roupas jogadas, garrafas de bebidas, restos de comida na sala.
Subimos até o segundo andar e Lui sabia exatamente onde o cofre estava.
- Lui, você já entrou aqui antes, não entrou?
- Talvez.

Atração ExplosivaOnde histórias criam vida. Descubra agora