Capítulo 1

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Sábado!

O que uma jovem mulher faz aos sábados?

Bom, as outras eu não sei, mas para mim, sábado é um ótimo dia para ser eu mesma!

De domingo a sexta vivo praticamente amarrada, presa a tudo o que esperam de mim.

De domingo a sexta preciso ser mais educada, ser mais magra, ser mais feliz e esperar que um dos pretendentes que me são empurrados se agrade de mim.

Sim, você entendeu certo, não sou eu que preciso agradar de algum mas sim, esperar que algum deles, que qualquer um deles se agrade de mim e não se importem com meus poréns.

"Lívia é uma ótima garota, porém, precisa ser mais feminina"

"Lívia tem um rosto lindo porém, precisa perder alguns quilos"

"Lívia tem uma conversa agradável porém, precisa aprender a falar um pouco menos"

Enfim, de domingo a sexta preciso ser o que esperam de mim, mas hoje não, não no sábado.

No sábado posso acordar depois das nove, posso ficar de pijama até o final do dia, posso ler os romances clichês que tanto gosto, posso pedir, implorar à senhora Maxwell que me deixe ser uma de suas protagonistas, posso ouvir as músicas que mais gosto sem precisar de um fone para esconder o meu gosto musical já que até ele precisa ser reprimido de domingo a sexta.

Trabalho com meu pai em sua gravadora, agora você certamente entendeu porque preciso oprimir meu gosto musical, juntos fazemos apostas diárias sobre o novo sucesso do momento, a nova boyband ou o astro musical dos anos 90 que ressurgirá das cinzas completamente repaginado e com cara de cantor sertanejo, nada contra, não me levem a mal, mas ver novas cópias do mesmo a todo instante não tem sido uma tarefa fácil pra mim.

Enfim, hoje é sábado, dia de usar pijama, andar descalça e de comer besteiras até não aguentar mais já que amanhã não posso nem ao menos pensar em algo assim.

No domingo meus pais seguem a tradição do almoço em família, é nesse dia que preciso caber em uma cinta que parece ser dois números abaixo do meu, minha mãe me empurra um prato de salada e um copo de água com limão enquanto meu pai me castiga com o cheiro da carne assada que no final, será o único a comer. Ela e minha irmã vivem em uma dieta eterna, praticamente cortaram as massas, os doces, as frituras, os pulsos... e em todos os domingos eu sou obrigada a seguí-la também.

Em vários desses encontros familiares aparece algum "filho da amiga da minha mãe", que aproveitou o belo dia para fazer uma visita totalmente despretensiosa, algum cara divorciado e com menos cabelo do que realmente deveria ter, mas, que é bem sucedido, tem experiência de vida e não está mais a procura de uma garota nova e inexperiente, ou seja, se contentaria com uma mulher acima do peso, com quase trinta e que além dele, não tem muitas opções em vista.

Mas é claro, tudo não passou de uma feliz coincidência. Acabo encerrando o dia com um encontro marcado para o próximo sábado, encontro esse que eu, com toda a certeza, precisarei desmarcar por ter contraído algum vírus gripal altamente contagioso.

Até hoje foram poucas as vezes em que esse mesmo vírus não se apoderou de mim, poucos foram os caras que realmente me chamaram atenção a ponto de me fazerem desmarcar meu compromisso comigo mesma ao sábado, mas ainda assim, nenhum deles durou mais que uma semana ou duas.Isso não significa que eu seja exigente demais, claro que não, nem ao menos posso ser, sei que não vou encontrar o homem dos meus sonhos em um acaso na próxima esquina, nada de ombros largos, abdômens definidos e sorrisos impactantes, nada de caras perfeitos, CEO's traumatizados e donos de meio mundo, lutadores com traumas de infância e que nunca foram amados pela mãe, nada de homens que se apaixonam a primeira vista pela garota tímida, recatada e do lar, digo, pela garota virgem, inocente e que precisa de alguém que lhe ensine como é a vida, essa definitivamente não sou eu. Sou uma mulher normal e apenas quero um cara normal ao meu lado, tudo bem se ele me mandar rosas, quem não gosta de rosas?!

Se vierem com chocolates então, marco o casamento para a próxima semana, mas se por acaso ele apenas me tratar bem, me ajudar a pagar as contas da casa e sair pra tomar uma dose ou duas de vez em quando, tudo bem pra mim, desde de que eu sinta aquele arrepio quando ele sussurrar no meu ouvido é claro.

Bom, pelo visto esse sábado também será dedicado a narrar um pouco da minha vida a vocês, mas vou logo avisando, não verão nada demais por aqui, a não ser no final, o final realmente vale a pena.

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Um Príncipe para LíviaOnde histórias criam vida. Descubra agora