Um toque frio e delicado permeia pelo o meu pulso, me mexo para desviar, no entanto o frio sobe uma centelha a mais do meu braço. Um calafrio percorre o meu corpo. O persistente toque úmido sobe a cada momento, sem me incomodar. Mantenho meus olhos fechados, permitindo um gemido plácido escapar dos meus lábios.
— Minha doce, Sophia.
Abro os olhos e encaro o dono dos meus pensamentos nas últimas semanas. Os círculo azul do céu de verão está com um tom avermelhado em volta, além de estarem marejados. Ergo minha mão e toco o seu rosto com delicadeza. Deslizo os dedos por sua testa, suas sobrancelhas, bochechas enquanto ele se inclina para o meu toque, como um animal desejando ser acariciado. Quando os seus olhos encontram os meus posso ver a dor latente que corrói a sua alma.
— Posso ficar com você? — sussurra.
Mordo o lábio inferior.
— Pode.
Movo o meu corpo para o lado, dando-lhe espaço para se deitar. Assim que o Sr. Chermont se deita me puxa para os seus braços, distribuindo beijos molhados pelo o meu pescoço, fazendo com que minha pele arda. Sua boca começa a subir até encontrar os meus lábios, me deixando sem ação. Ele se afasta e me encara confuso.
— O que houve, Sophia? — Sua boca está tão próxima da minha que posso sentir o odor de bebida.
Ele aproximou os lábios dos meus, no entanto, não sabia o que fazer a seguir. Ouvi pelos corredores do palácio Gottschalk que quando as bocas se encontram é para dar a forma de um beijo, porém, não fazia ideia de como manejar algo assim. Na noite que passei com o meu novo tutor, os beijos tinham sido tão fervorosos, da parte dele, que não tive trabalho algum. Contudo, mesmo com a amostra de como funciona, não fazia ideia de como desenvolver.
— Eu...
Ele desliza os dedos pelos os meus cabelos, colocando-os atrás da minha orelha e consequentemente tocando a pele da minha teste e bochechas.
— Fale.
— Não sei como se beija — digo, com as maças do rosto queimando.
Uma ruga se forma entre as suas sobrancelhas.
— Mas, na noite que...
— Eu sei, só não lembro como se faz — interrompo-o.
O seu olhar se transforma em ternura, e um sorriso tímido toma o seu rosto. O homem ruivo levanta-se e senta-se ao meu lado, flexiona a perna direita e descansa o cotovelo direito sobre o joelho. Logo, repousa o queixo sobre a mão com uma expressão pensativa, formando um vinco entre suas sobrancelhas.
— Creio eu, que seu primeiro beijo também foi comigo. — Aceno em concordância.
Os seus olhos azuis encontram os meus amendoados e brilham em expectativa. Não sei porquê, mas sinto o meu corpo queimar com as inúmeras possibilidades de coisas que ele pode fazer comigo. O que aconteceu na carruagem só foi o começo do que esse homem pode me dar, e se a nossa primeira noite juntos fosse prazerosa daquela forma, jamais teria tentado evitar tal ato.
— Você precisa seguir o movimento dos meus lábios. — Aponta para os seus lábios e assim que os meus olhos encontram a carne rosada as minhas bochechas esquentam, fazendo-o sorrir — Essa é a parte simples, em seguida lhe ensinarei a melhorar o beijo.
Ele se aproxima de mim e mais uma vez me sinto tímida, além de acuada. Sr. Chermont é um homem experiente, enquanto eu nem sei dar um beijo. Tenho certeza de que sua esposa sabe beijá-lo perfeitamente bem e ainda fazer outras coisas que estão além do meu conhecimento. Porém, se este homem veio em busca de mim, era porque queria minha companhia, então, me esforçaria ao máximo para mantê-lo feliz.
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Nem Tudo é Desejo
ContoSophia era apenas uma criada do palácio Gottschalk, porém acabou não resistindo a investida do Sr. Maximus Chermont, o que acarretou a perda da sua honra. Sem opções, a jovem vai para a França viver como amante do Sr. Chermont, no entanto, o que Sop...