Three | Situação ruim

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A porta se abriu com um clique. Olhei para dentro, buscando verificar o motorista, mas não conseguia enxergar muita coisa. Dentro do carro estava escuro, e através da película escura não parecia entrar nem a iluminação que vinha do poste. Como que por um magnetismo, atraída pela escuridão do carro e pelo cheiro de menta, eu entrei e fechei a porta ao meu lado. Estava tão atraída que me esqueci de olhar para Karen.

O cheiro de menta era forte. O carro era escuro, porém dava pra perceber que tudo era limpo e brilhante. Ainda tinha algum cheiro de novo. Busquei me concentrar bastante nos detalhes pra não buscar olhar para a presença que pesava ao meu lado. Ele não olhou pra mim em nenhum momento. Não fazia barulho. Eu acho que algo se movia onde devia ficar o seu peito, porém, com o escuro, não consegui afirmar se era apenas sua respiração. Percebi que usava um capuz, o que era extremamente estranho. Engoli em seco. O carro também era extremamente silencioso e confortável. Não fiquei me movendo muito para reparar, já que não sabia o quanto eu podia explorar sem incomodar o proprietário. Embora eu seja agora, para este homem, uma prostituta, ainda não conseguia me ver como tal. Se ele me escolheu entre aquelas meninas, o que eu achava que seria algo pelo qual ele iria se arrepender amargamente essa noite, era porque de alguma forma queria minha companhia, mesmo que fosse para fins nada honrosos. Porém, em nenhum momento me senti como se fosse desejada ali. Ele dirigiu pelo o que parecia ser um caminho um pouco longo demais. Miami era cheia de motéis e não havia necessidade de ir tão longe para encontrar um. De qualquer forma, aquele carro também parecia grande o bastante. Porém, lembrando do que Karen disse, talvez esse lugar para o qual estávamos indo fizesse parte da fantasia dele. Paramos em frente a um portão alto. Ele se abriu, e então entramos na propriedade. Parecia uma floresta. Acho que de longe dava pra avistar algo, a silhueta de uma casa, mas não conseguia ter certeza por causa da película. Eu não sabia se o ar condicionado estava ligado ou não, mas tive a impressão de que o carro ficara subitamente mais frio. Ele parou o carro ali no meio. E desligou. Entrei em pânico. Parecia que estava começando a faltar ar ali dentro. Tentei fechar meus olhos e me concentrar em algo, mas antes que eu pudesse fazer isso ele virou o rosto e olhou para mim. Eu congelei. Não podia ver muita coisa, mas eram olhos castanhos e um rosto perfeitamente quadrado, onde se encontrava um nariz saliente, como geralmente se encontra nos homens grandes e mais atraentes. A expressão era fechada e séria, dava a impressão de não ser capaz de esboçar um sorriso. A barba estava como que por fazer. Não sei se ele chegava sequer a ter 30 anos. Não sei por que diabos um homem desses procuraria uma garota de programa. Só consegui pensar em uma alternativa: talvez suas fantasias fossem obscuras demais para uma mulher normal. O que queria dizer que ele deveria estar considerando que eu não passava de um objeto, e isso me colocava em perigo. E mesmo assim eu estava estranhamente atraída. Ele me encarava. Olhava dentro dos meus olhos. Na realidade, pareceu que seus olhos passearam pelo meu rosto por uma eternidade. Eu deveria estar parecendo alguém que estava amedrontada. E estava. Estava apavorada porque não sabia o que fazer. Eu raramente ficava apavorada, aquela era uma situação nova e constrangedora pra mim. Não consegui me manter indiferente. Devido a todas as circunstâncias e devido à falta de qualquer atitude por parte dele, decidi fazer a única coisa que eu sabia que antecedia as relações sexuais. Me ergui, pois ele parecia muito mais alto que eu, mesmo sentado, e encostei minha boca na dele. Os lábios não se mexeram. Por alguns segundos continuei nessa posição e, quando estava desistindo, ele abriu os lábios vagarosamente. Sua língua entrou na minha boca, era fria e devagar. O carro pareceu ficar ainda mais gelado. Senti uma mão nos meus cabelos. Deveria ser muito grande porque cobria quase meu couro cabeludo inteiro. A outra estava em minha cintura, subindo por baixo da minha blusa. Coloquei instintivamente minha mão em seu ombro esquerdo, e pude dizer que era largo. Ele tinha um beijo gelado, frequente e controlado. Era quase como enlouquecer, porque eu queria mais e ele controlava o ritmo, me torturando. Senti o choque de nossas bocas se afastando e me senti perdida, mas então ele abaixou seus lábios até o meu pescoço e eu enlouqueci novamente. Não sem antes ver através da janela do motorista algo se movendo entre as árvores lá fora. Logo depois escutei um tiro e o carro balançou. Ele me jogou na porta. Droga, ele deveria ser muito forte, porque o impacto com certeza machucou as minhas costas. Ficou me olhando de uma maneira que eu soube, naquele momento, que ele estava cogitando me jogar para fora dali. Porém apenas arrancou com o carro, pegou uma arma que eu nem sabia que havia dentro do seu casaco e disparou. Naquele momento eu soube que eu não sairia daquela situação da mesma forma que havia entrado. Até porque eu me encontrava em uma situação muito, muito ruim.


***

Oi gente! Como vocês estão?

Então, essa não é minha primeira história. Mas no momento é a que eu estou me dedicando. Eu queria pedir a vocês que se vocês estiverem gostando, comentem! Por que eu quero saber o que vocês estão achando, independente das críticas. Quero saber a opinião de todos vocês! Deixem também suas ⭐️, vocês não têm noção do quanto isso vai me ajudar e vai me deixar muuuuito feliz. Divulguem também para seus amigos para me dar aquela força.

Obrigada pela atenção e paciência, beijinhos!

P.s.:Capítulos novos toda terça-feira e quinta-feira. Pode ter que tenha cap. novos surpresas, caso o livro comece a alcançar minha meta de visualizações, as postagens serão mais frequentes.

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