Capítulo 7

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Estava agora na sala de aula fechada com o Cellbit pois o castigo não tinha terminado, por isso eu tinha que ficar à espera que o castigo acabasse. O tempo parecia estar contra mim pois passava bastante devagar. O Rafael estava sentado e quieto claramente à seca, tal como eu. Pois quem quer estar fechado numa sala durante duas horas sem fazer nada e sem falar com ninguém?

Este mês está a ser horrível.... O Rafael não fala comigo, o Thiago evita-me e o pior dia está quase a chegar. O meu aniversário.... eu sei que devia ficar feliz com esse dia mas eu não consigo, afinal antes de chegar o dia eu começo a ter pesadelos todas as noites. Depois não me concentro nas aulas porque caio no sono e durmo na sala de aula.

-Vanessa?-O Rafael chama por mim.

-Sim?-Eu viro me para trás.

-Vieram-me dizer que tu e o lagarto não namoram.... isso é verdade?-Ele pergunta com um olhar que me parecia esperançoso.

-Sim é verdade, nós somos amigos....-Eu digo.

-Desculpa.... eu nem deixei que te explicasses, além disso eu não deveria ter estado naquele estado!-Ele diz e dá uma risada.

-Pois.... foi uma atitude estranha....-Eu digo.

-Estranha?-Ele pergunta.

Eu levanto-me e aproximo-me ficando de frente para ele, ele levanta-se e ficamos os dois de frente um para o outro. O meu coração parecia que ia sair do meu peito.

-Sim.... eu nunca agiria assim se eu não gostasse da pessoa....-Eu digo.

-Verdade....-Ele diz bem simples.

-Bom então vamos voltar a falar?-Eu pergunto.

-Nunca deixamos!-Ele responde.

-Bom na verdade nós meio que deixamos de falar um com o outro....-Eu digo e olho nos seus olhos.

-Tu tens andado estranha esta semana.-Ele diz e olha para mim.

-Eu estou normal....-Eu digo sem olhar para os seus olhos.

-Ok.... Mas agora diz isso a olhar-me nos olhos!-Ele diz.

-Porquê?-Eu pergunto.

Ele aproxima-me mais e pega no meu queixo para eu olhar nos seus olhos, o meu coração palpitava e eu estava nervosa.

-Eu estou bem... eu juro!-Eu digo a olhar no fundo dos seus olhos.

-É bom enganar as pessoas?-Ele pergunta.

-Não..... mas há uma parte que ás vezes as pessoas querem esquecer e por isso.... tentam não falar no assunto....-Eu respondo triste.

-Mas e se a pessoa tiver alguém que a queira ajudar?-Ele pergunta.

-Eu acho que a pessoa não aguentaria.....-Eu digo.

-E porque não?-Ele pergunta.

-Porque a pessoa não entenderia o que a amiga sente, e não vai conseguir fazê-la esquecer do problema.....-Eu continuo.

-Mas e se eu te provar que te posso ajudar?-Ele pergunta e dá-me a mão.

-Eu duvido.....-Eu respondo e afasto-me e vou até à janela.

-Vanessa eu posso te ajudar!-Ele diz e vem até mim.

-Está bem.... eu prefiro tirar este aperto do meu peito....-Eu desisto e fecho os olhos.

Viro-me para ele e olho nos seus olhos para contar a história. Era isto que eu precisava de alguém para eu desabafar, o meu pai nunca estava em casa, nunca tive empregados que gostassem de mim.... E a minha madrasta não era propriamente a pessoa com que eu simpatizava mais! E para ser sincera a única pessoa que me fez desaparecer deste mundo triste e saudoso foi o Rafael.

-Era o meu aniversário.... eu ia fazer 14 anos e estava ansiosa. Acordei vesti-me e vi as mensagens que tinha a desejar-me felicidades e um bom dia.-Eu digo e sorrio o que o fez sorrir.-Eu desci as escadas da minha casa e fui ter com os meus pais, a minha mãe estava a fazer panquecas a minha comida preferida! Estávamos a tomar o pequeno-almoço todos juntos ia ser o melhor dia da minha vida..... Mas isso mudou à noite. Tinha ido ao cinema com as minhas amigas e tomamos um gelado e agora íamos para casa, os pais delas levaram-nas para casa delas e eu fiquei um pouco à espera dos meus. Mas nada então decidi ir no escuro da noite e nas ruas que eram perigosas sozinha até a casa..... completamente sozinha. Quando cheguei na minha rua vi os meus pais a discutirem, aproximei-me da porta da minha casa. Dei à chave e a discussão virou risos estava estranho..... A minha mãe vem até a mim abraça-me e o meu pai faz o mesmo, mas o meu pai cheirava a cerveja, era horrível! O meu pai queria dar uma volta de carro mas a minha mãe claro queria ficar em casa, pois o meu pai não se encontrava em condições para conduzir..... Assim que a minha mãe disse que não o meu pai dá-lhe uma estalada e aperta-lhe o pescoço insistindo que íamos dar uma volta de carro!-Parei com medo de falar o resto e percebi que estava a chorar.

-Calma eu estou aqui.... quando quiseres continuas!-O Rafael diz enquanto me faz festas na mão.

-O meu pai pegou-me e levou-me para o carro, a minha mãe assustada entra dentro do carro e olha para mim e solta um vai correr tudo bem..... O meu pai andava com o carro muito rápido e aos zig zags, eu fechei os olhos assustada. E foi nesse momento em que o meu pai foi contra um carro, eu fui a única que não adormeceu e quando olhei para a janela havia sangue e o vidro da frente estava partido..... Desde desse dia que eu tenho pesadelos quando chego perto do dia dos meus anos, sonho que a minha mãe morre por minha culpa por não ter feito nada.... Ou então as minhas mãos têm sangue da minha mãe!-Eu acabo de contar e olho para ele.

-É por isso que estás cá?-Ele pergunta.

-Eu estou aqui porque a minha madrasta falou com o meu pai e achou que o melhor era pôr me aqui, e agora estou sozinha ele parece que não me conhece....-Eu digo e desato a chorar.

Sinto um abraço apertado da parte do Rafael e ele dá beijos suaves no meu cabelo, o meu coração palpitou com força! Olhei para o Rafael o mesmo olha para mim, desci os meus olhos para os seus lábios a vontade de o beijar era enorme..... O mesmo olhava para os meus lábios estávamos prestes a beijar-nos quando a Diretora entra na sala. Eu afastei-me do Rafael e olhei para a diretora, ela estava agora a dizer que podíamos ir ter com os nossos colegas porque o castigo tinha terminado.

-Vamos falando....-Ele diz.

-Sim....-Eu respondo.

Estava agora a ir em direção ao meu dormitório para encontrar as minhas amigas, eu sabia que elas estariam lá. Entrei dentro do meu dormitório e estavam lá todas menos a Lauren.

-Então como correu o castigo?-Elas perguntam.

-Bem.....-Eu digo.

-Ainda bem....-Elas dizem meio que a olhar umas para as outras.

Tomo um banho longo e visto a minha roupa e todas juntas fomos jantar, enquanto elas riam e falavam umas com as outras eu pensava no pior dia que é amanhã.

O que eu irei fazer..... Ainda por cima num sábado eu sei que ninguém sabe o dia em que eu faço anos mas mesmo assim.... Estou nervosa levanto-me e deixo o meu tabuleiro no carrinho, e sigo sem elas para o meu quarto.

Espero que tenham gostado

sintam-se à vontade de fazer perguntas eu vou tentar respondê-las.

Beijinhos da

PinkLover45er


O Amor É EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora