PSIC LOVE

1° Parte

Era manhã de domingo, meu corpo como nunca queria apenas ficar deitado mas eu precisava ir na casa da Marina, minha chefe. Tinha alguns documentos para entregar. Minha mente criava vários acontecimentos fantasioso, como encontrar o amor da minha vida ou apenas encontrar dinheiro no chão, sempre tive esses pensamentos pela manhã. Mau sabia eu que naquela manhã de domingo minha vida mudaria  para sempre. 

Com muita dificuldade resolvo me levantar, a realidade é o pesadelo da vida adulta, principalmente para uma órfã solitária como eu. Preciso de um banho mas dormi demais e acabei perdendo a hora, com a Marina tudo tem hora, ela é extremamente organizada, não posso me atrasar. Troco apenas de roupa, escovo os dentes, amarro meu cabelo em um coque alto e saio do meu kitnet. A manhã estava sombria, o silencio da rua parecia querer me contar algo e a neblina daquela manhã era algo assustador. A rua estava deserta, eu não conseguia enxerga direito por conta da neblina, um arrepio percorre todo meu corpo, tudo grita desespero. Algo em mim me diz que nada estava certo, olho ao redor mas estou completamente sozinha. 

- Estou enlouquecendo, céus! -   Abraço os documentos e ando rapidamente.

Passos largos, estou praticamente correndo ate que escuto o som aterrorizante de um único e vazio grito, é um grito feminino, um grito de morte. Paro e fico olhando para todos os lados, me sinto dentro de um filme de terror o desespero me toma de corpo e alma. 

Logo a frente existe uns arbustos enormes, não enxergo direito, mas existe uma movimentação neles, algo sai deles, meu coração para por alguns instantes. É um homem. Seus olhos pura escuridão travam nos meus, seu cabelo loiro parece grudar em sua testa e na sua mão direita está uma faca ensanguentada. Ele percebe o meu pavor, estamos parados a alguns metros a rua esta deserta e meu corpo não se meche, o medo me trava e eu só consigo pensar na minha morte. 

Ele se vira e sai como se nada tivesse acontecido, começa a chover e eu fico parada olhando aquele homem desaparecer na esquina, meu transe passa e me dou conta que os documentos já eram, volto para casa. Assim que entro vejo meu reflexo no espelho, estou pálida.  Minhas mãos tremem, estou em choque, me deito na cama toda encharcada e volto na cena e a recrio mil vezes, por fim acabo dormindo. 

Acordo angustiada, olho para janela e percebo que já escureceu, meu celular tem 15 ligações da Zoe, minha unica amiga. Retorno na mesma hora. 

- Eva? - sua voz parece aflita. 

- O que houve Zoe? - Ela tem um problema com o maniaco do namorado que vive a perseguindo, penso logo que se trata sobre isso. 

- A Marina foi assassinada essa manhã perto da sua casa, foi morta a facadas! - por um longo período eu só consigo ver aqueles olhos pura escuridão me encarando. - Eva? Você ta ai? Eva?

Não respondo, não consigo, eu tenho muitas duvidas, tenho medo, desespero, angustia. E se ele estiver atrás de mim? Será que eu vou morrer?

- AI MEU DEUS EU VOU MORRER! - me desespero.

- Por que você vai morrer Eva? - Zoe parece nervosa.

- Não é nada, tenho que desligar. - a única coisa que consigo pensar é que serei a próxima, maldita hora que me levantei dessa cama. Preciso sumir se quiser ficar viva, ninguém ver um assassino e sobrevive. 

Começo a fazer minha mala rapidamente. Merda de dia, merda de vida, devo ser a pessoa mais azarenta do universo. Coloco tudo que consigo na pequena mala que ganhei ao sair do orfanato a dois anos atrás. Pego o pouco dinheiro que me resta , coloco o celular dentro da mala e a fecho, guardo o dinheiro no bolso da calça, estou com a mesma roupa de manhã. Pego as chaves e saio de casa, me viro para trancar a porta, minhas mãos tremem tanto que mal consigo colocar a chave na encaixe, escuto uma voz grossa e rouca atrás de mim.

- Então, você vai fugir? - uma risada sarcástica. 

Me viro e quase tenho um enfarto naquele momento, perco um pouco o sentindo de tudo. 

É ele, o assassino.