PSIC LOVE

6° Parte

 Estamos a meia hora sentados em uma mesa, absurdamente, cheia de mulheres de todos os tipos. Stevas e Abel parecem animados enquanto bebem e conversam algo sobre " meu tio", essas pessoas enlouqueceram, eu não tenho família. 

- Eu preciso ir brother, Abigail precisa de mim. - Abel se despede do irmão e vai embora sem ao menos me dirigir o olhar, deve ser normal as pessoas serem tratadas como objetos na vida deles. 

Stevas agora começa a beijar uma loira com seios enormes enquanto uma morena esta sentada em seu colo, e eu, bem eu quero vomitar. 

- Vou ao banheiro! - tento falar o mais alto que posso, porém, ele não escuta. Me levanto e saio, ele nem nota. 

Essa é minha hora, é agora ou nunca. Olho para os locais que existem saída e todos tem dois brutamontes de plantão controlando a entrada e saída das pessoas, preciso arrumar outra maneira, mas realmente preciso ir ao banheiro. 

Que tipo de banheiro é do tamanho de uma casa? Com certeza apenas esse! 

- Essas pessoas podem não ter um pingo de caráter, mas temos que admitir, eles sabem fazer um belo banheiro. - me viro e vejo uma jovem, se muito tiver seus 16 anos sentada no canto da parede fumando, ela é linda. 

- Verdade. - estou nervosa, não posso confiar em ninguém e se ela me atrapalhar? 

- Você quer fugir não é? - ela se levanta e começo a pensar como correr daqui. 

- É, eu, não... que? - odeio como meu nervosismo me denuncia. 

- Olha, não existe nenhum lugar melhor do que aqui, você é nova nesse serviço? Os Senhores Gattes cuidam da gente, recebemos muito bem e praticamente só estamos aqui para dançar, eles não transam com a gente. - ela pensa que sou algum tipo de prostituta.

- Não é isso..- ela chega mais perto e percebo seu cabelo azul e seus olhos quase do mesmo tom, ela parece um anjo. 

- Stevas, o filho, que está ai, nunca dormiu com nenhuma de nós, as vezes ele apenas beija a Liwin, a loira, só ela. - não sei porque mas tenho um pouco de curiosidade sobre o assunto

- Você sabe o por que? - ela vai para a pia molhar o rosto e eu continuo paralisada no mesmo lugar. 

- Dizem que ela lembra ex esposa dele. - fico angustiada. 

- Ele foi casado? - ela me olha pelo espelho.

- Sim, mataram a esposa dele gravida, e a Liwin, segundo dizem, parece com a falecida..

- Eva!? - uma voz feminina me chama, me viro e lá esta a Liwin. 

- Sim? - reparo nela por um breve instante, Loira com seios enormes e cintura fina, uma kardashian pura, literalmente meu inverso. 

- O Stevas está te esperando, agora. - reviro os olhos, droga! Não foi dessa vez que o plano de fulga deu certo, mas uma vez. Duas vezes em 24 horas que penso em fugir e falho. 

Saio do banheiro com um sentimento enorme de frustração, com certeza não terei mais nenhuma chances dessa, o Stevas está parado na entrada, enquanto fala ao celular.  Parece inseguro, me aproximo dele e vejo sua expressão de ódio. Tenho medo, não vou mentir, o fato da esposa dele ter sido assassinada ainda gravida, mostra o quanto perigoso é ficar ao lado dele. Infelizmente, ele não se importa com a minha vida, pareço ser uma peça desse grande jogo que é a vida dessas pessoas. A pesar de não ter para quem voltar, eu sempre amei viver, mesmo sendo sozinha. 

- Mas que demora! Não tenho a vida toda para ficar te esperando ir na porra de um banheiro. - agarra o meu braço com força e praticamente me arrasta até o carro. 

Eu fico calada por todo caminho até o hotel, estou tentando raciocinar o que aconteceu nessas ultimas horas. Quero chorar. Minha pressão baixa me deixa um pouco tonta, estou fraca. 

- Preciso comer! - sussurro. 

Ele permanece imóvel, parece esta em outra dimensão. Minha barriga dói, imploro. 

-Preciso comer!- atraio sua atenção, seu olhar parece a própria morte, espero o pior.

- Você não sabe ficar na sua? Caralho garota, quando chegarmos você come. - sua atenção volta para a estrada, prefiro assim.

Chegamos ao hotel, sou praticamente despejada pelo Stevas. O Patrick me espera fora do hotel, junto com dois brutamontes bem armados. Essas pessoas devem acreditar que são donas do mundo, em plena movimentação constante de pessoas, estão eles mostrando suas armas. 

- Sra. Collins. - Patrick me chama. 

- Pelo amor de Deus Patrick, apenas Eva. - ele sorri pra mim. 

- Então, como foi o noivado? - parece realmente muito animado. 

- Um desastra. - estou confusa. - você tem algo que possa me da para comer? 

- Eva, não precisar perguntar, a noiva do Sr. Stevas manda! - como ele consegue ser tão positivo e animado em relação a essa situação de merda que estou passando? Sera que não ver que status e dinheiro não me dão alegria, estou me sentindo um passarinho preso em um misera gaiola, a vida parece tão ruim vista de agora, tenho poucas esperanças que melhore. 

- Não sou a noiva dele Patrick, todos sabemos que sou uma prisioneira. Não tenho direito de nada, não me peça para fingir com você também, tem sido muito difícil, nada disso me agrada. - não consigo olha - lo , algumas lagrimas me escapam. 

- Vai ficar tudo bem Eva. - apoia a mão em meu braço, que esta vermelho por conta da força que Stevas apertou. - Você vai ficar bem. 

Queria poder acreditar nas palavras solidarias do Patrick, ele parece sempre acreditar em tudo que fala. Não consigo segurar, estou tão triste. Quero minha liberdade, eu nunca reclamei da vida, porém, estou sendo punida. Por qual motivo? Não sei.